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O Globo Online (RJ) ( Rio ) - RJ - Brasil - 06-10-2017 - 08:44 -   Notícia original Link para notícia
Diferença de preços do seguro de carro chega a 395%

Valores cobrados de moradores de áreas violentas é sempre mais alto; Procon-RJ diz que prática não é ilegal



A violência na cidade está criando distorções que atingem em cheio o bolso dos proprietários de veículos que circulam em áreas perigosas. O seguro de um carro pode sair até quase 400% mais caro para um morador da Zona Norte em comparação ao que paga uma pessoa que vive na Zona Sul. Isso é o que mostra uma pesquisa feita pela Bidu Corretora, a pedido do GLOBO. O dono de um Ford Fusion, por exemplo, que mora na Pavuna, pode pagar R$ 16.136,39 de seguro, enquanto, para o morador de Copacabana, a apólice fica em R$ 3.255,10, uma diferença de 395,7%.





Além dos preços terem disparados no rastro da insegurança, algumas seguradoras estão se recusando a dar cobertura em bairros com altos índices de criminalidade e áreas perto de favelas, de acordo com a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).



A corretora comparou valores cobrados para endereços em seis bairros do município (Pavuna, Copacabana, Rocha Miranda, Tijuca, Méier e Barra da Tijuca) e teve como base os cinco modelos básicos de veículos que são os mais visados por bandidos, de acordo com último Índice de Veículos Roubados (IVR), divulgado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). No entanto, segundo a Susep, a pesquisa mais recente de roubos foi feita em meados de 2015.



- O incremento da criminalidade em certas regiões aumenta, consequentemente, a probabilidade de sinistros nessas áreas, e portanto tem impacto considerável no preço das apólices. Além de cotar com diversas seguradoras, o que é possível fazer simultaneamente por meio da plataforma da Bidu, a nossa recomendação é que o consumidor defina junto com um de nossos consultores qual é de fato o melhor produto para as suas necessidades entre as diversas opções disponíveis no mercado - desde coberturas compreensivas até alternativas mais econômicas, como é o caso do rastreador com seguro, por exemplo, que vem crescendo bastante, em particular em áreas de maior risco - afirma Rodolpho Gurgel, CEO da Bidu.



O preço médio do seguro de um Hyundai HB20, que está no topo da lista de veículos roubados, para um morador da Pavuna, por exemplo, sairia por R$ 6.125,79, enquanto alguém residindo em Copacabana pagaria R$ 2.094,82 - uma diferença de R$ 4.030,97, ou seja, 192% a mais. Quem mora em Rocha Miranda também ficaria na desvantagem e teria que desembolsar R$ 5.362,08. A mesma situação é a de quem mora na Tijuca, que pagaria R$ 4.364,85, em média. A cotação fica em R$ 3.052,35 para a Barra da Tijuca.



Na segunda posição dos mais roubados está o Pegeout 208. Na Pavuna, o preço médio do seguro dele seria de R$ 6.025,56, e em Copacabana, R$ 2,355,05. A cobertura para este modelo em um endereço de Rocha Miranda sairia por R$ 5.788,28; na Tijuca, R$ 3.169,18; no Méier, R$ 4.305,07; e na Barra da Tijuca, R$ 3.570,31.



Além de pagar muito mais, o morador de áreas perigosas pode até mesmo ficar sem o seguro. Como O GLOBO mostrou ontem, clientes que vivem em Manguinhos, Pavuna, Sampaio e Rocha Miranda, bairros onde são registrados altos índices de roubos de veículos, estão sendo recusados por seguradoras. Para o Procon-RJ, a prática é abusiva, e essas empresas não podem deixar de prestar os serviços por se tratar de consumidores que moram em áreas de risco.



O órgão ressalta que o "Código de Defesa do Consumidor estabelece como prática abusiva a recusa da venda de bens e serviços a quem se disponha a pagar por eles, exceto em casos regulados por leis especiais".



Quanto à diferença dos valores, o Procon afirma que as seguradoras têm uma justificativa: os índices de roubos de carros nos endereços em que o dono do carro mora ou trabalha. O órgão orienta o consumidor pesquisar bastante antes de contratar o serviço.


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