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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 04-10-2017 - 09:17 -   Notícia original Link para notícia
BNDES terá de fazer captações no mercado

Sem recursos extras, banco não terá como devolver dinheiro à União em 2018


-RIO E SÃO PAULO- O BNDES terá de fazer captações no Brasil ou no exterior para assegurar o pagamento antecipado do Tesouro em 2018. Estimativas preliminares da área técnica do banco apontam que a entrada de recursos no ano que vem deve ficar em torno de R$ 170 bilhões, e a saída, em pouco mais de R$ 200 bilhões, sem considerar o montante solicitado pela União. Essa diferença, que já demonstra o aperto no caixa, terá de ser coberta com recursos extras ou compensada com a queda no volume de desembolsos.


Este ano, a previsão de entrada de recursos no BNDES, sobretudo com o pagamento de operações de crédito contratadas no passado, deve alcançar R$ 200 bilhões, segundo uma fonte. Como a demanda pelos empréstimos do BNDES vem caindo desde 2014, o volume desembolsado também tem recuado. Por isso, à medida que esses empréstimos vencem, menos dinheiro entra no caixa do banco. Além disso, como a taxa de juros básica, a Selic, também está em queda, o dinheiro que o banco investe em títulos rende menos. Daí a queda prevista de R$ 30 bilhões no fluxo de entrada de recursos para 2018.


Paralelamente, o governo federal tem solicitado ao BNDES a devolução de recursos de várias fontes de funding do banco, para aliviar a situação fiscal da União. A estimativa de saída de R$ 200 bilhões em 2018 leva em conta a devolução do FAT, o saque do PIS/Pasep, despesas financeiras do BNDES (com juros e encargos) e o desembolso de aproximadamente R$ 90 bilhões. A margem de manobra do banco está justamente aí: se devolver mais dinheiro ao Tesouro e as captações não forem bem-sucedidas, terá de emprestar menos. DEMANDA DE R$ 90 BI A R$ 120 BI No acumulado de janeiro a agosto, o BNDES liberou R$ 45 bilhões. Para 2018, o banco trabalha com alguns cenários: no mais otimista, com crescimento de 3%a 4% da economia, a demanda de desembolsos seria de R$ 100 bilhões a R$ 120 bilhões. No cenário mais conservador, com avanço de 1% do PIB, a demanda seria de R$ 90 bilhões.


Na avaliação do diretor financeiro do BNDES, Carlos Thadeu de Freitas, apenas no fim do ano, quando o cenário econômico para 2018 estiver mais definido, será possível avaliar quanto de fato o banco poderá devolver para o Tesouro. Além da devolução do FAT e da liberação do PIS/Pasep, os ministérios da Fazenda e do Planejamento já pediram a antecipação de mais R$ 180 bilhões até 2018, referentes a empréstimos feitos ao banco no passado. O BNDES se comprometeu a devolver R$ 50 bilhões este ano. Os R$ 130 bilhões restantes estão sob avaliação.


Em evento em São Paulo, o diretor de Planejamento e Pesquisa do BNDES, Carlos da Costa, disse que os recursos que a instituição têm em caixa estão comprometidos com desembolsos para 2018:


- São recursos já comprometidos. Sabemos que somos parte do governo, mas não podemos nos furtar de nossa missão institucional que é financiar o desenvolvimento do país.


Freitas disse ainda que o banco precisa respeitar o chamado limite prudencial, quantia mínima que deve ficar em caixa para eventuais emergências. Hoje, esse limite é de cerca de R$ 60 bilhões, e o caixa do banco está em torno de R$ 170 bilhões.


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