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Estado de Minas Online ( Negócios e Oportunidades ) - MG - Brasil - 28-05-2017 - 12:22 -   Notícia original Link para notícia
O drible da sedução

Fabricantes e vendedores de lingerie apostam na diversificação de produtos e serviços para superar a crise e ainda conquistar novos mercados


O mercado de lingeries dribla com charme a crise que assola o país, sustenta números otimistas no mercado interno e parte para exportações para compensar eventuais perdas. Para se ter uma ideia, são mais de 3,5 mil confecções, que vestem mulheres e homens com cerca de 1,5 bilhão de peças íntimas anualmente, movimentando mais de R$ 3,6 bilhões, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). O Brasil é considerado o quinto maior produtor mundial dentro da indústria têxtil, com uma produção de 2 milhões de toneladas, o que corresponde 2% da produção mundial, em um mercado dominado pela China. Nos últimos quatro anos, o crescimento do setor foi de 33%.

No ramo desde 1996, Juliana Moraes, diretora da Água Fresca Lingerie, vem tentando vencer as adversidades do mercado de forma destemida. "Sempre com muita consciência dos processos da política e economia nacionais. Acima de tudo, confiamos no país. Acredito que o empreendedor é preparado para vencer as dificuldades e colocado à prova a cada 30 dias. Surfa conforme as ondas e tenta segurar o processo, com os pés no chão e o olhar para cima. Para nos manter em crescimento, estamos investindo bastante no on-line. As vendas ainda são tímidas, mas têm crescido e é um caminho a ser seguido. Ganhamos novos clientes que antes não imaginávamos atingir."

Com cinco lojas em Belo Horizonte, a Água Fresca existe há 28 anos e hoje emprega 42 funcionários diretos, oferecendo lingeries, camisolas, pijamas, ou seja, tudo para toda a família (masculino, feminino e infantil), além de acessórios. "Temos marca própria, a Água Fresca Lingerie, desde 2009, e revendemos outras 40 marcas nacionais. A linha básica de lingeries e pijamas é o forte da empresa. Inclusive, acabamos de lançar um Guia Especial de Básicos. O que é básico? Se sentir bem e confiante em qualquer ocasião e estar à vontade com as escolhas, sem nunca deixar de ser você mesma. E quando pensamos em peças íntimas, a dúvida é: como algo tão básico pode fazer a diferença na escolha do look final?. Simples, essas peças, indispensáveis no dia a dia feminino, são capazes de ajudar a corrigir alguns defeitinhos, valorizar ainda mais o corpo, aliando conforto e toques de sensualidade."

"A partir dessas premissas, a empresa acaba de lançar um catálogo especial de básicos. O Guia da Mulher Autoconfiante propõe escolhas inteligentes, com peças em tons de nude, preto e cinza que modelam sem marcar, valorizam as curvas e comprimem sem apertar", salienta Juliana. "O diferencial do guia é apresentar peças indispensáveis com sugestões de como combiná-las com diversas opções de looks diários. A marca, além de vestir, gosta de envolver o cliente. O diferencial da marca está na preocupação extrema com qualidade, funções e beleza. São peças de desejo, mas que carregam o conforto e a funcionalidade. Também temos uma preocupação constante com o atendimento. Isso faz com que tenhamos muitos treinamentos com as equipes, para que recebam nossos clientes de uma forma especial."

VENDAS Para Luiz Cláudio R. da Silva, gerente da Loja das Meias, no Centro da cidade, o mercado está regular no momento, mas já dá sinais de melhora. A loja existe há cerca de 10 anos, emprega 10 pessoas e oferece moda íntima em geral. "Não fabricamos, mas revendemos as melhores marcas do mercado. A procura maior é pelas cintas, modeladores, meias, cuecas e calcinhas", conta o gerente.

"Acredito que um dos grandes diferenciais de nossa loja para com os concorrentes seja o preço praticado aqui, que é bem mais em conta. É um ramo concorrido e para vencer nele é preciso trabalhar bastante, ter bons preços e oferecer produtos de qualidade", aposta Luiz Cláudio, que ressalta que o faturamento é satisfatório. Ele salienta que vale a pena investir no ramo e revela que os proprietários têm a intenção de ampliar o negócio num futuro próximo. O gerente diz que uma das dificuldades do ramo é encontrar mais novidades para revender e não sabe quanto a empresa crescerá este ano. "Nossos maiores clientes são as mulheres e as vendas a varejo", ressalta. Para driblar a crise e aumentar as vendas, Luiz Cláudio diz que a empresa procura controlar as compras.

TRADIÇÃO A grife mineira Sedução Lingerie é uma empresa que lucra alto, principalmente durante o mês de maio, quando aumenta o número de casamentos. "A crise pode estar batendo na porta de muita gente, mas na nossa acaba sendo menor. O enxoval da noiva é uma tradição. O que tem acontecido é a noiva procurar meios de pagamento mais facilitados ou realizar mais chás de lingerie, que é também um outro produto que oferecemos no ateliê", comenta Terezinha Faria, sócia da grife, com ateliê no Bairro Anchieta, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.

A empresa comandada por Terezinha, que também é estilista, e a filha Amanda Cordeiro viu suas vendas associadas às noivas de maio aumentarem. "Normalmente, uma noiva nos procura de dois a três meses antes do casamento para fazer o enxoval de lingerie", comentam as empresárias. A loja criou há cerca de dois anos uma e-commerce para incrementar as vendas no Brasil e no exterior. Com esses negócios, a Sedução Lingerie aumentou o faturamento em15% em 2016 em relação ao ano de 2015. "Além de abocanhar o mercado de noivas, temos a expertise em tamanhos especiais e também em atendimento personalizado em domicílio."

Ela ressalta que os chás de lingerie são um serviço em expansão na Sedução. "A grife oferece um evento do jeito que a noiva sonhou. O pacote tem quatro horas de duração, de acordo com a necessidade delas. E pode incluir, além do espaço, bufê, palestra e a contratação de profissionais para dança sensual. "Este é um segmento muito interessante. Cada vez mais temos percebido uma demanda latente. É um serviço que tem dado muito certo."

EXPORTAÇÃO "Dentro das possibilidades da economia do país, o mercado de lingerie está indo muito bem. No ano passado, sentimos uma mudança de comportamento do consumidor, alteramos a nossa estratégia de marketing e mudamos um pouco a cartela de produtos, o que ajudou muito. Não tivemos queda de faturamento. Em contrapartida, vimos espaço para o mercado externo, fizemos a nossa primeira exportação para a Romênia, onde nossas peças foram muito bem aceitas, e continuamos a parceria até hoje. Em 2016, apostamos também muito no serviço de chá de lingerie, tanto em nosso espaço próprio quanto no espaço escolhido pela cliente".

"Hoje, com a loja virtual, conseguimos chegar a esse público. A maior parte das clientes virtuais está em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Estamos em um processo de divulgação da marca em todo o país. Começamos este ano a desenvolver um projeto que tem como objetivo pontos de vendas espalhados pelo Brasil, no atacado. Nosso objetivo é crescer cerca de 20% até o fim do ano", espera a empresária.


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