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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 17-06-2017 - 08:39 -   Notícia original Link para notícia
Amazon compra Whole Foods por US$ 13,7 bi

Rede de produtos orgânicos dará à gigante on-line participação em mercado de US$ 700 bi em vendas


Gigante da internet fechou a compra da Whole Foods Market, que vende produtos orgânicos, por US$ 13,7 bi A Amazon deu mais um passo ontem para dominar o varejo americano - quiçá global. A gigante da internet anunciou a compra da rede de varejo Whole Foods Market, especializada em orgânicos, por US$ 13,7 bilhões, incluindo dívida. A Amazon vai pagar US$ 42 por ação da Whole Foods, um ágio de 27% em relação à cotação de quinta-feira. Segundo analistas, a transação coloca a Amazon em posição forte no setor de supermercados, cujas vendas anuais nos Estados Unidos chegam a US$ 700 bilhões. As ações da Whole Foods saltaram 29%, e as da Amazon subiram 2,44%.



ROGELIO V. SOLIS/APUnião. Loja da Whole Foods Market na cidade de Jackson (Mississippi): Amazon quer usar experiência agradável de compras para reforçar presença no varejo físico


"Milhões de pessoas adoram a Whole Foods Market porque oferece os melhores alimentos naturais e orgânicos, e torna divertida a alimentação saudável", afirmou em nota o presidente e fundador da Amazon, Jeff Bezos.


A Whole Foods tem mais de 460 lojas espalhadas por Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. Sua filosofia é vender somente produtos orgânicos, sem ingredientes artificiais. As lojas manterão sua marca, bem como a rede de fornecedores.


John Mackey, cofundador e presidente da companhia, disse que o acordo é "uma oportunidade para maximizar o valor dos acionistas da Whole Foods Market". Ele continuará à frente da empresa.


- Os consumidores não gostam de arrastar carrinhos enormes em longos corredores de supermercados, mas apreciam escolher carnes e vegetais de qualidade - disse à rede CNN Nadia Shouraboura, ex-executiva da Amazon. - A combinação das melhores experiências do varejo físico com a eficiência da tecnologia vai transformar os supermercados.


Mark Hamrick, analista do site Bankrate.com, disse à agência Bloomberg que o acordo é um "terremoto no setor de supermercados e no mundo do varejo".


- Há dois anos, a Amazon tenta entrar no mercado de alimentação, mas não vinha tendo o êxito que ela queria porque é um mercado off-line. A Whole Foods proporciona poder de barganha com fornecedores e capilaridade para retirada de produtos comprados on-line. A leitura que se faz é que, para o e-commerce funcionar no mercado de alimentos, é preciso uma operação off-line - disse o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra.


NO BRASIL, VAREJO SE MOVIMENTA


Terra lembra que a entrada de companhias on-line no mercado de venda de alimentos fez o setor atingir 18% na participação de vendas do varejo na Inglaterra - contra 3,5% no Brasil. Na França, diz, o varejo online de alimentos hoje representa quase 10%, no modelo click & collect (comprar no site e pegar na loja física), largamente utilizado por Carrefour e Cassino.


Segundo Terra, grandes grupos varejistas do Brasil já começaram a discutir estratégias mais arrojadas para investir no mercado on-line:


- Acho que (a operação da Amazon) é um divisor de águas também para o mercado brasileiro, porque dá um recado de que há potencial importante. Os supermercados Zona Sul e Pão de Açúcar, por exemplo, já vendem quantia relevante pela internet e vêm aumentando sua presença on-line, a partir de suas lojas físicas.


O coordenador de Varejo da Fundação Getulio Vargas (FGV), Cláudio Goldberg, acredita que a Amazon busca complementar seus canais de venda, competindo diretamente com outra gigante do setor, o Walmart, que vem comprando empresas de ecommerce.


- É um movimento cruzado. A Amazon buscando aumentar a presença física, e o Walmart no movimento inverso. Para a Amazon, é uma ação totalmente coerente, já que quem não se adaptar ao mercado vai ficar fora. A ideia é facilitar o movimento de compra, combinando a capilaridade da rede Whole Foods com uma marca sustentável, que proporciona valor agregado e produtos diferenciados para reforço de caixa - explicou Goldberg.


A SBVC estima que o Walmart encerre o ano como a maior empresa de varejo do mundo, seguido pela Amazon.



A operação tem de ser aprovada pelos acionistas da Whole Foods e pelos órgãos reguladores dos EUA. A Amazon prevê concluí-la ainda este ano.


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