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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 14-04-2017 - 10:25 -   Notícia original Link para notícia
Bolsa cai, e dólar sobe com bombardeio e crise política

Moeda americana encerra a semana com alta de 0,38%, a R$ 3,147



A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) terminou a semana em queda, e o dólar, em alta, com o aumento da tensão geopolítica, no cenário externo, e das incertezas políticas no Brasil, que podem comprometer o avanço das reformas no Congresso. Após ser divulgada a informação de que os EUA lançaram sobre o Afeganistão a maior bomba não-nuclear já utilizada pelo país, a Bovespa aumentou as perdas e encerrou o pregão com queda de 1,66%, aos 62.826 pontos, seu terceiro recuo consecutivo. Já o dólar comercial, que caía ao longo de toda a manhã, passou a subir contra o real. A divisa americana fechou com avanço de 0,38%, a R$ 3,147.



BRYAN R. SMITH/AFPTensão. Com maior incerteza geopolítica após bombardeio americano no Afeganistão, as bolsas dos EUA recuaram



- De fato, a geopolítica dos EUA está mais complicada e pesou no pregão. Mas o Brasil está tendo um desempenho pior do que outros mercados, também nos juros e no câmbio, por causa da apreensão com relação à reforma da Previdência. O prazo está chegando perto, e as notícias são desencontradas. Enquanto não passar essa apreensão, o mercado vai operar com esse viés, uma vez que havia sido precificado um cenário muito positivo - afirmou Solange Srour, economista da ARX Investimentos.



PETROBRAS E BANCOS CAEM



O Pentágono informou ontem que suas forças no Afeganistão usaram a sua mais poderosa bomba não-nuclear contra um alvo do Estado Islâmico no distrito de Achin, na província de Nangarhar, perto da fronteira com o Paquistão. A Massive Ordnance Air Blast (Moab) - que é conhecida popularmente como a "mãe de todas as bombas", por causa de sua sigla em inglês - foi desenvolvida para a Guerra do Iraque, mas esse foi seu primeiro uso em combate.



O bombardeio acrescentou tensão geopolítica ao cenário externo, que já vinha turbulento com a relação dos EUA com a Síria e a Coreia do Norte.



No Ibovespa, 46 das 58 ações fecharam em queda. O maior impacto negativo veio dos papéis mais líquidos, como Petrobras e bancos. Na petroleira, o tombo foi de 4,48% (ON) e 3,89% (PN).



No setor bancário, o Banco do Brasil recuou 5,20%, o Bradesco desvalorizou-se em 3,05%, e o Itaú Unibanco teve perda de 1,82%.



A Vale atenuou um pouco da queda do Ibovespa, subindo 0,96% nas ações PNA. Os papéis ordinários ficaram estáveis.



No pregão de quartafeira, a Bolsa fechara em queda, puxada principalmente pelo recuo expressivo de 8,52% do preço do minério de ferro no mercado internacional e pela incerteza política causada pela divulgação da lista de pedidos de inquérito do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).



Mais cedo, o dólar caía com a entrevista do presidente dos EUA, Donald Trump, ao "The Wall Street Journal", na qual diz acreditar que a moeda americana está muito forte como reflexo da confiança em seu governo.



MERCADO AMERICANO RECUA



Segundo a Guide Investimentos, Trump indicou gostar de uma política de juros baixos, deixando incerta sua intenção de interferir no banco central dos EUA. E contradisse afirmações recentes, ao dizer que a China não manipula o câmbio.



As Bolsas nos EUA também sentiram os efeitos do bombardeio no Afeganistão. O S&P 500 caiu 0,68%, o Dow Jones perdeu 0,67%, e o Nasdaq, 0,53%.



- Isso só está criando mais incerteza - declarou Frank Ingarra, operador-chefe da NorthCoast Asset Management, à Bloomberg News.


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