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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 06-01-2018 - 08:12 -   Notícia original Link para notícia
Após 3 anos de queda, indústria deve fechar 2017 com alta de 2%

Recuperação ainda é concentrada principalmente no setor automotivo



Em 2017, a produção industrial brasileira cresceu cerca de 2%. Recuperação é concentrada, principalmente, no setor automotivo. Depois de encolher por três anos, a produção industrial brasileira voltou a crescer em 2017 e deve encerrar os 12 meses com uma expansão na casa dos 2%, de acordo com a previsão de analistas. Ontem, o IBGE divulgou que, de janeiro a novembro, o crescimento foi de 2,3%. A má notícia é que, além de a alta ser bastante inferior à perda acumulada de 16,7% de 2014 a 2016, ele é concentrado no setor automotivo, o que torna a recuperação ainda frágil, na avaliação do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Segundo cálculos do instituto, mais de 50% da alta (1,2 pontos percentuais) vieram da produção de veículos, que, no mesmo período, cresceu 16,6%.



Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Editoria de Arte



- Apesar dos resultados positivos terem se disseminado por vários segmentos industriais a partir do segundo semestre, a magnitude do crescimento ainda é concentrada em poucos. Para quem está saindo de uma crise econômica, parar de cair é importante. Mas estamos terminando o ano como começamos, com variações positivas muito próximas de uma estabilidade - avalia Rafael Cagnin, economista do Iedi.



TERCEIRO MÊS DE ALTA



Em novembro, na comparação com o mês anterior, a indústria cresceu 0,2%. Foi o terceiro resultado positivo nessa comparação - também houve alta em outubro e setembro (0,3% em cada mês).



- A grande saída de 2017 foi a exportação do setor automotivo para os mercados tradicionais, como Argentina, e o aumento dos embarques para México e Colômbia. Não só de veículos, mas de autopeças, chassis e motores - explica o economista do Iedi.



Além da produção de veículos, contribuíram mais para a alta de 2,3% acumulada entre janeiro e novembro a indústria extrativa, com 0,7 ponto percentual, e equipamentos de informática e produtos eletrônicos, com o 0,4 ponto percentual restante.



Para este ano, de acordo com previsões de analistas ouvidos pela Bloomberg, o setor deve continuar crescendo, com expansão de 3,5%. Thiago Xavier, economista da Tendências Consultoria Integrada, tem uma aposta ainda mais alta para 2018, de 5%, ancorada na melhora da confiança dos empresários e do nível de ocupação do setor.



- O Índice de Confiança da Indústria, medido pela FGV, quase chegou a cem pontos em dezembro (maior desde janeiro de 2014), e a ocupação no setor vem crescendo desde junho, na comparação interanual, depois de 24 meses de resultados negativos - observou o economista.



Tabi Thuler Santos, da Superintendência Adjunta para Ciclos Econômicos do Ibre/FGV, explica que a sondagem realizada em dezembro sinalizou que a indústria está mais otimista em relação ao desenvolvimento do setor no primeiro trimestre deste ano:



- O indicador é uma tendência dos negócios em curto prazo. Ele olha para algo além da produção, para expectativas quanto ao lucro, à rentabilidade, ao número de encomendas e a novos contratos.



Menos otimista, Cagnin, do Iedi, vê 2018 como uma incógnita para o setor, devido às turbulências que podem ser causadas pela disputa presidencial:



- O processo eleitoral pode trazer volatilidade financeira e comprometer o necessário ganho de ímpeto de produtividade industrial.


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