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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 07-11-2017 - 04:00 -   Notícia original Link para notícia
Nem sinal de Papai Noel

É como se a comemoração estivesse organizada, mas Noel e seus convidados não dão o ar da graça"
Fruto típico das ceias de fim de ano, as castanhas portuguesas chegaram ao varejo de Belo Horizonte, anunciando o tempo mais esperado pelo comércio para faturar. Num dos endereços tradicionais de consumo nesta época, o Mercado Central de BH, a iguaria era encontrada na semana passada a R$ 55 o quilo. Avelãs americanas, também cobiçadas nas mesas das festas natalinas, desembarcaram ao custo de R$ 49 por quilo para o consumidor, enquanto o quilo do figo seco varia entre R$ 48 e R$ 51,60. A receptividade do cliente a esses produtos recém-chegados, segundo os comerciantes, foi tão morna quanto tem sido o seu interesse pela data.

É como se a comemoração estivesse organizada para começar, mas a estrela, Noel, e seus convidados não dão o ar da graça. "Não vejo alegria e ninguém está falando no Natal", diz Lízio Dias, proprietário do veterano O Rei da Feijoada. A casa especializada em uma das carnes mais demandadas de dezembro, o leitão mineiro, ainda aguarda sinais dos consumidores para planejar as encomendas a fornecedores do interior do estado.

No ano passado, o quilo do leitão abatido fresco era oferecido no Mercado Central de BH a preços entre R$ 19 e R$ 22. Embora num cenário favorável da inflação, o bicho abatido e limpo era vendido na semana passada a R$ 23,90 o quilo. A grosso modo, a alta superou a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) medido na capital mineira pela Fundação Ipead, vinculada à UFMG, que acumulou 3,65% nos últimos 12 meses. Sem procura, fica difícil explicar o aumento real, quer dizer, acima da taxa média de evolução do custo de vida.

Pedro Edson de Menezes, dono do frigorífico Montalvânia, diz que a tendência é de redução dos preços das carnes procuradas para as festas de fim de ano, diante da deflação observada em alguns grupos de produtos combinada à baixa demanda. "Em outras épocas já estaríamos formando estoques. Esperamos, agora, demanda só mais próximo do Natal", afirma.

Na concorrência com o leitão, peru, chester e lagarto, é o pernil de porco que poderá concentrar os pedidos para a ceia, na avaliação de Pedro Menezes. O corte está sendo vendido a até R$ 15,90 o quilo, preço que pode recuar à faixa de R$ 11,90 a R$ 12,90 em dezembro, estima o comerciante. A ausência de estoques planejados dificulta bastante o dia a dia do comércio.

As encomendas das pessoas jurídicas para o fim de ano, da mesma forma, ainda não passaram de acanhadas consultas, conta Antônio Sérgio Tavares, à frente da delicatéssen Império dos Cocos, no ramo há 55 anos. "O espírito natalino não baixou. Nem previsão futura de encomendas chegou", afirma. Além das vendas de varejo, a empresa sempre trabalhou com clientela firme de pequenas e grandes organizações, incluindo escritórios de advocacia acostumados a distribuir brindes.

A expectativa de Tavares é de que os pedidos sejam feitos em dezembro, como ocorreu em outros anos de crise na economia. Pesquisa feita nas capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Consumidor (SPC Brasil) indicou que um terço dos comerciantes projeta vendas estáveis frente a 2016. Outros 39% acreditam em negócios melhores neste ano. A taxa, embora positiva, deve ser muito baixa, não superior a 0,8% ante o faturamento do mesmo período do ano passado. Se parece um número medíocre, em 2016, eles esperavam queda de 1,8%.

Preocupação a mais no balcão, há dúvidas sobre o pagamento do décimo terceiro salário pelo governo estadual e pelas próprias empresas. Ainda que a remuneração extraordinária não falte, Antônio Sérgio Tavares lembra que há muitas prioridades no orçamento apertado das famílias.

5,18%

Foi quanto cresceu o número de dívidas em atraso de pessoas jurídicas junto ao SPC de BH em setembro, frente ao mesmo mês do ano passado. Em 2016,o aumento foi de 16,78% na mesma base de comparação com 2015

Renegociação

on-line

A de Belo Horizonte (/BH) e a startup Acerto criaram plataforma on-line para renegociação de dívidas, que resultou em R$ 400 milhões de recebíveis já cadastrados. Automatizado, o sistema simplifica o processo de renegociação, disponível durante 24 horas pro dia dia sete dias na semana. Passa de 3 mil o número de consumidores inadimplentes que têm se cadastrado todo mês no site.

Cautela

A confiança dos empresários da indústria nas condições atuais dos negócios em Minas Gerais e no Brasil segue baixa. De acordo com pesquisa da Fiemg, o indicador marcou 49,1 pontos em outubro, redução de 2,2 pontos na comparação com setembro (51,3 pontos). Há otimismo, no entanto moderado, demonstrado pelo índice de expectativas para os próximos seis meses, que alcançou 58 pontos no mês passado. Em setembro, a pontuação foi de 56,8.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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