As vendas do comércio de Belo Horizonte tiveram aumento de 2,93% em agosto na comparação com julho, alcançando o melhor resultado na base mensal registrada este ano. Além disso, no comparativo anual - agosto de 2017/agosto de 2016 - as vendas aumentaram 1,02%, registrando a quarta alta consecutiva nessa base e também o melhor índice deste ano. No acumulado de 2017 (janeiro a agosto) e em relação aos últimos 12 meses, os resultados vieram negativos, com quedas de, respectivamente, 0,43% e 0,83%. Os dados são do Termômetro de Vendas divulgado ontem pela Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL-BH).

Na passagem de julho para agosto, o aumento de 2,93% nas vendas é atribuído principalmente ao Dia dos Pais. "Em todas as datas comemorativas deste ano, os resultados foram melhores que no ano passado", disse o presidente da CDLCDL-BH, Bruno FalciBruno Falci. Também impactou a antecipação do 13º salário dos aposentados, cuja primeira parcela foi paga em agosto.

Já o avanço apresentado em agosto deste ano em relação a igual mês do ano passado pode ser justificado por indicadores macroeconômicos, como queda da inflação e dos juros, além da melhoria dos índices de emprego. "Isso tudo está colaborando para que a corrosão da renda da população seja menor. Então está sobrando mais recurso para o consumidor investir em compras e serviços. Também há um otimismo que traz mais confiança ao consumidor", diz Falci.

A CDLCDL-BH ressalta que as vendas permanecem negativas no acumulado do ano (janeiro a agosto), mas registra arrefecimento no índice de queda. O resultado do varejo nos últimos 12 meses (setembro de 2016 a agosto de 2017na comparação com setembro de 2015 a agosto de 2016), também continua negativo, mas com redução de recuo.

Segundo o presidente da CDLCDL-BH, os empresários do setor estão otimistas, mas conscientes de que há um movimento de retomada econômica, ainda sem registro de incremento. "Como o crescimento vem se dando sobre bases fracas, então temos uma retomada", explica. Ele considera ainda que essa recuperação vem ocorrendo de forma sustentável. "Mês a mês está havendo uma expectativa melhor dos negócios e melhoria dos dados econômicos", diz. O receio continua sendo quanto à instabilidade do cenário político.

Ainda de acordo com Falci, o desempenho do comércio é sempre melhor no segundo semestre que no primeiro, com datas importantes como o Dia das Crianças, Black Friday e Natal. Ele informou ainda que já há sinalizações positivas para contratações temporárias no final de ano.

Setores

De acordo com o termômetro de vendas da CDLCDL-BH, os setores que tiveram crescimento na passagem de julho para agosto foram supermercados (3,88%); móveis e eletrodomésticos (3,82%); vestuário e calçados (2,88%); drogarias e cosméticos (2,06%); artigos diversos, que incluem acessórios em couro; brinquedos; óticas; caça; pesca; material esportivo; material fotográfico; computadores e periféricos e artefatos de borracha, (0,9%). Os segmentos que tiveram redução nas vendas foram veículos e peças (-0,15%); papelaria e livrarias (-0,33%); material elétrico e construção (-0,88%).

No acumulado do ano, os setores de drogarias e cosméticos (3,14%) e vestuário e calçados (1,02%) foram os únicos que apresentaram crescimento de vendas. Já na base de comparação anual (agosto de 2017/agosto de 2016), apenas o setor de papelarias e livrarias apresentaram redução nas vendas (-0,51%).

(Fonte: Diário do Comércio)