Leitura de notícia
O Globo Online (RJ) ( Brasil ) - RJ - Brasil - 02-01-2018 - 10:52 -   Notícia original Link para notícia
Crise? Para restaurantes, esta é a hora de crescer

Com juros e aluguel em queda, casas cariocas investem mais de R$ 100 milhões em novos espaços


O ano de 2017 não foi muito favorável aos restaurantes: foram fechados mais de cem estabelecimentos, e a queda na receita variou entre 15% e 30%, dependendo da região, segundo dados do SindRio, o sindicato de bares e restaurantes da cidade. Mas houve quem visse na crise uma oportunidade de expansão. Grupos que têm como sócios investidores financeiros, o que permite uma gestão mais profissional, lideram esse movimento, com investimentos de mais de R$ 100 milhões entre o fim de 2017 e 2020, conforme levantamento do GLOBO. Com isso, o SindRio estima alta de 5% no faturamento do setor no ano que vem.


BARBARA LOPESExpansão. A rede Demi-Glace Premium Grill inaugura, em janeiro, sua quarta unidade, com investimento de R$ 2 milhões. A meta é ter dez restaurantes até 2020


Fernando Blower, diretor do SindRio, explica que, como a crise alterou o hábito de consumo das famílias, com a redução do tíquete médio, os grupos empresariais mudaram seu modelo de negócios, oferecendo uma melhor relação custo-benefício, com pratos mais baratos e a criação de novas marcas. Isso foi possível, diz, com a criação de uma estrutura de custos mais enxutos:


- Muitas empresas do setor estão buscando a profissionalização.


SÃO PAULO NA MIRA


Entre os que apostam na expansão estão os grupos Best Fork (dono de Giuseppe, Laguiole e Xian), Trigo (Gurumê), Madero, Altavista (Paineiras e Venchi), Grupo 55 (Burger Joint) e Rio Brasa (Charbon Ruge), entre outros. Só o Best Fork está investindo R$ 22 milhões em quatro novas casas. Marcelo Torres, fundador do grupo, conta que foram criadas três marcas: o Mila, que terá bar e comidas leves, no morro do Pasmado; o Giuseppe Mar e o Nolita (com comida feita no forno e bar), ambos no Village Mall, na Barra.


- Quando a crise se instalou, vi que era o momento de buscar novos negócios e sair da zona de conforto. O cliente está mais seletivo em seus gastos, por isso é essencial buscar novidades. Então vou ter casa a céu aberto e em shopping pela primeira vez - conta Torres, que prevê gerar 300 vagas.


O Grupo 55, por sua vez, vai investir R$ 7 milhões no Rio, com a abertura de nove espaços - além do Burger Joint, há uma nova marca, a Capo Donna, de pizzas. O sócio Gabriel Carvalho diz que a expectativa é criar mais de 140 empregos.


- O momento é difícil, porém tudo tem saída. A grande maioria se assusta e acaba recuando, e, com isso, cede espaço para a gente avançar. Ofertas melhores, mão de obra mais qualificada disponível, aluguel mais barato... Tem empresas que cortam funcionários e custos, e perdem a qualidade, nós fazemos o contrário. Quem não traz novidades fica para trás - garante Junior Durski, chef e presidente da rede Madero, que vai investir R$ 21 milhões em três novos restaurantes no ano que vem.


As oportunidades trazidas pela crise também são apontadas pelo grupo Rio Brasa, que investiu R$ 8 milhões em uma nova bandeira, a Charbon Rouge, inaugurada na Lagoa no início deste mês. Um dos sócios, Thiago Benoliel, adianta que, para 2018, a estratégia é entrar no mercado paulista e abrir mais dois restaurantes no Rio, uma aposta de R$ 30 milhões.


- Crise e oportunidade caminham juntas. Conseguimos melhores negociações dos nossos contratos de ocupação e com nossos fornecedores também - ressalta Benoliel.


Leandro Moreira, sócio da rede Demi-Glace Premium Grill, é outro que cita a crise como momento para investir. No mês que vem o grupo inaugura sua quarta unidade no Centro, um investimento de R$ 2 milhões. Moreira conta que a meta é ter dez endereços até 2020.


Já o grupo Trigo planeja abrir mais duas unidades do Gurumê, de comida japonesa, em 2018. O investimento, conta Jeronimo Bocayuva, um dos sócios, ficará perto de R$ 8 milhões. Para 2019, a ideia é entrar em São Paulo.


- A crise ajudou a encontrar pontos melhores. Muitos shoppings ajudam nas obras dos restaurantes, pois estão investindo em culinária - explica Bocayuva.


'PONTO A PREÇOS IRRESISTÍVEIS'


Crescimento também é a palavra de ordem para o grupo Altavista, dono da sorveteria Venchi e da cafeteria Paineiras. Com seis espaços no Rio, a meta é dobrar de tamanho em 2018, um investimento de R$ 2,5 milhões. Já o Pappa Jack terá sua quinta unidade até o fim do ano que vem.


E o Stuzzi Bar terá uma terceira unidade em março de 2018. Paula Prandini, uma das sócias, cita a redução dos aluguéis e a queda na taxa básica de juros (Selic), para 7% ao ano, como fatores para a expansão:



- Em meio à crise, oferecem um ponto a preços irresistíveis. Aí, você olha para si, olha para os sócios, quebra os cofrinhos, consegue empréstimo no banco também com taxas irresistíveis e segue em frente.


Nenhuma palavra chave encontrada.
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.