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O Globo Online (RJ) ( Especial ) - RJ - Brasil - 25-12-2017 - 07:22 -   Notícia original Link para notícia
Consertar é preciso

Impulsionado pela crise, o setor de reparos de celulares e eletrodomésticos faturou R$ 2,37 bilhões neste ano, segundo a Abrasa. Um nicho e tanto para quem quer empreender


Em 2018, o pequeno empresário Thiago Rodrigues, dono da Evolucion Games, vai mudar de fase no jogo dos negócios. Com 13 anos de mercado, a loja será reformada para ampliar o espaço destinado aos serviços de conserto de eletrônicos em geral - ocupando um lugar que, até então, era usado para venda de consoles e acessórios. E não é à toa. De dois anos para cá, a busca por reparos em notebooks, tablets e celulares mais do que dobrou. "A loja fatura cerca de R$ 10 mil por mês. Há três anos, 40% vinham dos consertos. Agora, são 80%. Vamos mudar o foco do negócio", explica.


Ao que tudo indica, levar o celular para consertar - e não apenas trocar de modelo - é um comportamento cada vez mais comum na rotina do brasileiro, país em que, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), há mais de 240 milhões de telefones móveis em circulação. Os usuários continuam ávidos por novidades e, em média, adquirem um equipamento novo a cada três anos. Se entre uma compra e outra o aparelho der defeito, o reparo ganha força entre os usuários.


O smartphone lidera o setor de consertos, mas não é o único aparelho que vem ganhando vida mais longa na mão de seus donos. Dados da Associação Brasileira de PósVendas em Eletrônicos (Abrasa) indicam que o mercado de consertos de eletrodomésticos e eletroeletrônicos cresceu 30% apenas no primeiro semestre. A entidade estima que, em 2017, o setor teve aumento de mais de 15%, com o faturamento saltando de R$ 2,04 bilhões para R$ 2,37 bilhões.


"Recomendo às pessoas que estão procurando uma oportunidade que façam um curso técnico de conserto de eletrônicos e eletrodomésticos. Esse é um mercado em franca expansão. Reparar um aparelho é bom para o consumidor e ótimo para o meio ambiente, pois reduz o descarte dos objetos usados", aposta o empresário Eduardo L'Hotellier, criador do GetNinjas, a maior plataforma de contratação de serviços do país, que gera negócios na casa de R$ 300 milhões por ano e conta com 250 mil profissionais especializados, em três mil cidades brasileiras. ASSISTÊNCIA TÉCNICA Nas estatísticas das ordens de serviço do aplicativo, em todo o país a assistência técnica de celular lidera: entre 2016 e 2017 aumentou 11,5%. No Estado do Rio, o número de cadastros profissionais do setor cresceu 332% nos últimos dois anos e o número de pedidos de assistência técnica, 34%. A lista começa com os celulares, seguidos de televisão, geladeira/freezer, eletrodomésticos e impressoras.


"Temos observado também um aumento da demanda de conserto de aparelhos de ar condicionado, bem de consumo que se popularizou com a ascensão da classe C, e que não é trocado a toda hora", observa o criador do GetNinjas, que funciona desde 2011 e registra dois milhões de pedidos de serviço por ano.


O empresário Felipe Marchese também acredita que é um bom momento para embarcar na onda da assistência técnica. Desde pequeno, gostava de fazer pequenos consertos, em especial em computadores. Hoje, aos 32 anos, é dono da Consert Smart, que, de 2015 para cá, abriu 274 unidades em sistema de franquia pelo país. São mil ordens de serviço por dia, para reparos em smartphones e tablets. Um passo enorme para quem começou com uma lojinha de 50 metros quadrados e um funcionário, em Campinas/SP.


"Com o avanço da tecnologia, os smartphones ficaram mais caros. Antigamente um aparelho top de linha ficava na casa de R$ 1,5 mil. Hoje esse valor chega a R$ 7 mil. Os juros estão mais altos, o crédito mais escasso e o consumidor pensa duas vezes antes de adquirir um novo celular. O conserto, em geral, sai por 30% do valor do aparelho", afirma.



As novidades tecnológicas, embora funcionem como isca para a venda de aparelhos novos, acabam movimentando o mercado de reparos. "Os fabricantes investem em telas cada vez maiores e isso aumenta a chance de o aparelho ser quebrado. A troca de telas responde por 40% dos reparos".


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