Leitura de notícia
Diário do Comércio online - BH (MG) ( Negócios ) - MG - Brasil - 05-01-2018 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Comércio de roupas tem alta nas vendas

Balanço sugere que a trajetória do setor em Belo Horizonte e região seguirá ascendente em 2018


O setor de vestuário em Belo Horizonte pode não ter fechado 2017 como gostaria, mas, na comparação com outras atividades do comércio, foi um dos que demonstrou melhor desempenho. Essa é a opinião da economista do de Belo Horizonte (/BH), Ana Paula Bastos. Para ela, o crescimento das vendas registrado ao longo de 2017 pelo segmento pode estar relacionado ao tíquete médio mais baixo, aliado à necessidade básica de se comprar roupas, embora a entrada de capital na economia - com a liberação do FGTS, juros menores, retomada do crédito e inflação mais baixa -, também tenha impactado nos indicadores, proporcionando uma sobra na renda das famílias. "Todos esses fatores favoreceram a retomada do consumo." No entanto, a tendência é de o setor de vestuário se manter aquecido neste ano também. O 'gatilho', ela diz, são as liquidações que já começam a pipocar na cidade.

Exemplo de desempenho satisfatório, a marca mineira de roupas femininas Skazi, hoje com mais de mil pontos de vendas no Brasil, registrou em 2017 crescimento de 40% da pronta-entrega (SClub) na comparação com o ano anterior, com o número de pedidos 25% superior ao mesmo período de 2016. Já as vendas on-line foram 25% maiores. As vendas de inverno dobraram na comparação com as vendas da coleção de verão 2018.

As projeções para este ano são ainda melhores. "Já há vendas contratadas que superam em 70% as vendas de 2017", comemoram os sócios Ana Paola e Vander Martins. As contratações seguiram no mesmo ritmo, aumentando no período 35%. A marca é responsável por mais de 300 empregos diretos. A fábrica, localizada no Prado, região Oeste de Belo Horizonte, ocupa área construída de 4 mil metros quadrados e tem produção média anual de 120 mil peças, em materiais nobres como renda, couro e chiffon de seda.
Hoje, a Skazi vende para nove países. O plano da empresa é estar em pelo menos 25 pontos de venda fora do Brasil até o fim de 2018.


Expansão - A internacionalização também ganhou força na Arte Sacra em 2017. A grife mineira resolveu investir com mais expressividade nas transações externas, inclusive montando um escritório especializado e contratou profissionais habilitados no ramo. No ano passado, fechou contratos com cinco países do Oriente Médio: Arábia Saudita, Emirados Árabes, Qatar, Líbano e Kuwait. "Temos ótimas perspectivas com as exportações. O percentual esperado, em termos de crescimento de vendas, pode chegar a 30%, por isso focamos também no aumento da visibilidade e na projeção da nossa imagem," explica a diretora criativa da marca, Carolina Malloy.

Com showroom da capital francesa, Carolina Malloy afirma que nem foi preciso fazer adequações nos modelos. "O que mais nos surpreendeu foi que as pessoas se encantaram pela grife como ela é. Nosso preço é competitivo lá fora, devido à variação cambial, e isso foi muito positivo para os negócios", afirma. A perspectiva é de que, neste ano, a Arte Sacra dobre sua atuação internacional.

2017 foi um ano de confirmação do varejo para a marca Neca. Colhendo bons resultados, a diretora e estilista da marca de roupa mineira, Ana Flávia Coelho, explica que o crescimento de 30% no faturamento em relação a 2016 lhe deu a certeza de que fez a escolha certa. A empresária apostou na mudança do canal de venda, passando de atacadista para varejista.

Ela explica que as estratégias de lançamento também mudaram, dando ênfase a pequenas coleções, chamadas cápsulas. "Durante 2017, fizemos lançamentos mensais, como da linha mãe e filha, 'Neca e boneca', festa e introduzimos acessórios para compor os looks e o sucesso da customização das t-shirts. Precisamos de novidades a todo momento para conquistar e fidelizar os clientes", destaca.



Outlet e moda plus size descartam desaquecimento



Christiane Soares, da Lojinha Outlet, localizada no bairro de Lourdes, região Centro-Sul, revela que no ano de 2017 registrou crescimento de 10% em relação a 2016 nas vendas. "Foi um ano difícil para muita gente, e por ser uma opção de compra inteligente, com muitas peças atemporais, de qualidade e com preços reduzidos, tivemos um crescimento considerável de novos clientes", observa. Para ela, as pessoas têm buscado cada vez mais fazer compras conscientes, e 'é exatamente o produto que oferecemos'.

Na opinião da empresária, o fim de ano superou as expectativas. A loja manteve o crescimento de aproximadamente 10% em relação a 2016. A maior parte das vendas foi para as próprias clientes em função de viagens e festas de fim de ano. Com o valor gasto nas lojas convencionais para adquirir uma peça, é possível comprar, em média, três na Lojinha.

Para este ano, Christiane Soares aposta em crescimento: "O mercado está aquecendo e as pessoas estão mais confiantes. O julgamento de Lula, dia 24 de janeiro, também será um marco importante para a economia do País neste ano", acredita.

De acordo com Márcia Carolina Medina, sócia da Maria Medina Boutique, localizada na Savassi, região Centro-Sul, referência em roupas plus size na Capital, as vendas no ano passado permaneceram estáveis na comparação com 2016. "Durante todo o ano, mantivemos no mesmo patamar, sem nenhum aumento, exceto em dezembro, quando as vendas aumentaram em torno de 15% na comparação com os demais meses do ano", avalia.

O fato de trabalharem com o comércio de roupas para um público específico - plus size -, já bastante fidelizado, ela e a sócia Maria Milza conseguiram manter o movimento e não houve prejuízo. Mas ela diz que foi necessário enxugar os gastos mensais para manter tudo em ordem, além da adoção de outras estratégias, como algumas promoções fora de época. "Estou há 25 anos nesse segmento. Sei que muitas pessoas diante dessa crise trabalharam com peças de qualidade inferior e automaticamente com preço mais baixo. Eu busco sempre o que há de melhor na numeração plus size e nunca abri mão disso", destaca. Na opinião dela, este será o ano da virada para o comércio. "Não podemos estagnar", afirma, esperançosa.

Retomada - Conforme a pesquisa do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI - Inteligência de Mercado), após faturar R$ 177 bilhões em 2016, o varejo de vestuário encerrou 2017 com R$ 192 bilhões (alta de 8,8%), número impulsionado pelas lojas especializadas, que representam 31% do total. Para 2018, o IEMI projeta um crescimento de 3,2% no volume de vendas do varejo de vestuário, chegando a 6,34 bilhões de peças. Em valor nominal, a previsão é de um aumento de 6,3%, para R$ 204,34 bilhões.

O IEMI faz as projeções com base em informações das indústrias e redes de varejo. Edmundo Lima, diretor-executivo da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex), afirmou que as previsões estão em linha com as estimativas de suas associadas. A entidade reúne as principais redes varejistas de moda do País, como C&A, Forever 21, Cia. Hering, Marisa, Inbrands, Renner, Restoque, Riachuelo e Zara.

Segundo o executivo, as empresas associadas à Abvtex trabalham com expectativa de elevação de vendas em volume e valor este ano. Ele acrescentou que as companhias estão mais dispostas a desenvolver coleções com mais informação de moda e maior valor agregado, aproveitando o movimento de retomada do consumo. (Com informações da Associação Brasileira do Varejo Têxtil - Abvtex)


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.