Apesar do alto número, quantidade de vítimas caiu 6,1% entre agosto e outubro em comparação com igual período do ano passado

CIDADES BH MG : CHUVA EM CONTAGEM . TRINCHEIRA DA CEMIGFOTO: DENILTON DIAS / O TEMPO /21.11.2017

MARIANA NOGUEIRA

Os motociclistas de Belo Horizonte estão mais conscientes. Nos últimos três meses, na comparação com o mesmo período de 2016, houve queda de 6,1% no número de acidentes envolvendo os usuários da moto, de acordo com dados de atendimentos no Hospital João XXIII. Levantamento divulgado nesta terça-feira (21) pela Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL/BH) aponta que motociclistas têm sido mais cuidadosos em relação à utilização dos equipamentos de segurança e da manutenção preventiva de seus veículos.

Em outubro de 2017, o Hospital de Pronto- Socorro João XXIII realizou 433 atendimentos a motociclistas acidentados. No mesmo mês de 2016, esse número chegou a 500. Já em setembro deste ano, foram 443 acidentes, enquanto em setembro de 2016 foram 469. Em agosto deste ano, o número foi de 479 acidentes, enquanto em 2016 foram registrados 474. Atualmente, a capital já tem 215 mil motocicletas em circulação, segundo o Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG).

Para o coordenador da Câmara Setorial Duas Rodas da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL/BH), Milton Furtado, número de acidentes tem diminuído porque usuários têm se preocupado em garantir porte de acessórios. "A gente teve um aumento significativo de melhora das condições dos equipamentos dos motociclistas, como bota, capacete, buzina, além da manutenção preventiva. Teve melhora nos pneus, nas rodas, no sistema de freios das motos. Tudo isso importa significativamente", afirmou.

Segundo a CDLCDL-BH, como reflexo da redução no número de acidentes com motociclistas, a economia aos cofres públicos está em torno de R$ 2,4 milhões. O custo médio com uma vítima fatal é de R$ 229.135, com uma vítima ferida em torno de R$ 27.690 e com alguém que sofreu um acidente mas não teve nenhum ferimento, R$ 5.172.

Os dados divulgados pela CDLCDL-BH são fruto de uma pesquisa da câmara. Para furtado, entrevistados demonstram que cidadãos têm optado por motocicletas de forma geral. Dos 653 entrevistados, 29% trabalha com motofrete,  5% são motoristas, 4% são mecânicos, 3% são vigilantes e vendedores, 2% são empresários, 2% comerciantes e 33% são de outras profissões. "É possível perceber que a maioria das pessoas vem utilizando a motocicleta como principal meio de condução para o trabalho, faculdade e lazer", afirmou o Furtado. A maior parte dos motociclistas entrevistados possui entre 26 e 40 anos.

Em relação ao estado geral das motocicletas, segundo a pesquisa, 76% dos veículos estão aptos para serem pilotados, 20% estão razoáveis e 4% estão completamente inaptos.

Ainda para o coordenador Furtado, mulheres têm optado por motocicletas de forma significativa, o que, pode, inclusive, fomentar a indústria de equipamentos para motos e veículos. "Em 2014, a gente tinha 1% dos motociclistas abordados sendo mulheres, ano passado foi 6% e esse ano é 8%. Então está tendo uma mudança de comportamento, forçando o fabricante a criar equipamentos de segurança para o modelo feminino, porque a mulher é mais vaidosa, quer uma bota bacana com design, quer uma capa, uma jaqueta com design, uma luva mais bacana. A mulher nos mostra na nossa campanha que a condição da motocicleta dela e da pilotagem é até melhor que a de muitos homens", afirmou.

Confira os resultados da pesquisa:

Equipamentos obrigatórios:

Capacete
76% bom em 2017 - 68% bom em 2016
19% razoável em 2017 - 22% razoável em 2016
5% ruim em 2017 - 10% ruim em 2016

Buzina
95% bom em 2017 - 87% bom em 2016
3% razoável em 2017 - 4% razoável em 2016
4% ruim em 2017 - 4% ruim em 2016

Não obrigatórios:

Jaqueta
33% bom em 2017 - 54% bom em 2016.
33% razoável em 2017 - 14% razoável em 2016.
35% ruim em 2017 - 32% ruim em 2016.

Calçados
40% bom em 2017 - 53% bom em 2016
55% razoável em 2017 - 38% razoável em 2016
6% ruim em 2017 - 10% ruim em 2016

Luvas
14% bom em 2017 - 40% bom em 2016
0% razoável em 2017 - 0% razoável em 2016
76% ruim em 2017 - 60% ruim em 2016

Sistema rodante

Pneus
69% bom em 2017 - 55% bom em 2016
27% razoável em 2017 - 37% razoável em 2016
4% ruim em 2017 - 8% ruim em 2016

Freios
74% bom em 2017 - 63% bom em 2016
23% razoável em 2017 - 26% razoável em 2016
2% ruim em 2017 - 11% ruim em 2016

Rodas
91% bom em 2017 - 80% bom em 2016
8% razoável em 2017 - 16% razoável em 2016
1% ruim em 2017 - 3% ruim em 2016