Leitura de notícia
Estado de Minas Online ( Negócios e Oportunidades ) - MG - Brasil - 23-07-2017 - 11:59 -   Notícia original Link para notícia
Que tal um cafezinho?

Quinto maior mercado em consumo per capita da bebida, o Brasil deve faturar este ano cerca de R$ 21 bilhões com a produção. De olho neste filão, empresários investem em cafeterias e outros produtos ligados ao setor



Sócio na Cafeteria da Fazenda, Ivagner Ferreira coa o café na mesa dos clientes




Trazido pelos portugueses, o café chegou ao Brasil em 1727, quando os irmãos lusitanos perceberam que o território brasileiro era uma terra boa para plantio do produto, que começava a ganhar importância no comércio entre os países. De lá pra cá, o café se tornou parte do cardápio do povo e fonte de renda para milhares de pessoas em todo o território nacional. Para se ter uma ideia, as vendas do café arábica e o solúvel atingiram, no ano passado, o maior volume anual desde o início das exportações do produto no país. O setor faturou US$ 5,4 bilhões em 2016.

O Brasil é o quinto maior mercado em consumo per capita da bebida, com média de 2,2 xícaras de café por dia. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic)), o segmento com maior estabilidade entre os consumidores é o torrado e moído, categoria que representa 95% do volume total de vendas no país e está presente em 83% dos lares. De acordo com a Embrapa, o valor bruto da produção (VBP), calculado em junho, apurou que o faturamento bruto dos produtores brasileiros de café será de R$ 21,482 bilhões este ano. Desse total, o café arábica foi valorado em R$ 17,263 bilhões e o café conilon em R$ 4,219 bilhões. O VBP total deste ano, que foi estimado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com base em 26 produtores agropecuários, atingirá R$ 536 bilhões, 4,3% maior do que o alcançado no ano passado, que foi de R$ 514 bilhões.

Confiantes no setor, Geraldo do Carmo Filho e Luís Sérgio do Carmo resolveram investir no ramo e montaram o Up Café Coado. A empresa oferece kits copos com sachês. "Funciona assim: aquece-se a água até a fervura, despeja-se a água fervente sobre o kit copo com sachê, aguarda-se a filtragem, descarta-se o sachê, adoça-se a gosto e degusta-se o café coado na hora", explica Geraldo. O produto está sendo vendido em cafeterias e, em breve, também poderá ser encontrado nos supermercados. "Também pode ser adquirido por telefone, e-mail ou site. O café é de alta qualidade e procede do Sul de Minas", esclarece o empresário.

"Para se ter uma alternativa ao café espresso (muito amargo) e reduzir o desperdício do café coado tradicionalmente, uma vez que grande parte da garrafa térmica é descartada, desenvolvemos o Up Café. O objetivo é ter um café coado de qualidade, preparado na hora, em uma dose. Além disso, ele dispensa a utilização de máquina de pressurização, como no preparo do café espresso, já que usa a gravidade para a filtragem e é totalmente descartável. O preparo é rápido e prático, podendo ser feito por aqueles que apreciam um bom café coado", ressalta o empresário.
Geraldo do Carmo Filho, sócio no Up Café Coado, oferece o kit copo com sachê para uma bebida sempre fresquinha
NOVIDADES Geraldo conta com três empregados para a produção de 5 mil unidades por dia. "No momento, não temos concorrentes, pois o produto é inovador e os pedidos de patentes já foram depositados. Esperamos que, dentro de cinco anos, o faturamento chegue ao mesmo nível das cápsulas de café espresso. O mercado de café está aquecido e ávido por novidades, tanto dentro quanto fora do Brasil. Isso se deve aos benefícios da bebida. Vale a pena investir no setor, sem nenhuma dúvida, uma vez que um sistema-piloto implantado em Poços de Calcas, no interior do estado, já mostrou a grande aceitação do produto."

O empresário diz que as dificuldades do ramo ficam por conta do alto custo de distribuição e marketing. "Nossos clientes são aquelas pessoas que preferem o café coado ao café espresso. Além disso, pode ser utilizado por qualquer um, em residências, hotéis, cafeterias, bares, restaurantes, lanchonetes, indústrias, escritórios, comércio e até mesmo por aquele pescador que quer tomar uma boa dose de café quente coado na hora". Como estratégia de vendas, os dois sócios já estão pensando em representação e comércio eletrônico.

No mercado de franquias, a empresa Café do Ponto foi pioneira ao lançar, em 1978, a primeira cafeteria no estado de São Paulo. Hoje, a marca tem mais de 60 cafeterias espalhadas pelo Brasil. A rede Café do Ponto conta com um volume de 1 milhão de visitantes por mês e, a cada quatro segundos, uma xícara do melhor espresso é extraída em uma das cafeterias.

"Acreditamos que o novo posicionamento 'arte em fazer café' remete a um processo artesanal e muito cuidadoso que se reflete intensamente no paladar e aroma de quem aprecia um café premium acessível e de tradição. Os novos blends que estamos lançando chegam para ampliar as experiências de consumidores que buscam qualidade e acessibilidade de cafés de alto padrão", explica Ricardo Souza, diretor de marketing da empresa.

VARIEDADE Ivagner Ferreira é sócio-diretor na Cafeteria da Fazenda, inaugurada há quatro anos e localizada no Bairro Anchieta. "A nossa loja oferece cafés, queijos, doces e comidinhas, produtos 100% mineiros. A procura maior é pelo pão de queijo, bolos, queijos, doces, cafés, carne na lata e comidinhas (mexido, vaca atolada, tropeiro e galinhada, entre outros).Temos 28 marcas e 36 tipos de cafés arábicos, todos com origem em Minas Gerais", explica Ivagner, que está há cinco anos no ramo. "Não somos produtores, somos lojistas, compramos e revendemos o café, servimos e revendemos aqui na loja."
Ricardo Souza, diretor de marketing do Café do Ponto, destaca o alto padrão do grão
"Fui consultor de empresas por muitos anos. Frequentava muitas cafeterias, sendo muito maltratado e com desinformação sobre o ramo, uma vez que poucas lojas oferecem cafés em maior variedade. Diante disso, percebi oportunidades e abri loja virtual, espaço para gastronomia mineira com delivery, feiras, eventos, além de outros projetos. A partir daí não tive dúvidas em montar um negócio próprio, o que culminou com a Cafeteria da Fazenda, que hoje conta com 10 empregados fixos, mais folguistas, mais motoentregadores", diz o empresário.

"Acredito que nossos diferenciais estejam na qualidade de nossos cafés e produtos. Somos a primeira cafeteria temática do Brasil, com o motivo culinária mineira. Os donos estão permanentemente no local, o atendimento é sempre avaliado, temos a maior diversidade de cafés da cidade e, sem contar as lojas do Mercado Central, temos a maior diversidade de queijos de BH. Além disso, nossos produtos são 100% mineiros, temos também um bufê self-service de café da manhã e à tarde, fácil estacionameno e horário de funcionamento", ressalta Ivagner.

"Embora o faturamento esteja melhorando muito, o mercado ainda está um pouco ruim. Mas temos feito a nossa parte, inovando, buscando diferenciais, vendas fora da loja, promovendo treinamentos e trabalhando muito", salienta o empresário. "Qualquer negócio vale a pena se se está disposto a trabalhar e fazer diferente", garante. "Não temos intenção de abrir lojas fisicas, mas estamos investindo em lojas virtuais, feiras e eventos", diz Ivagner, que vê no ramo a possibilidade crescente de aumento de receita e, consequentemente, dos lucros.


Nenhuma palavra chave encontrada.
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.