Leitura de notícia
Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 07-07-2017 - 09:40 -   Notícia original Link para notícia
Sorteadas vagas em shoppings para camelôs

PBH disponibilizou 1.547 espaços em malls populares para ambulantes e 1.134 se candidataram ao processo


Três dias após iniciar a operação de retirada dos camelôs do hipercentro da Capital, a Prefeitura de Belo Horizonte fez ontem, no auditório da Belotur, sorteio que definiu o destino dos ambulantes que pleiteavam uma das 1.547 vagas disponibilizadas por shoppings populares do município. Ao todo, 1.134 vendedores informais se cadastraram previamente para participar do processo de realocação promovido pelo Executivo.

Uma das entidades responsáveis por representar os setores de comércio e serviços da cidade, a de Belo Horizonte (-BH) elogiou, por meio de nota, a solução encontrada pela prefeitura para o impasse. O varejo é um dos segmentos mais afetados com a presença dos camelôs na região central e considera a concorrência com eles desleal. Na análise da instituição, a ida dos ambulantes para os estabelecimentos populares será benéfica para todas as partes envolvidas.

"Para os camelôs é a oportunidade de deixar a clandestinidade e passar a terem um trabalho regularizado. (...) Para a população, representa o resgate dos espaços públicos e o direito de ir e vir, sem a ocupação indevida dos passeios. Para os lojistas, representa a valorização da economia formal, que é fonte geradora de empregos e renda", diz a entidade em comunicado enviado à imprensa.

Inicialmente, o sorteio das vagas seria realizado na última semana de julho, mas, na terça-feira (4), o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), com a anuência do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), anunciou a antecipação.

Além dos ambulantes cadastrados pela prefeitura, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos revela que outras 900 pessoas teriam manifestado interesse em participar do processo, no atendimento feito à categoria no Parque Municipal no fim de junho. O órgão informou que esses trabalhadores, entretanto, ainda terão de passar por uma espécie de triagem. Se confirmados como camelôs, o Executivo estuda a possibilidade de, no futuro, sortear as 413 vagas restantes nos shoppings populares entre eles.

Para a -BH, fiscalizar e coibir o comércio informal é uma ação que compete aos órgãos públicos e a qual considera fundamental para assegurar o bem-estar social. "Portanto, torna-se necessária uma reversão desse quadro para eliminar tal atividade ilegal, que concorre de forma nociva e desigual com a economia formal", pondera a entidade lojista em outro trecho do comunicado.

Os shoppings Uai Centro, no centro de Belo Horizonte, e Uai O Ponto, situado em Venda Nova, são os dois estabelecimentos que vão receber os camelôs. As empresas foram selecionadas pela prefeitura por meio de edital de credenciamento de centros de comércio popular interessados em participar da ação temporária. A medida integra o Plano de Ação do Hipercentro, que tem como objetivo oferecer qualificação profissional aos ambulantes e promover sua inserção no mercado formal de trabalho.

Crítica - Vereadora mais votada nas últimas eleições municipais na Capital, Áurea Carolina (PSol), no entanto, criticou a opção tomada pelo Executivo. Em sua análise, faltou à prefeitura escutar e discutir, de forma ampla e participativa, com as pessoas diretamente afetadas pela operação. Para Áurea, a realocação nos shoppings populares é insuficiente e, em alguns casos, inadequada para a realidade de muitos camelôs. A vereadora acredita que a melhor escolha seria por uma saída inclusiva e diversificada.

"O que eles (camelôs) têm colocado como opção é a criação de corredores populares - que seriam feiras permanentes em avenidas como Santos Dumont e Paraná e em quarteirões fechados -, o que já é uma realidade em outras cidades do País. Além de garantir uma inserção econômica mais condizente com a necessidade dessas pessoas, é uma forma de dinamizar o espaço público", explica Áurea Carolina.

As vagas nos shoppings populares são temporárias - quatro meses - e terão custo mensal total de R$ 30 para os ambulantes. Concomitante a isso, já tramita na Câmara Municipal projeto de lei do Executivo que visa à inserção dos camelôs em shoppings privados, a preços populares, com subsídio de parte do aluguel por cinco anos pela PBH.

De acordo com a Secretaria de Serviços Urbanos, até 14 de julho, todos os camelôs sorteados já deverão estar instalados nos dois shoppings parceiros do município.



Reunião para o sorteio das vagas em shoppings populares para camelôs, realizada ontem no auditório da Belotur/Adão Souza/ PBH



Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.