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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 06-06-2017 - 04:00 -   Notícia original Link para notícia
Mina$ em foco

Desde a instauração do impeachment de Dilma Rousseff, o comércio de Minas viu oito meses de estagnação ou queda
Café e campanha no turbilhão da crise

Tradicional endereço de busca de votos da direita à esquerda em Belo Horizonte, o "setentão" Café Nice retrata bem o clima de ansiedade na economia real, aquela do dia a dia das empresas e do consumidor, com o novo capítulo da crise política, o julgamento que começa hoje no TSE do pedido de cassação da chapa Dilma-Temer. O balcão de apostas perdeu ibope. A torcida é por uma definição na política, seja qual for, para aliviar pelo menos parcela das tensões sobre os indicadores das vendas, da renda e do emprego, além da disposição do cliente de gastar.

É do que se convenceram empresários do comércio, a exemplo de Renato Moura Caldeira, há 43 anos à frente do Café Nice, que já recebeu de Juscelino Kubitschek a Lula, Dilma e Temer, todos em campanha. "É uma semana importante. Tem de haver uma decisão sobre qual rumo o Brasil vai tomar", afirma Caldeira. A incerteza política mata qualquer ensaio de reação do consumo.

Tanto é assim que na cafeteria até as lembranças do assédio dos políticos penduradas na parede aguçam a revolta demonstrada pelos clientes diante da corrupção envolvendo aqueles candidatos que eles viram distribuir abraços e sorrisos às vésperas de eleição. Atrás da prateleira, quem já enfrentou pelo menos seis tentativas de estabilização da economia - os planos Cruzado, Bresser, Verão, Collor I e II e Real - não tem dificuldade para classificar a encruzilhada hoje do Brasil.

Se a economia, já abatida com a longa crise política, vai ou não continuar caminhando, a pergunta que se faz é a que ritmo, diz Caldeira. Desde a instauração do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, em abril do ano passado, o comércio de Minas Gerais já acumulou oito meses de estagnação ou queda de vendas, as mais recentes de 3,1% em dezembro de 2016 e de 0,5% em março último, segundo o IBGE. Os percentuais foram intercalados por apenas quatro taxas de crescimento, duas delas medíocres, de 0,4% em junho e de 0,9% em novembro de 2016.

Nas estatísticas da de BH, houve seis retrações nesse período, duas delas em janeiro (-0,84%) e fevereiro (-0,32%), e uma taxa positiva em março, na prática estabilidade de 0,05%. A palavra que define o balanço do caixa em maio é recuperação, nada parecido ao "fim da recessão" que o governo comemorou, ao divulgar a expansão de 1% da economia brasileira no primeiro trimestre.

Aprende-se em economia que o pecado dos números está na superficialidade com que são interpretados. Nos tempos conturbados de hoje, cai como luva a frase atribuída ao ex-presidente Itamar Franco: "Os números não mentem, mas os mentirosos fabricam números".

Quem é quem

Por trás do avanço do Índice de Confiança do Empresário Industrial medido em maio pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) para 52 pontos, o que mostra confiança, está o humor das grandes empresas do setor. As pequenas e médias indústrias continuam insatisfeitos e com visão pessimista do ambiente de negócios.

Salvos do vermelho

Dos oito segmentos do comércio que a /BH acompanha, só três tiveram desempenho positivo das vendas de janeiro a março. A melhor performance foi dos negócios das drogarias, perfumes e cosméticos, com taxa de crescimento de 1,53% no ano, seguidos de supermercados e produtos alimentícios (1,12%) e tecidos, vestuário, armarinho e calçados (0,87%).

R$ 1.272 É o valor médio dos débitos das mulheres estimado em pesquisa pela /BH. A conta dos homens alcança R$ 1.593,60


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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