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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 14-06-2017 - 04:00 -   Notícia original Link para notícia
Varejo sobe 1% em abril

Setor tem o melhor resultado para o mês desde 2006, em relação ao mês anterior, puxado pelo desempenho dos supermercados. BH registrou, porém, queda de 1,57% na mesma comparação
Rio - As vendas do comércio varejista subiram 1% em abril em relação a março, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o melhor resultado para o mês desde 2006, quando o índice avançou 1,1%. Na comparação com abril de 2016 a alta foi de 1,9%. Foi a primeira alta nessa base de comparação após 24 meses seguidos de queda. As vendas do varejo acumularam retração de 1,6% no ano e queda de 4,6% em 12 meses. Mesmo com a alta de abril ante março, o nível de vendas do varejo está 9,9% abaixo do pico histórico, registrado em novembro de 2014.

Em Belo Horizonte, apesar da melhora no cenário econômico com a desaceleração da inflação e queda nos juros, o comércio ainda não apresentou sinais de recuperação. De acordo com levantamento da (-BH), houve queda de 1,57% em relação a março. Na base de comparação anual, o índice real de vendas apresentou em abril recuo de 0,17% em relação ao mesmo mês de 2016. Para o presidente da -BH, , a queda é efeito do calendário, pois abril teve menos dias úteis que março (18 dias contra 22). No acumulado do ano, o comércio de BH recuou 0,11%. "Essa queda é reflexo do aumento da taxa de desocupação e perda na renda", afirma o presidente da -BH.

Três das oito atividades pesquisadas pelo IBGE registraram alta em abril ante março. "Embora seja um resultado positivo, ele não está disseminado entre as atividades", disse a gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Isabella Nunes. O destaque foi o segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios e fumo, com alta de 0,9%. Isabella chama a atenção para o fato de a alta do segmento ter sido precedida de quedas em março e fevereiro, com um recuo acumulado de 6%.

O desempenho das vendas nos supermercados foi influenciado pela redução da inflação e teve impacto da liberação das contas inativas do FGTS, avalia a analista. Também registraram altas os grupos atividades tecidos, vestuário e calçados (3,5%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (10,2%). No sentido oposto, as vendas do varejo de móveis e eletrodomésticos caíram 2,8% em abril ante março.

BASE DEPRIMIDA A alta de 1,9% nas vendas do varejo em abril ante abril de 2016 foi a primeira nessa base de comparação após 24 meses seguidos de queda, mas há nesse avanço um efeito calendário, por causa do feriado da Páscoa, e uma base de comparação deprimida, afirmou Isabella Nunes. A Páscoa foi em abril neste ano, enquanto, em 2016, o feriado foi em março. Nas contas da economista, sem o efeito da Páscoa, o crescimento das vendas do varejo em abril seria de apenas 0,2% ante igual mês de 2016.

Segundo a pesquisadora, a Páscoa puxa vendas de ovos e barras de chocolate, bombons e pescado, especialmente nos supermercados. "Os impactos da Páscoa não atingem todo o comércio de forma igual", afirmou Isabella, destacando que o desempenho do varejo em abril foi concentrado nos supermercados.

Além isso, ela lembrou que a base de comparação com abril de 2016 é bastante deprimida. Em abril de 2016, as vendas registraram queda de 6,9% ante igual mês de 2015. Por isso, a pesquisadora do IBGE recomendou "relativizar" a alta das vendas em abril ante o ano passado. "Esse número individual de abril de 2017 ainda não é uma reversão", disse Isabella.

NAMORADOS As vendas para o Dia dos Namorados cresceram 2,6% neste ano em relação ao registrado em 2016, apontou a Boa Vista SCPC. Com o resultado positivo, foi interrompida uma sequência de dois anos com quedas nas vendas, que apresentaram recuo de 5,8% em 2016 e retração de 0,5% no ano anterior. A recuperação do comércio em 2017, de acordo com a Boa Vista, está sendo sustentada pela inflação e juros em queda e também recursos liberados do FGTS, entre outros, que contribuem para aumentar o apetite do consumidor.

Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) apontam, no entanto, que as vendas parceladas no Dia dos Namorados deste ano caíram -9,61% na comparação com o mesmo período do ano passado. Desde 2011 o ritmo do comércio para a data vem desacelerando, sendo que nos últimos quatro anos as vendas registram resultado negativo. Em ano anteriores, as variações foram de -15,23% (2016), -7,82% (2015), -8,63% (2014), 7,72% (2013), 9,08% (2012), 10,80% (2011) e 7,23% (2010).

enquanto isso...

...Meirelles prevê desemprego menor

Novo adepto do Twitter como plataforma de comunicação com o público, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, publicou ontem na rede social que espera pela queda no desemprego a partir de agosto. Em sua avaliação, Meirelles lembrou que, pela primeira vez em três anos, o número de desempregados parou de subir em abril. "Temos que levar em conta que estamos saindo da maior recessão da nossa história, que deixou 14 milhões de brasileiros sem emprego", tuitou o ministro da Fazenda. "Os efeitos de uma recessão tão forte quanto a dos últimos anos não desaparecem do dia para a noite", completou. Dados divulgados em maio pelo IBGE apontaram que a taxa de desemprego no país alcançou 13,6% (com 14 milhões de desempregados) no trimestre encerrado em abril, o pior desempenho para essa época do ano dentro da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012. Ainda assim, o resultado indicou uma estabilização da taxa em relação ao período anterior.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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