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Estado de Minas Online ( Negócios e Oportunidades ) - MG - Brasil - 10-12-2017 - 12:01 -   Notícia original Link para notícia
Quase um século adoçando a vida dos belo-horizontinos

Lojas passam por gerações e permanecem fiéis ao modo de fazer e comercializar seus produtos em respeito tanto ao cliente quanto aos princípios de manter a qualidade



Roberto Grochowski é a terceira geração na Lalka e destaca a fabricação de balas e chocolates de forma praticamente artesanal



A Lalka é uma das mais tradicionais fábricas de balas e chocolates de Belo Horizonte. Fundada em 1925, por Henryk Grochowiski, filho de imigrantes poloneses, a fábrica mantém a tradição de empresa familiar e oferece a um público fiel linha de produtos, em grande parte, fabricados de forma artesanal. Hoje, é administrada pelo neto de seu fundador, Roberto Grochowski, que já prepara filhos e netos para assumirem os negócios no futuro.



 A fábrica, idealizada pelo avô de Roberto, teve início em 1925, logo depois de se casar com uma senhora de Nova Lima e mudar-se do Rio de Janeiro para Belo Horizonte, estabelecendo sua fábrica e loja no Bairro Floresta, onde ainda funciona. Segundo Roberto, seu avô herdara várias receitas de origem polonesa e decidiu fazer um curso. "Durante os estudos, ele estabeleceu relação de amizade com quem viria a ser o dono da fábrica de chocolates Garoto. Ambos decidiram abrir fábricas de chocolates. Na época, quando se pensou no nome Garoto, meu avô pensou em criar a Garota. Depois, pensou em Boneca, e decidiu-se por Lalka, que é boneca em polonês", contou.


 Com o falecimento do pioneiro, em 1950, o filho, Stanislau, aos 25 anos, assumiu a direção dos negócios, que liderou até meados dos anos 1970, quando passou aos filhos a gestão, hoje administrada por Henryk e Roberto. A quarta geração da família já vem se preparando para assumir a administração. A Lalka abriu uma segunda loja na Savassi, em 1975, e, hoje, são seis em Belo Horizonte e uma na Serra do Cipó, além de pontos de atacado.


 Roberto conta que, ao assumirem a direção da empresa, sentiram a necessidade de crescimento. "Pensamos em franquias ou mesmo ampliar o número de lojas, mas preferimos manter nossa tradição de fornecer produtos sem conservantes e sem embalagens padronizadas, praticamente artesanais e passamos a trabalhar junto a outros fornecedores, como cafés e confeitarias." A fábrica envia produtos para a Confeitaria Colombo, tradicional no Rio de Janeiro.

EQUIPAMENTOS


 


Os produtos, que eram feitos um a um, passaram por algumas transformações, com a compra de máquinas e equipamentos que agilizaram a produção. São 140 produtos, entre pirulitos, balas, bombons tradicionais, diets e sem lactose. A empresa tem a característica própria e aceita encomendas personalizadas. "Fabricamos vários brindes para empresas e já recebemos até encomendas de bombons com viagra, para um laboratório", conta Roberto, que já fabricou produtos personalizados para lançamento de veículos, encomenda de cinco toneladas.


 As melhores vendas estão no Natal e na Páscoa. Os ovos vão de 10 gramas a 30 quilos. As balas são produtos únicos e com receitas "dos tempos das vovós. Algumas são recomendas até por profissionais médicos, como a de maçã, que estimula a salivação. Temos também os açúcares em formato de cristais", pontua Roberto.



No mercado virtual



Entre as pioneiras da capital, a Casa Sales ultrapassou um século e parte para vendas on-line



A Casa Sales completou 136 anos. A loja, que ainda conserva mobiliário e equipamentos do início do século passado, já projeta sua loja virtual, a ser lançada no ano que vem. Nascida em Ouro Preto, mudou-se para Belo Horizonte em 1904, se instando na Rua São Paulo, esquina com Rua dos Caetés, com a finalidade de suprir as necessidades dos construtores e novos moradores da capital que estava nascendo. Era um armazém de secos e molhados, criado por João Salles Pereira, e ultrapassou as gerações com a direção de João Salles Pereira Filho, Edmar e, agora, sob a gestão de Guilherme Salles.



 Guilherme tem a história dos negócios de sua família na ponta da língua. "O que acho que mais me impressionou foram os períodos das duas grandes guerras mundiais", conta o comerciante. Naquela época, todas as indústrias do mundo foram reprogramadas para suprir as necessidades de armamentos. Faltavam produtos nas prateleiras e a loja Salles foi se transformando em vendas de armas esportivas e de caça. E, depois da segunda guerra, se especializou em cutelaria: facas, tesouras e alicates.


 Nos primórdios, a casa tinha um perfil de clientes de alto poder aquisitivo. Mas, com a chegada dos shoppings centers, esse público foi deixando o Centro da cidade como referência comercial. A cidade foi crescendo e surgiram os problemas de locomoção e estacionamento, e agravou-se, de acordo com Guilherme Salles, com o recrudescimento da violência urbana, por volta dos anos 1980. "Tivemos um surto de violência na área central que afetou muito o comércio, mas melhorou bem nos últimos anos", reconhece.


 SEGURANÇA Guilherme conta que sua proposta é transformar a loja em patrimônio da cidade, o que vem sendo construído junto com a (). Roberto diz que os negócios sofreram muito durante períodos de instabilidade política e econômica pelos quais passaram os brasileiros. Mesmo sendo comerciante de armas, Guilherme vê com preocupação, "como cidadão", o aumento da venda de armas. "Do impeachment da presidente Dilma para cá, as vendas superaram os 50%, o que pode refletir a insegurança em que vive o cidadão. Pelo menos vendemos armas de forma legal e há um controle das forças de segurança, mesmo assim, não acho interessante o caminho que o Brasil vem trilhando."


 




SAIBA MAIS


 


Conjunto arquitetônico

Em função do seu alto valor histórico, a Rua dos Caetés é definida pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural da cidade como Área de Conjunto Urbano. Tal classificação tem o objetivo de preservar seus 51 imóveis, que acompanharam a história da capital. Levando em consideração a localização dos prédios, os que estão situados na Caetés formam um importante acervo arquitetônico, que mantém a homogeneidade entre eles. Há 13 prédios construídos entre 1900 e 1930, onde predomina o estilo eclético. Em estilo art-decô são 20 e foram erguidos entre 1930 e 1950. Os construídos em 1950 são 18 e pertencem ao modernismo.


 




Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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