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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 16-04-2017 - 11:05 -   Notícia original Link para notícia
Fibra para acelerar a banda larga em MG

Vivo vai levar cobertura 3G a todos as cidades mineiras, a 4G para 350 e a internet de última geração a 40 municípios



Eduardo Navarro de Carvalho, presidente da Vivo


Em um período de no máximo 15 meses a Vivo quer levar a tecnologia 3G a todos os 853 municípios mineiros - atualmente 750 contam com o sistema. Já a tecnologia 4G estará em 350 cidades até o fim deste ano - o que equivale a quase 90% da população de Minas Gerais. Na telefonia fixa, a meta é introduzir a fibra de última geração em pelo menos 40 municípios nos próximos quatro anos. O anúncio foi feito pelo próprio presidente da Vivo, Eduardo Navarro de Carvalho, em entrevista ao Estado de Minas. A ampliação dos serviços prestados pela operadora no estado faz parte de acordo firmado com o governo mineiro e da estratégia da empresa de assegurar liderança no mercado mineiro.

"Queremos que a tecnologia esteja presente no nosso dia a dia, e vender conectividade protegida, por exemplo, de ataques cibernéticos", afirmou Eduardo Navarro. A estimativa da Vivo é investir em telefonia móvel e fixa R$ 24 bilhões até 2019 - R$ 8 bilhões a cada ano. Segundo Navarro, esse valor representa quase 20% das receitas da empresa e a prioridade é "manter e consolidar a liderança no celular e estender essa liderança à telefonia fixa". Por ano, a empresa fatura pouco mais de R$ 40 bilhões. Hoje, segundo o executivo, a Vivo tem 50% do mercado no segmento de telefonia móvel pós-paga em Minas. "Nós temos a herança da Telemig Celular, que era a referência de melhor cobertura", ressalta o presidente da Vivo. No país, a empresa também é líder no pós-pago, com 42% de mercado.

Os recursos que a operadora de telefonia vai investir entre 2017 e 2019 incluem investimentos previstos no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Tribunal de Contas da União (TCU), em outubro do ano passado, no qual a empresa está trocando multas de R$ 2,2 bilhões aplicadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) por investimentos no valor de R$ 4,87 bilhões pelos próximos quatro anos. As penalidades aplicadas pela agência tratam de violações de indicadores de qualidade, interrupções excessivas, descumprimento de metas de universalização e ampliação do acesso e desrespeito a direitos e garantias dos usuários e fiscalização. A proposta prevê também um conjunto de ações para melhorar o serviço e o atendimento ao consumidor em 551 municípios.

Para o presidente da Vivo, o TAC foi importante pois vai permitir a conversão de multas em investimentos e novas obrigações por parte da empresa, como a implantação da banda larga fixa com tecnologia FTTH (fiber to the home), conhecida como ultra banda larga. É a implantação dessa tecnologia, que vai substituir as conexões dos serviços de internet por cabos, que vai demandar a maior parte dos investimentos previstos pela empresa para os próximos anos. "O cobre já deu o que tinha que dar", diz Navarro ao afirmar que o objetivo da empresa é levar a conexão banda larga via fibra até as casas, substituindo as redes de cabos de cobre por redes de fibra óptica.

Além disso, a empresa pretende ampliar a interligação das antenas de telefonia com fibra óptica. Com o investimento na substituição do cobre pela fibra, a empresa aumenta a possibilidade de tráfego de dados pela sua rede e se prepara para atender à demanda crescente de fluxo de informações pelos celulares e tablets. "Há alguns anos, 100% do serviço de telefonia era voz, que vem diminuindo, enquanto o uso da banda larga cresce. Hoje, a banda larga já responde por mais de 50% da receita", afirma Eduardo Navarro.

Receita 

Em meio à crise econômica vivida no Brasil, ele ressalta que as empresas de telefonia tiveram suas receitas deflacionadas nos últimos anos. Isso porque, embora tenham havido reajustes, a oferta de serviços foi cada vez maior. "Muitas vezes, o consumidor que manter ou diminuir o valor da conta por um conjunto de serviço maior do que em anos anteriores. De acordo com Eduardo Carvalho, as receitas do setor como um todo tiveram uma queda real de 10%. "A receita do setor caiu 3% e a inflação ficou perto de 7% no ano passado, o que dá uma queda de dois dígitos", explica o presidente da Vivo. A empresa, segundo ele, foi na contramão do setor e fechou 2016 com um crescimento de 2%.

Além de derrubar a receita das empresas, a crise encolheu o número de celulares ativos no país. Segundo dados da Anatel, o país fechou o ano passado com 243 milhões de linhas ativas de telefones móveis, contra 258 milhões em 2015. A desativação de 15 milhões de linhas representa uma queda de 5,81% de um ano para o outro. Mas a redução no número de linhas não significa que alguns brasileiros deixaram de usar o serviço de telefonia móvel. "Muitas pessoas tinham duas, três linhas, e agora estão optando por uma só", justificou.

Além da crise, o próprio perfil do consumo contribui para essa redução no número de linhas ativas. Se antes o consumidor precisava de dois ou três chips diferentes para ligar para várias operadoras sem aumentar a conta, hoje ele se conecta via aplicativos e redes sócias. Ou seja, o serviço de voz foi substituído pelo de dados. "E nenhuma dessas empresas oferece conectividade. Se não tiver a banda larga contratada não há o serviço", observa Eduardo Navarro ao falar sobre a polêmica envolvendo a proposta de redução da velocidade da internet pelas operadoras a partir do momento que o cliente atingir o limite de tráfego do seu pacote de internet. "É outro serviço,  outro modelo, com níveis de investimento menores", reforça.

Crise Da Oi


"Eu gostaria que se encontrasse uma solução para a Oi", se limita a dizer o presidente da Vivo, Eduardo Navarro de Carvalho, ao falar sobre a crise que enfrenta a concorrente, hoje em processo de recuperação judicial. Embora não descarte estudar um oferta de negócios, Navarro diz que a Vivo não tem interesse numa possível aquisição de outra operadora. "Nós tivemos a junção da Telefónica com a Vivo e no ano passado a compra da GVT e temos um conjunto de ativos bons e não temos necessidade de crescer de forma inorgânica", afirma o executivo.



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