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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 01-06-2017 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Copom reduz a Selic para 10,25% ao ano

Corte de 1 ponto percentual anunciado ontem é o sexto da série iniciada em outubro do ano passado
Brasília - O Banco Central reduziu ontem a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, a 10,25 % ao ano, e já indicou que deve optar por um corte menor da Selic em sua próxima reunião, em julho, em meio à intensa crise política.

"Em função do cenário básico e do atual balanço de riscos, o Copom entende que uma redução moderada do ritmo de flexibilização monetária em relação ao ritmo adotado hoje deve se mostrar adequada em sua próxima reunião", informou o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC em comunicado.

Antes das delações de executivos da JBS virem à tona e colocarem em xeque o governo do presidente Michel Temer, boa parte dos agentes econômicos apostava que o BC aceleraria o passo e cortaria os juros em 1,25 ponto nesta reunião diante da evolução favorável da inflação e da fraqueza na atividade econômica.

A perspectiva, contudo, foi abandonada diante das incertezas políticas e temores de atraso na tramitação de reformas consideradas cruciais para a retomada mais sustentável do crescimento, com destaque para a da Previdência.

A esse respeito, o BC informou entender como fator de risco principal o aumento de incerteza sobre a velocidade do processo de reformas e ajustes na economia. "Isso se dá tanto pela maior probabilidade de cenários que dificultem esse processo, quanto pela dificuldade de avaliação dos efeitos desses cenários sobre os determinantes da inflação", informou.

Em outro trecho, o BC reiterou que a extensão do ciclo de flexibilização monetária dependerá, entre outros fatores, das estimativas da taxa de juros estrutural da economia. Mas ressaltou que esse quadro passou a ficar mais turvo.

"O comitê entende que o aumento recente da incerteza associada à evolução do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira dificulta a queda mais célere das estimativas da taxa de juros estrutural e as torna mais incertas. Essas estimativas continuarão a ser reavaliadas pelo comitê ao longo do tempo."

Esta foi sexta vez seguida que a autoridade monetária diminuiu a Selic, num ciclo iniciado em outubro passado que contou com dois cortes iniciais de 0,25 ponto percentual, seguidos por outros dois de 0,75 ponto e um de 1 ponto.

O BC continuou defendendo que a inflação permanece favorável, "com desinflação difundida inclusive nos componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária". Mas, mais uma vez, ressaltou que é necessário "acompanhar possíveis impactos do aumento de incerteza sobre a trajetória prospectiva da inflação".

Neste cenário, diminuiu a projeção de inflação pelo cenário de mercado a 4% em 2017, sobre 4,1% na reunião anterior. Para 2018, por outro lado, a estimativa subiu levemente a 4,6%, contra 4,5% antes.

A meta oficial é de 4,5% pelo IPCA nos dois anos, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Repercussão - Na avaliação do presidente da de Belo Horizonte (/BH), , mesmo com o abalo político sofrido pelo País nas últimas semanas, o Banco Central decidiu, acertadamente, manter o ritmo de queda da taxa básica de juros. "É preciso desvincular a economia da crise política e seguir adotando medidas que ajudem o Brasil a sair da recessão. Isso inclui a continuidade das reformas estruturais que são fundamentais para colocar o País no rumo certo", informou em nota.

O presidente do Sistema Fiemg, Olavo Machado Junior, avalia que a redução da taxa Selic é um passo importante para a economia brasileira, que tem uma das maiores cargas tributárias do mundo. Ele, porém, pede uma redução mais forte, "seria comemorada, não somente pela indústria, mas por toda a sociedade brasileira."


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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