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Portal O Tempo ( Cidades ) - MG - Brasil - 07-07-2017 - 03:00 -   Notícia original Link para notícia
Movimento fraco espera camelôs

Prefeitura sorteou nessa quinta-feira (6) postos de trabalho para 1.134 ambulantes em dois shoppings populares
Os 1.134 camelôs que, a partir da próxima semana, podem começar a vender suas mercadorias em shoppings populares da capital encontrarão um movimento de clientes precário e rejeição de parte dos lojistas. A afirmação é de funcionários das duas unidades do Shopping Uai, no centro e em Venda Nova. Nessa quinta-feira (6), em meio ao quarto dia de protestos da categoria, a Prefeitura de Belo Horizonte sorteou as vagas para os ambulantes nos centros de compras.

Os funcionários contam que há cerca de dois anos o movimento nos shoppings é ruim. Para parte dos lojistas, os camelôs atrairão mais movimento. Outros dizem que a concorrência ficará desleal. Por uma taxa de R$ 1 por dia, os ambulantes poderão armar bancas nos corredores dos shoppings durante, no máximo, quatro meses. Um edital para cadastramento dos centros comerciais foi aberto, e o dono do Shopping Uai ofereceu 676 vagas no centro e 871 em Venda Nova.

Para Vinicius Carrieri, 30, que há sete anos é dono de um sex shop na unidade do centro, a chegada dos camelôs não é ruim, mas a forma como está sendo feita não é ideal. "Os administradores aqui do shopping estão forçando os lojistas a irem para o primeiro andar para ceder o espaço para os camelôs. Para mim, isso é horrível porque as pessoas que entram na minha loja não querem ser vistas, querem discrição. Além disso, lá o aluguel é mais caro e já está praticamente impossível bancar os gastos aqui", afirmou.

Segundo o porta-voz e um dos administradores do shopping, Bernard Martins, 32, a mudança será para a área nobre do local. "Além disso, os ambulantes vão ocupar todos os espaços do shopping. Não haverá distinção entre camelôs e lojistas. Fora que qualquer gasto que o lojista pode vir a ter com a mudança será arcado por nós", disse.

A unidade do centro já passa por reformas para a chegada dos vendedores. Uma loja do primeiro andar teve as paredes demolidas e virou um grande galpão. Das 18 lojas do local, dez estavam com as portas fechadas nessa quinta-feira (6). Segundo os lojistas, muitos comerciantes deixaram o local por causa do valor do aluguel, que varia de R$ 1.500 a R$ 2.500.

Funcionária de uma loja de roupas no Shopping Uai do centro, Rejane Oliveira, 44, trabalha há quatro anos no local e afirma que o comércio será fechado nas próximas semanas. "Nos últimos dois anos, nosso movimento caiu mais de 80%. Não dá mais", explicou.

Para a dona de uma loja de equipamentos eletrônicos que preferiu não ser identificada, a ida dos camelôs é esperança para dias melhores. "Estou quase fechando minha loja. Com a vinda dos camelôs, vamos ter mais movimento e, quem sabe, vender mais", concluiu. (Com Maria Lúcia Gontijo)

Termo. Antes de se instalar, os camelôs têm que assinar um termo de ingresso. O documento estará disponível de segunda a sexta-feira da semana que vem, mesmo prazo para a alocação.

Saiba mais

Câmara. O projeto de lei que assegura que os camelôs possam comercializar seus produtos em centros de comércio popular já está pronto para ser votado em 1º turno na Câmara de BH. Nessa quinta-feira (6), os vereadores aceleraram a tramitação da proposta, que tem grandes chances de ser aprovada. A autoria é do Executivo. A votação pode ocorrer na próxima semana.

Apoio. A de Belo Horizonte (-BH) considera que a realocação dos camelôs em shoppings populares da cidade é uma medida positiva para todos os envolvidos.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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