Isto é - SP ( Economia ) - SP - Brasil | - 29-07-2017 - 10:20 - | Notícia original | Link para notícia |
Juro em queda, crédito difícil |
Com novo corte na Selic, taxa básica de juros fica abaixo de 10% pela primeira vez em quatro anos. A queda não significa que o dinheiro esteja mais acessível A sétima queda consecutiva da Selic, a taxa básica de juros, na quarta-feira 26, confirmou a expectativa do mercado financeiro de que o Banco Central manteria o ritmo de redução de um ponto percentual verificado na última reunião, em maio. Pela primeira vez desde 2013, a Selic ficou abaixo de 10% - ela agora está em 9,25%. Com a redução, o Brasil passou do segundo para o terceiro lugar no ranking mundial de juros reais. Para o consumidor, o crédito continua pouco acessível. Um dia depois da redução na Selic, o juro rotativo do cartão de crédito, aquele cobrado sobre o valor que o cliente não paga no vencimento da fatura, voltou a subir: está em 378% ao ano, muito acima do praticado em outros países da América Latina. Por que o consumidor brasileiro não é beneficiado pelos efeitos das sucessivas quedas na taxa básica de juros? "Quando se trata dos juros finais cobrados ao consumidor, a Selic é importante, mas uma grande parte vem do spread bancário (diferença entre quanto o banco paga ao tomar empréstimo e o quanto ele cobra do consumidor na operação de crédito)", afirma Yan Cattani, economista da Boa Vista SCPC. O cálculo do spread é baseado, entre outras coisas, no índice de inadimplência - quanto mais alto o risco do consumidor se tornar inadimplente, maiores os spreads bancários e, portanto, maiores as taxas de juros finais. O risco de inadimplência também torna mais difícil o acesso ao crédito. Mesmo quem não está negativado vem sentindo dificuldade na hora de aprovação. "É a sensação de crise: mesmo com a taxa básica em queda, o banco vai ser mais austero para conceder crédito", diz Cattani. É verdade que a inadimplência vem caindo - na avaliação acumulada em 12 meses, houve retração de 3,1% em junho deste ano -, em grande parte pela menor demanda por crédito. "O consumidor está mais cauteloso do que antigamente", afirma o economista. "Antes a gente observava grandes concessões de crédito que incorriam em inadimplência, mas agora é diferente". CRESCIMENTO Nenhuma palavra chave encontrada. |
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