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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 06-06-2017 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Comércio demite 11 mil e serviços geram 10 mil vagas

Setores têm desempenhos opostos em Minas no acumulado do ano
Se por um lado comércio e serviços são setores que se complementam, por outro podem ser consideradas atividades antagônicas. Prova disso é que no acumulado do ano até abril um foi o que mais gerou empregos no Estado enquanto o outro foi o que mais fechou vagas. A explicação, segundo especialistas, está justamente nas características e na dinâmica dos segmentos.

De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de janeiro a abril de 2017, enquanto o setor de serviços gerou 10.031 vagas de empregos em Minas Gerais, o comércio extinguiu 11.178 postos de trabalho. No caso dos serviços, os números são resultantes de 205.762 contratações e 195.731 demissões, enquanto no comércio foram 129.178 admissões contra 140.356 desligamentos.

Para o economista da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), Guilherme Almeida, é preciso levar em consideração não somente o perfil das atividades, mas também a maneira como cada uma delas vem se comportando diante da crise econômica brasileira. A começar, por exemplo, que o comércio sofre com a alta rotatividade e a atividade de serviços funciona como um plano B para quem perde o emprego. "Aí a gente já vê a justificativa para um ter aumentado nos primeiros meses do ano e outro ter diminuído, por exemplo", exemplificou.

Além disso, conforme o economista, o comércio também sofre influência das datas comemorativas como Páscoa e Dia das Mães, recentemente comemoradas, que, por conta do cenário econômico adverso, influenciaram negativamente no resultado do setor.

De toda maneira, Almeida pondera que não necessariamente os comportamentos de ambos os setores continuarão assim no restante do ano. Até porque, segundo ele, dependem da demanda. "Temos uma série de fatores que influenciarão isso, como os juros elevados que afetam a renda do consumidor e o cenário político", ressaltou.

Renda apertada - O vice-presidente da de Belo Horizonte (-BH), Marco Antônio Gaspar, por sua vez, chamou atenção para a lenta recuperação da economia brasileira no decorrer dos quatro primeiros meses de 2017. Segundo ele, a renda das famílias ainda continua apertada, o que ainda está prejudicando o comércio e, consequentemente, os níveis de emprego do setor.

"O segmento de serviços, por outro lado, está conseguindo se manter um pouco mais ativo. Você consegue perceber, inclusive, que as lojas de conveniência estão adotando a prestação de serviços. Porque o consumidor está cada vez mais buscando comodidade e bem estar", explicou.

De acordo com o dirigente, o crescimento do e-commerce é um dos fatores que tem elevado o desemprego no setor de comércio. Ele lembra que as lojas virtuais precisam de menos mão de obra, enquanto o setor de serviços continua demandando profissionais.

"Inclusive há uma migração das pessoas que foram dispensadas para esse tipo de emprego porque, diante da falta de oportunidade, as pessoas estão partindo para o empreendedorismo na prestação de serviço", concluiu.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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