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Portal O Tempo ( Economia ) - MG - Brasil - 19-05-2017 - 03:00 -   Notícia original Link para notícia
Mercado defende manutenção de equipe econômica

Mesmo com instabilidade política, Meirelles é aprovado; perfil técnico e o fato de ter trabalhado em outro governo pesam a favor do ministro
Com ou sem Michel Temer na presidência, o mercado defende a manutenção da equipe econômica. "Se tem alguma coisa que não se deve mexer de jeito nenhum neste momento, é a equipe econômica. Mesmo que não haja condições políticas. A agenda continua, porque é preciso entender que, independentemente de concordar ou não com as reformas, elas precisam ser feitas. Se mudar agora, é arrumar mais problemas", afirma o coordenador do curso de administração do Ibmec, Eduardo Coutinho.

De acordo com ele, o grande problema é a falta de rumo. "A reforma trabalhista não teria um impacto grande nas contas públicas, mas a previdenciária é fundamental. Se não for feita, o governo terá que fazer severos cortes de gastos para sustentar o regime previdenciário", ressalta.

Na opinião de Flávio Correia, professor de economia da faculdade IBS/Fundação Getúlio Vargas (FGV), o cenário é de falta de consenso. Nesse contexto, ele avalia que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é um nome que faz algum sentido. "Além de ser muito técnico, já trabalhou tanto no governo do PT, como presidente do Banco Central, como agora, no do PMDB", considera.

Em um relatório sobre o Brasil, o Deutsche Bank afirma que a equipe econômica deve permanecer intocada. Entretanto, avalia que as reformas não passarão.

Sobre a possível substituição do presidente, o Deutsche aposta em João Doria. O banco afirma que, como a reputação do sistema político está severamente danificada, as chances de um outsider ser eleito aumenta. Em teoria, dizem os economistas, o novo cenário poderia alavancar a candidatura do prefeito de São Paulo, ainda que o PSDB tenha recebido um grande golpe pelas alegações contra o senador afastado Aécio Neves. O banco ressalta, no entanto, a distância de Doria em relação aos líderes do partido.

Em uma situação em que um número grande de políticos é visto como corrupto, as acusações que pesam sobre o ex-presidente Lula perdem alguma relevância. O banco avalia que o PT pode liderar um movimento para eleições diretas imediatas. Mas acredita que isso é visto como algo improvável porque essa opção não está prevista na Constituição e o PT não tem maioria no Congresso.

Risco-país. O Deutsche espera alta do risco-país, desvalorização cambial e alta dos juros futuros. Diz que ainda dá para manter a queda dos juros, mas o câmbio pode ser problema e afetar os preços.

Entidades cobram investigação

Em dia de turbulência política, associações empresariais clamaram pelo andamento de reformas no Congresso e pela investigação das denúncias de corrupção. Em notas divulgadas na quinta-feira (18) por elas, não há referência direta ao presidente Michael Temer (PMDB) nem ao senador afastado Aécio Neves (PSDB). A Associação Comercial de Minas (ACMinas)está entra as que se pronunciaram. "Os fatos nos põem nas mãos das instituições, mas a elas, como cidadãos livres, devemos saber nos impor. Não podemos, nesta hora, voltar a cair na desorientação e no desânimo. Como cidadãos, cabe-nos agir como protagonistas desta reconstrução em marcha e pela vontade nacional, posta nas ruas no início de 2016", informou a entidade.

A de Belo Horizonte (-BH) disse que a confiança dos empresários na economia pode cair nesse contexto político. "Não podemos esquecer que as atuais situações financeira e econômica que o país atravessa são consequência da má administração dos últimos tempos (a economia está vinculada à política). O resultado é a incerteza no empresariado. Receosos com o futuro do cenário econômico, os empresários tendem a não investir, não gerando emprego e renda. Com isso, o país, o Estado e o município perdem investimentos", informou.

A -BH defende "a apuração, a investigação e a punição cabível a todos os corruptos. Que a lei seja cumprida, e que o país continue trabalhando no combate à corrupção", afirmou. (Maria Lúcia Gontijo)


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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