Leitura de notícia
O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 03-01-2018 - 07:03 -   Notícia original Link para notícia
Mercado financeiro projeta crescimento de 2,7% do PIB este ano

Foi a sétima alta seguida na estimativa de expansão da atividade econômica



Economistas de instituições financeiras voltaram, pela sétima vez consecutiva, a aumentar a expectativa de crescimento da economia este ano, de acordo com Boletim Focus, pesquisa com mais de cem instituições feita pelo Banco Central (BC), que foi divulgado ontem. Os analistas preveem alta de 2,7% em 2018, após subida de 1% no ano passado (o resultado do Produto Interno Bruto - PIB será divulgado no dia 1º de março pelo IBGE). A previsão para 2017 também subiu em relação à semana anterior. Uma estimativa de 1% para a expansão do PIB não era vista desde novembro de 2016.



Para Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro da Fundação Getulio Vargas (FGV), o ano passado representou a saída da recessão, e este ano haverá a consolidação da recuperação econômica. Apesar do otimismo, ela alerta para a necessidade de o país atrair mais investimentos:



- O controle da inflação permitiu uma queda importante da taxa de juros (a Selic recuou de 14,25% ao ano em outubro de 2016 para 7% atualmente). O primeiro semestre de 2018 deve ser de consolidação da recuperação do consumo das famílias, que foi possível em parte pela surpresa inflacionária. Essa inflação baixa permitiu ganho de renda, apesar do emprego ainda precário. Para recuperar tudo o que perdemos durante a crise, precisaríamos de menos incerteza. A retomada do investimento, que leva em conta o cenário de risco, segura um pouco mais esse otimismo. Não podemos nos sentir confortáveis com a recuperação só apoiada no consumo das famílias. DÓLAR PODE OSCILAR MAIS Não houve mudanças nas previsões de inflação, que se mantiveram em 2,78% em 2017 e 3,96% para este ano. A meta de inflação para os dois anos é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, para cima ou para baixo.



Silvio Campos Neto, sócio e economista da Tendências, ressalta o fato de ter sido a sétima alta consecutiva da projeção do Focus para o desempenho do PIB, o que demonstra a melhora de visão sobre atividade econômica.



- Em relação à inflação, temos o desenho ainda de um quadro benigno. Por outro lado, o Focus mostra, como era esperado, que estamos nos aproximando do fim do ciclo da queda de juros. É mais um sinal positivo da consolidação dos fundamentos econômicos. Este ano teremos incertezas provenientes da questão eleitoral e a expectativa pela aprovação da reforma da Previdência, que mexe com os sentimentos dos investidores - observa Campos Neto.



O mercado espera que a Taxa Selic chegue a 6,75%, praticamente interrompendo queda dos juros, hoje em 7%.



O economista da Tendências ressalta que a perspectiva do Focus para a produção industrial, que passou de alta de 2,98% para 3,12%, também é um sinal relevante da retomada econômica. Segundo ele, a recuperação industrial é importante, já que o setor foi o mais afetado pela crise. Campos Neto alerta, no entanto, que as incertezas no cenário político devem ter impacto maior no câmbio e nos investimentos:



- A taxa de câmbio, a Bolsa e os ativos de risco são os primeiros a serem afetados pelo humor do mercado com as notícias eleitorais e de governo.


Nenhuma palavra chave encontrada.
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.