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O Globo Online (RJ) ( Especial ) - RJ - Brasil - 28-08-2017 - 07:52 -   Notícia original Link para notícia
O velho livro ganha novas formas de leitura

Empreendedores inovam, apostam em modelos diferenciados de comercialização de livros, impressos ou digitais, e impulsionam o segmento


Olivro é uma forma tão evoluída e apropriada à sua tarefa, que é muito difícil substitui-lo - já disse Jeff Bezos, fundador e presidente da gigante varejista Amazon. A despeito da revolução tecnológica que lançou os e-books no mercado, a forma impressa de leitura continua sendo o carro-chefe das vendas de livros no Brasil, propiciando uma série de oportunidades para o empreendedor inovar (e faturar) com modelos de negócios voltados para diferentes públicos-alvo.


Embora atingido pelos respingos da crise - a comercialização de livros recuou 8,9% no ano passado, em relação a 2015 -, o segmento mostra-se resiliente em 2017: no primeiro semestre, cresceu 5,47% em volume de vendas, em comparação ao mesmo período de 2016, com 22 milhões de livros vendidos. O faturamento aumentou 6,59%, atingindo R$ 931,6 milhões nos primeiros seis meses desse ano.


As versões digitais representam apenas 1,09% do mercado total de livros no país e movimentaram R$ 42,5 milhões em 2016. Os dados são de um levantamento feito pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), em parceria com a consultoria Nielsen, e da pesquisa Censo do Livro Digital.


Os livros do gênero infantil, juvenil e educacional (que correspondem a 23,03% do mercado) foi a aposta de Rodolfo Reis, cofundador e CEO da Leiturinha, um clube de assinaturas voltado para o público infantil. O sistema funciona da seguinte forma: ao pagar um valor mensal fixo, o assinante recebe em casa uma caixa com livros adequados à faixa etária da , além de explicações de psicólogas e pedagogas sobre a relação entre os títulos escolhidos e o desenvolvimento dos pequenos.


Para lançar o negócio, em 2014, Rodolfo investiu R$ 1 milhão, incluindo o desenvolvimento do site, sistema de controle de pagamento, estoque e aplicativo para celulares. O retorno do capital investido aconteceu em seis meses. Hoje são mais de 70 mil assinantes em todo o Brasil e cerca de 140 mil livros vendidos por mês. A expectativa é chegar a 100 mil assinantes até o fim desse ano e registrar R$ 40 milhões de faturamento.


"Os assinantes têm acesso gratuito ao aplicativo Leiturinha Digital, com mais de 700 livros e 300 vídeos selecionados, e também ao clube de vantagens com descontos de até 50% em diversas marcas e lojas parceiras", detalha Rodolfo. IMPRESSÃO SOB MEDIDA O empresário Antônio Hércules Junior optou por investir em uma plataforma para escritores que desejam publicar seus próprios livros sem recorrer a uma editora, nem gastar dinheiro com isso. Ele é dono da PerSe, lançada em 2012, que tem um funcionamento simples: o escritor publica gratuitamente no site sua obra revisada e diagramada, que fica anunciada já com o preço final para o cliente (incluindo os custos com a impressão e o percentual relativo aos direitos autorais).


Caso haja a venda, a PerSe é responsável pela impressão e entrega do livro, seguindo as escolhas do escritor em relação ao papel e às dimensões do arquivo. O ganho da plataforma é de 25% em cima do valor arbitrado pelo escritor pelos direitos autorais, após a venda do livro. O investimento inicial para lançar o negócio foi de R$ 300 mil e o retorno do capital se deu em dois anos.


Hoje o site tem 4,8 mil livros publicados de mais de 3,5 mil autores. O faturamento mensal chega a R$ 100 mil e a margem de lucro é de 50%. Além da impressão personalizada, o site oferece serviços complementares, como revisão de livros e diagramação. "Nossa base de livros cresceu 20% entre 2015 e 2016, com uma média 800 obras vendidas por mês", informa Antônio.


Já o empreendedor Fábio Bueno Netto, dono da 24X7 Cultural, criou um jeito inusitado de vender livros: apostou nas máquinas express, as mesmas usadas para vender refrigerantes e balas em estações de metrô. O negócio começou em 2003, com investimentos de R$ 600 mil (aplicados no desenvolvimento do equipamento e em tecnologia de monitoramento). Hoje são 27 máquinas em operação: 25 na capital paulista e duas na cidade do Rio.



Por mês, são vendidos mais de 70 mil livros e o faturamento médio é de R$ 140 mil, com margem de lucro acima de 60%. "Conseguimos repassar um preço muito atrativo para o consumidor. Temos parcerias com dezenas de editoras e compramos livros em grande volume e em pontas de estoque", afirma Fábio. O próximo passo, planeja o empresário, é criar um sistema de venda online de livros por meio de uma tela touch screen, inserida na própria máquina express.


Palavras Chave Encontradas: Criança
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