Comércio de BH põe à venda hoje milhares de produtos livres dos tributos e descontos podem chegar a até 80% Que o Brasil tem a carga de impostos muito elevada não é segredo para ninguém, pelo contrário, mas no cotidiano, por vezes, a gente acaba não percebendo o tanto que isso impacta no preço dos produtos. Quer fazer o exercício? Hoje é realizada a 9ª edição do Dia de Liberdade de Impostos (DLI) e alguns estabelecimentos vão comercializar com descontos que chegam a até 80%. O percentual corresponde a carga tributária que se aplica sobre os itens. Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (-BH), Bruno Falci, a edição deste ano é a maior já feita. Ao todo, 700 lojas participarão e 270 mil produtos terão o protesto em forma de promoção incidindo sobre ele. De acordo com dados da Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), até ontem já haviam sido arrecadados cerca de R$ 1 trilhão em impostos. O movimento será feito em Minas e mais 11 estados e o Distrito Federal.
Em Belo Horizonte, os produtos participantes vão de peças para automóveis a produtos de petshops, passando por alimentos, vestuário, itens de papelaria entre outros. A data é escolhida porque marca o dia em que os brasileiros passam a trabalhar para sustento próprio. Do dia 1º de janeiro até hoje, cada um trabalhou apenas para dar conta de pagar os impostos praticados pelas esferas municipal, estadual e federal. Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) mostra que 41,8% da renda bruta de cada brasileiro é destinada ao pagamento de imposto.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (-BH), Bruno Falci, afirmou que o principal problema dessa realidade é que os valores pagos não são revertidos para a população com qualidade, que acaba tendo que arcar com custos que poderiam ser contemplados pelo governo, se os valores arrecadados fossem revertidos em serviços. "O governo está sufocando a população, as empresas, as indústrias com essa carga tributária. Isso cria um ambiente desfavorável para a economia", considerou. Ainda segundo ele, a intenção com o protesto é fazer com que o consumidor perceba, na prática, que ele poderia, por exemplo, consumir mais, se os preços fossem menos afetados pela carga tributária.
Opção fácil Falci ainda destaca que o aumento da carga tributária acaba sendo a escolha mais fácil para o governo. Sempre que os recursos começam a ficar mais escassos, em vez de fazer como em um orçamento doméstico ou nas empresas que se raciona os recursos, os administradores públicos partem para a elevação das tarifas ou criação de outras. "O governo nunca se preocupou com despesa, nunca primou pela eficiência. O que ele sempre fez foi: 'vou precisar aumentar meu faturamento, vou aumentar meu imposto'. E o povo sempre tolerou", pontou.
O presidente da de BH ainda afirma que a intenção do ato de hoje é criar na população a conscientização para brigar pela redução da carga tributária, mas também para exigir serviços públicos com mais qualidade e a simplificação tributária. "Quando a gente faz esse movimento, é bom lembrar que nossos representantes, vereadores, deputados, governador e presidente, também são consumidores. E seria bom chamá-los para aproveitar essa oportunidade e ver como é bom poder comprar produtos em condições melhores. Quem sabe assim eles ajudam a desinchar a máquina pública e assim criar ambiente favorável ao desenvolvimento", considerou.
Cerca de 30 padarias associadas ao Sindicato e Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amipão) vão oferecer desconto de 20,45% sobre o pão francês e outros produtos. No caso, dos pães, os tributos se dividem em 13,45% do governo federal e 7% do estadual. De acordo com o presidente da Amipão, José Batista de Oliveira, o objetivo é reforçar a luta dos empresários e consumidores brasileiros com ações concretas que exponham essa questão. "Nossa proposta é mostrar que o imposto não prejudica o consumidor só nas grandes compras, como é o caso de tecnologias importadas ou um carro novo, que sempre pensamos ao falar do assunto. Mesmo as compras mais simples e corriqueiras estão inchadas pelo excesso de impostos e pesam no orçamento dos brasileiros", explica.
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