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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 18-04-2017 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Consumidor usa FGTS para quitar dívidas

Recursos sacados das contas inativas já impactam o indicador de inadimplência da /BH
O número de pessoas com dívidas em atraso em Belo Horizonte aumentou 1,12% em março deste ano, no comparativo com igual mês de 2016, segundo o Indicador de Dívidas em Atraso da de Belo Horizonte (/BH) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Mesmo apontando para aumento dos devedores, o estudo traz um dado positivo: o ritmo do crescimento da inadimplência vem desacelerando.

Segundo a economista da /BH, Ana Paula Bastos, isso confirma que as pessoas estão utilizando o dinheiro sacado das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para quitar suas dívidas.

Segundo o indicador, no comparativo fevereiro de 2017/fevereiro de 2016, a inadimplência teve alta de 2,04% na Capital. Entre janeiro de 2017 e igual mês do ano anterior, o crescimento foi de 2,88%. Entre março deste ano e o mês anterior, o número de devedores subiu 0,03%. Em igual período do ano passado (março 2016/fevereiro 2016), o crescimento registrado foi de 0,93%.

"Este é o primeiro mês que medimos o impacto da liberação do dinheiro do FGTS nos índices de inadimplência", disse a economista da /BH, Ana Paula Bastos. O saque do dinheiro do FGTS teve início em 10 de março. "As pessoas que têm a possibilidade de sacar essa renda estão aproveitando para pagar dívidas. Ninguém quer ficar inadimplente ou fora do mercado de crédito, sem possibilidade de comprar a prazo", disse a economista.

Segundo ela, os números deste mês corresponderam à expectativa da /BH.

"Esperávamos uma melhora no quadro com a liberação do dinheiro do FGTS, o que aconteceu. Mas já sabíamos que não seria suficiente para uma queda da inadimplência", disse.

De acordo com Ana Paula Bastos, ainda não é possível afirmar se a tendência de redução no ritmo de aumento da inadimplência se manterá. "A melhoria definitiva depende da queda do desemprego", ressalta a economista.

O crescimento de 0,03% na inadimplência entre março e fevereiro, segundo a economista, pode ser resultado do efeito calendário. Ela lembra que fevereiro conta com menos dias úteis.

O número de dívidas em atraso - indicador que mostra a quantidade média de dívidas em atraso de cada pessoa física - registrou queda de 2,03% na comparação de março deste ano com igual mês do ano passado. Na comparação mensal, o índice em março deste ano foi de queda de 0,53% quando comparado a fevereiro.

Segundo a economista Ana Paula Bastos, esse dado indica que as pessoas estão com medo de consumir. "Há muitas pessoas desempregadas e outras que temem perder o trabalho. A queda no número de dívidas em atraso está muito ligada ao baixo consumo", explica.

Idade - Levando-se em conta a faixa etária do devedor, o destaque do aumento da inadimplência fica para as pessoas acima de 50 anos, com crescimento de 38,32%, na variação anual (março de 2017/março de 2016).

Nessa mesma base comparativa, registrou aumento o número de inadimplentes das seguintes faixas etárias: 30 a 39 anos (0,46%); 40 a 49 anos (5,01%); 50 a 64 anos (8,12%); 65 a 84 anos (13,22%); 85 a 94 anos (16,98%). As que registraram queda foram 18 a 24 anos (redução de 28,41%) e 25 a 29 anos (redução de 6,76%).

Segundo a economista, esse cenário se deve ao fato de os adultos serem os responsáveis pelas famílias. Além disso, entre os mais idosos, alguns vivem apenas com a renda da aposentadoria e, com isso, sentem mais o impacto do aumento do custo de vida. A redução da inadimplência entre os mais jovens ocorre pela entrada tardia no mercado de trabalho. Com isso, eles não têm renda para consumir.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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