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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 22-09-2017 - 07:45 -   Notícia original Link para notícia
Horário de verão: varejo teme prejuízo

Governo estuda fazer enquete junto à população sobre fim da medida


-RIO E BRASÍLIA- A notícia de que o governo avalia pôr fim ao horário de verão, por considerar o impacto no consumo de energia pequeno, não foi bem recebida por bares, restaurantes e quiosques da orla carioca. Eles argumentam que, com a hora extra de sol no fim do dia, o movimento é maior.


- Com o horário de verão, o happy hour acaba se estendendo - explica Roberto Maciel, presidente da seção carioca da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). - A vida noturna está muito ruim no Rio, parece que às 23h há toque de recolher. Com o verão, as pessoas ficam até meia-noite, 1h, aumentando as horas de faturamento.


A Federação do Comércio do Estado do Rio (Fecomércio-RJ) afirmou, em nota, que o horário de verão incentiva a geração de empregos e a arrecadação de impostos.


- Para o negócio, é positivo. Com o horário de verão, as pessoas vêm depois do expediente para cá, tomar algo, jogar um futebol ou dar um mergulho - conta Agostinho Pereira, que há cinco anos trabalha em um quiosque em Copacabana.


Rita Fernandes, presidente da Associação dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul (Sebastiana), diz temer que, com o fim do horário de verão, aumentem os casos de violência no carnaval de rua:


- Diversos blocos grandes terminam por volta das 19h, enquanto ainda está claro. A falta de luz dificultaria o controle, porque, quanto mais tarde, maior a propensão a confusão e roubos.


A repercussão levou o governo a cogitar fazer uma consulta à população. A equipe de comunicação de Michel Temer, entre eles o marqueteiro Elsinho Mouco, vai sugerir que o portal do governo produza uma enquete. O assunto está na Casa Civil e será decidido pelo presidente. Para interlocutores de Temer, o fim do horário de verão não vai desgastar sua imagem, e a pesquisa serviria apenas para ouvir a população.


A ideia de acabar com o horário de verão surgiu após um estudo do Operador Nacional do Sistema Elétrico e do Ministério de Minas e Energia concluir que seus efeitos no consumo de energia são "próximos à neutralidade". Segundo dados do governo, a economia no último verão foi de R$ 159,5 milhões, valor considerado baixo pelo setor elétrico.


O professor da área de engenharia elétrica da PUC-Rio Rodrigo Calili ressalta que, com o maior uso do ar-condicionado, o horário de pico passou a ser no meio da tarde. O presidente da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite, concorda:


- O resultado é irrisório em termos de economia de energia. (Daniel Salgado, estagiário, Letícia Fernandes, Manoel Ventura e Ramona Ordoñez)


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