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Portal EM ( Economia ) - MG - Brasil - 29-10-2017 - 00:12 -   Notícia original Link para notícia
Quem busca serviço em BH pode conseguir trabalho nos dois meses antes do Natal

Contratações devem superar em 16% as feitas no final de 2016










"A pessoa não precisa ter experiência. Tem que ter vontade de trabalhar e fazer a diferença. E o profissional que se destaca tem sempre lugar dentro da empresa" - Camila Ferraz Arruda, gerente de loja (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Desempregados em Belo Horizonte têm adiante pelo menos 13 mil chances de conseguir um trabalho no fim do ano. Há dois meses do Natal, considerada a melhor época para as vendas no varejo, o comércio se movimenta e prevê a abertura de 13.007 vagas temporárias na capital mineira. A perspectiva é de um desempenho melhor em relação ao ano passado, tratado como o "fundo do poço" pelos empresários. De acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas (Fecomércio-MG), 16,3% dos varejistas pretendem contratar temporários, um crescimento de 4,4 pontos percentuais em relação aos 11,9% de 2016.

A procura é, sobretudo, por vendedores (50%), estoquistas e repositores (16,3%), operadores de caixa (12,8%) e auxiliares de vendas (11,6%). A abertura de mais vagas tem como pano de fundo um aumento na confiança do empresariado na economia, que melhorou os indicadores com a redução da inflação, a diminuição do desemprego e a redução da taxa de juros. "A tendência é de retomada no comportamento de consumo. Além disso, o Natal é a data de maior expectativa para o varejo", afirma o coordenador de economia da Fecomércio, Guilherme Almeida.

Segundo o coordenador, no segmento de alimentação e vestuário, as vendas do fim do ano chegam a representar 60% do total do ano. É exatamente por isso que a Associação Mineira de Supermercados (Amis) estima a criação de mais de 4 mil vagas no setor, que emprega mais de 180 mil pessoas no estado. Os postos estão concentrados principalmente nas 50 maiores redes. Supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo representam 9,2% das vagas temporárias.

As contratações entre os supermercadistas superam em 33% as do ano passado e a maior oferta se deve ao desempenho mais estável ao longo deste ano. "Em 2016, não tivemos crescimento, e este ano o acumulado está em 2,16%, e isso é um bom sinalizador para o Natal", afirma o superintendente da Amis, Antônio Claret Nametala. Outra boa notícia é que 15% dos temporários devem ser efetivados. Se considerado o comércio em geral, a expectativa de efetivação é de 41,2% depois de terminado o período de trabalho, é alta ou muito alta, segundo o levantamento da Fecomércio.



"Em 2016, não tivemos crescimento, e este ano o acumulado está em 2,16%, isso é um bom sinalizador para o Natal" - Antônio Claret Nametala, superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis) (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

O empresário Donato Carvalhaes, um dos sócios da Line BHZ, holding que reúne 22 lojas de cinco marcas, está animado para o Natal deste ano e, por isso, aumentou em 25% as contratações para o fim do ano. A holding está à frente de franquias como Forum e a Ótica Chilli Beans. "A economia estava numa situação pior e também tivemos uma Black Friday (alguns dias em novembro de grandes descontos que reproduz tradição nos Estados Unidos) muito agressiva, o que fez minguar o Natal. Agora esperamos uma Black Friday boa e um Natal também", diz.

As vagas são, sobretudo, para vendedores. Segundo Carvalhaes, experiência não é um critério levado em conta. "A primeira coisa que olhamos é a pessoa querer. O varejo tem que querer, porque todo mundo vai festejar e a pessoa trabalhando", afirma. O perfil das vagas é bem amplo e abrange pessoas de 18 a 40 anos. Ele reforça que a vaga temporária é uma chance para ter emprego o ano inteiro. "Ano passado, efetivamos 40% dos temporários", conta.

VESTIBULAR

A concorrência por uma vaga na loja Hering do Shopping Contagem está mais acirrada do que vestibular. São sete vagas anunciadas e, até o momento, 2,6 mil currículos recebidos. "Estamos contratando já para a Black Friday, em novembro. A pessoa não precisa ter experiência. Tem que ter vontade de trabalhar e fazer a diferença. E o profissional que se destaca tem sempre lugar dentro da empresa", afirma a gerente da loja, Camila Ferraz Arruda.

Diferentemente do que aponta o mercado, a loja está com o pé no freio e diminuiu o número de contratações este ano. Em 2015, foram 15 novos funcionários; no ano passado, 11; contra sete este ano. "Nossa análise é que, em 2015, se tivéssemos trabalhado com a metade do quadro já teria atendido o trabalho. Mas, dependendo de como for, podemos chamar reforços", afirma.

A economista Ana Paula Bastos, da de Belo Horizonte (/BH), lembra que os consumidores chegam ao fim do ano menos endividados, o que favorece as boas expectativas para o Natal. "Essa injeção de capital via Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) permitiu que os inadimplentes pagassem as dívidas", ressalta. Segundo Ana Paula, tradicionalmente, as vagas são ocupadas por pessoas acima de 18 anos, com disponibilidade para trabalhar em feriados e nos fins de semana. Simpatia e boa comunicação são atributos dos contratados.


Palavras Chave Encontradas: Câmara dos Dirigentes Lojistas, CDL
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