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Assembléia de Minas Gerais ( Últimas Notícias ) - MG - Brasil - 13-12-2017 - 17:25 -   Notícia original Link para notícia
Militares não serão mais desviados para obra da 6ª Companhia

Garantia foi dada pelo comandante da 1ª RPM em audiência sobre irregularidades constatadas em visita de comissão.
O comandante da 1ª Região da Polícia Militar (RPM), coronel Winston Coelho Costa, garantiu, nesta quarta-feira (13/12/17), que os praças da corporação não serão mais utilizados em desvio de função como pedreiros nas obras de reforma da 6ª Companhia, situada no Centro, e assim vão reforçar o policiamento da Capital. Ele foi ouvido pelos deputados da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) a respeito das irregularidades constatadas na unidade em visita no último dia 24 de outubro.

O oficial substituiu o comandante da Companhia, major Renato Salgado Cintra Gil, e o comandante do 1º Batalhão, tenente-coronel Eduardo Felisberto Alves, que não compareceram às cinco reuniões anteriores, a última delas na semana passada, para as quais foram convocados a prestar esclarecimentos.

Ele pediu desculpas aos deputados pela ausência de seus subordinados, em virtude de estarem desempenhando outras atividades, e reconheceu a competência de fiscalização exercida pela Assembleia. Das cadeiras no Auditório, outros comandantes de batalhões da PM na capital acompanharam à audiência.

O coronel também garantiu que vai encaminhar ao comando da corporação pedido de providências da comissão para mudança na elaboração das escalas de trabalho dos policiais militares, passando para o padrão semanal, respeitando assim o que diz a Lei Complementar 127, de 2013, que fixa a jornada em 40 horas semanais, com a sua divulgação com antecipação de quatro semanas.

O objetivo disso é evitar a jornada excessiva dos militares, prática indiscriminada conforme denúncias encaminhadas aos parlamentares, e garantir a rápida compensação das horas extras. A sugestão foi apresentada por meio de requerimento apresentado pelos deputados Sargento Rodrigues (PDT), presidente da comissão, e João Leite (PSDB).

O oficial da PM disse que o registro e o cálculo da jornada de trabalho dos militares é feita de modo transparente e controlada por um sistema que assegure a compensação das horas excedentes, o que garantiria aos policiais dois finais de semana de folga por mês.

Ratos - Sobre as condições insalubres flagradas pelos deputados na visita à Companhia, como fezes de ratos no espaço onde funcionava a intendência da unidade e que faz divisa com a cozinha, o oficial, apesar de lamentar o ocorrido, admitiu que nada pode fazer. "Não é um problema específico da companhia, mas um problema sistêmico do Centro da cidade", lamentou o coronel Winston.

Outro requerimento já aprovado pela comissão, assinado por vários deputados que participaram da audiência, solicita à () de Belo Horizonte que viabilize uma parceria para o término da obra na 6ª Companhia, considerando as condições de insalubridade e de deficiência estrutural dessa unidade policial.

Outra irregularidade constatada pelos deputados na visita à 6ª Companhia foi a ausência de projeto de incêndio e saída de emergência naquela unidade policial. Segundo o coronel Winston, que em uma apresentação exibiu as melhorias feitas da unidade ao longo dos últimos anos, já foi feita licitação para confecção do projeto.

Desvio de função - O deputado Sargento Rodrigues reforçou as precárias condições de funcionamento da 6ª Companhia que, segundo ele, se refletem no trabalho desempenhado pelos militares.

Ele também afirmou que a ausência do comandante da companhia no dia da visita, agendada previamente, assim como sua recusa em comparecer às audiências da comissão, foi um desrespeito a todo Parlamento mineiro.

O parlamentar destacou, ainda, a gravidade do desvio de função dos militares. Segundo o coronel, os praças foram voluntários para a atividade, mas as obras já foram paralisadas.

"Se o comando da corporação aceitar isso, não pode mais reclamar da falta de efetivo, que é o maior fator de estrangulamento atualmente das duas forças de segurança em Minas Gerais", avaliou o deputado. João Leite apoiou a crítica do colega. "Não há explicação que justifique três sargentos trabalhando como pedreiros e dois cabos virando massa como serventes quando faltam policiais nas ruas de BH", comparou.

Crise - Para Gustavo Corrêa (DEM), os comandantes da PM têm que fazer milagre para manter a corporação funcionando quando, na prática, a obrigação de prover os meios para isso é do Governo do Estado. "Não podemos aceitar mais um governo inoperante como esse", criticou.

André Quintão (PT) rebateu as críticas e lembrou o esforço do coronel para melhorar a infraestrutura das unidades pelas quais é responsável em um cenário de recursos escassos do Executivo.

O presidente da Associação de Servidores do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (Ascobom), sargento Alexandre Rodrigues, ponderou que, com todo treinamento e experiência na área de segurança pública, os policiais não podem ser desviados de função.

Na mesma linha, o presidente do Centro Social dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiros Militares de Minas Gerais (CSCS), cabo Álvaro Rodrigues Coelho, lembrou que cabe ao Estado garantir as condições mínimas de funcionamento do aparato de segurança pública.

Consulte o resultado da reunião.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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