Movimento criado por empresários na Capital busca medidas para fomentar a competitividade
Empresários do setor da moda de Belo Horizonte estão unindo forças para buscar apoio do poder público na promoção de ações efetivas de forma a aumentar a competitividade do setor e, ainda, movimentar o turismo e a cultura na Capital. Em reunião no início desta semana, representantes da área decidiram criar a Frente Mineira da Moda. O movimento agrega empresários e sindicatos do setor de confecções, joias, bijuterias, calçados e bolsa, entre outras entidades. "Belo Horizonte, na lei, já é a capital da moda. Queremos ações práticas que justifiquem esse título", disse ontem o presidente do Conselho de Assuntos Metropolitanos e Municipais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Frederico Aburachid.

A primeira iniciativa do grupo será procurar a prefeitura em busca de incentivos fiscais e também de flexibilização de parâmetros urbanísticos para empresas do setor. "Queremos eliminar entraves burocráticos na concessão de alvarás e para engenhos de publicidade, sempre respeitando as características dos bairros", exemplificou. Outras demandas ainda serão definidas.

Segundo Aburachid, o grupo passa a assimilar as pautas do chamado Distrito da Moda e a pleitear a ampliação da Área de Diretrizes Especiais (ADE) do Barro Preto, de forma que passe a ser ADE do Barro Preto e Prado. Ele informou que, atualmente, há no bairro Prado, na região Oeste, cerca de 200 empresas voltadas para a moda. "São empresas que estão criando uma identidade de forte, ligada a grifes", disse. Com a criação da ADE, o bairro pode contar, por exemplo, com sinalização diferenciada. "Temos uma janela de oportunidade aberta, que é o Plano Diretor de Belo Horizonte que está tramitando", completou.

Nas próximas reuniões, os integrantes da Frente Mineira da Moda deverão trabalhar no planejamento estratégico. "As ações já existem, mas de maneira pulverizada e, em algumas vezes, até repetitiva. Estamos unindo forças", diz Aburachid. O grupo quer implantar um calendário de eventos e ampliar ações voltadas para o interior, que também tem polos de moda.

Segundo Aburachid, o setor da moda é o segundo maior gerador de emprego no Brasil da indústria de transformação. Em Minas, a indústria do vestuário engloba cerca de 8 mil empresas que geram 150 mil empregos. Ele ressalta ainda que a capital mineira é sede do maior salão de negócios do País, o Minas Trend.

Turismo - A gerente de Marketing da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), Jussara Paim informou ontem que a Frente Mineira da Moda tem o apoio do órgão. "A Belotur entra no sentido de dar apoio na promoção do setor da moda, que tem grande potencial turístico", informou.

O vice-presidente da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL-BH), Anderson Rocha, participou, na última segunda-feira, da reunião promovida pelo Conselho de Assuntos Metropolitanos e Municipais da Fiemg. "Vamos trabalhar num planejamento estratégico para o setor de moda de BH e Minas, que tem muito a contribuir para o segmento no País", avaliou. "Vamos buscar o apoio do poder público para garantir fortalecimento e visibilidade do setor", ressaltou.

A executiva do Sindicato das Indústrias do Vestuário do Estado de Minas Gerais (Sindivest- MG), Marta Machado, disse que a reunião promoveu a articulação maior entre os setores ligados à moda. "É um grande número de instituições querendo trabalhar de forma coletiva", disse.