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Blog David Baker ( Posts ) - SP - Brasil - 18-12-2017 - 03:02 -   Notícia original Link para notícia
Em busca de objetos afetivos, consumidores ajudam economia regional

As roupas e os calçados sempre lideram a lista dos presentes mais procurados. Segundo pesquisa da (-BH), neste Natal eles serão comprados por 59% dos consumidores. Mas, pelas beiradas, cresce a busca de outra categoria de presente: aquele que é "a cara de fulano". São mimos artesanais, vendidos por pequenos produtores, que fogem do perfil industrializado e são cuidadosamente escolhidos por remeter a algo especial de quem vai receber.

A arquiteta e ilustradora Nicole Bini pinta quadros e faz ilustrações. Alguns já estão prontos, outros são feitos sob encomenda para atender exatamente o que quem compra quer ressaltar para quem recebe. "A maioria das pessoas se identifica com a imagem ou lembrança. Elas olham e pensam: é a cara de fulano, porque veem algo que tem um significado. Porque eu vejo que hoje a relação de compra não é mais só ter por ter, as pessoas querem comprar algo com um valor especial", afirma Nicole.

Foi pensando em algo que lembrasse seus pacientes e também as professoras da filha que a fisioterapeuta Renata Cambraia escolheu os cupcakes da Patrícia para comprar. "É um produto especial, que mostra a nossa lembrança com carinho", afirma.

Patrícia Arouca é microempresária. Junto com a prima Paula Castanheira, criou a Doce Alegria Doces, e estão cheia de encomendas para o Natal, como cupcakes e pão de mel, que custam entre R$ 7,50 e R$ 11. "Eu sinto que quando alguém compra do pequeno produtor está valorizando aquele que te conhece pelo nome e tem a certeza de que o produto será personalizado da forma como a pessoa idealizou. A gente participa de todas as etapas e cuida de todos os detalhes", diz.

Ela ressalta que, além do carinho, é muito mais difícil a pessoa não gostar do presente e destaca que, em tempos de crise econômica, o preço faz muita diferença.

De acordo com o professor de economia do Ibmec Felipe Leroy a diversidade cultural de Minas Gerais ajuda a fomentar os pequenos produtores. "Além do valor agregado, o custo tende a ser menor, porque não há intermediários no processo. Geralmente, o pequeno faz tudo e vende. Uma loja, por exemplo, tem custos com aluguel", afirma.

Cadeia. Para Nicole, comprar do pequeno é uma maneira de ajudar a economia de todo país. "Quando você valoriza e apoia o trabalho de outras pessoas que vivem no mesmo bairro, na mesma cidade, você sabe que está comprando de quem ama o que faz", diz.

Maurilio Maia acredita no poder da cadeia dos pequenos. Além de vender cadernos e estojos artesanais, também decidiu consumir menos produtos industriais. "Compro roupas com alfaiate, prefiro hamburguerias locais e assim a gente vai se completando: eu compro do local e ele compra de mim. Assim, fazemos a economia local girar, sem entregar dinheiro na mão das multinacionais", analisa.

Maia é dono da Memoro Atelier. "Eu faço diários onde cada folha tem cores e texturas diferentes, como forma de estimular a criatividade. É algo que a pessoa vai carregar com ela e sempre vai se lembrar quem deu aquele presente. Por isso, a gente chama de objetos afetivos", afirma.

De acordo com a analista de inteligência do Sebrae Minas, Bárbara de Castro, o movimento de comprar do pequeno é transformador. "Só para contextualizar, 99% dos estabelecimentos são micro e pequenos negócios. Quando alguém compra deles, estimula a economia local e gera transformações, porque o dinheiro investido fica ali, na própria comunidade", analisa.

Força

2,04 milhões: total de micro e pequenas empresas em Minas

99% dos negócios são micro e pequenas empresas

60% dos empregos formais são gerados pelo setor

27% do PIB é formado pelo faturamento do setor

Fonte: Sebrae-MG

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Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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