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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 07-04-2017 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Dívidas devoram 67,4% da renda das famílas da classe E

Nas C e D, comprometimento é de 31%. E, no geral, chega a 15%
O endividamento está gerando um elevado índice de comprometimento da renda das famílias - principalmente as das classes C, D e E -, aponta o levantamento Perfil do Inadimplente, feito pela de Belo Horizonte (-BH) na Capital e municípios da região metropolitana. Divulgado ontem, o estudo mostra que na classe E o comprometimento da renda das famílias com dívidas chega a 67,4%. Nas classes C e D, atinge 31%. Já nas A e B, o índice é de 8%. No geral - levando-se em conta todas as classes -, é de 15%.

De acordo com a pesquisa, o valor médio da dívida varia de acordo com a classe social. Na classe E, que tem renda familiar média de até dois salários mínimos (R$ 1.874), cada débito gira em torno de 1.252,36. Já nas classes C e D - cuja renda média é de 2 a 10 salários mínimos (em média R$ 5.622), a dívida é de R$ 1.754,84. Nas classes A e B (acima de 10 salários mínimos, média de R$ 14.055), a dívida média é de R$ 1.187,50.

O estudo também aponta que, se a classe E tem maior destaque em comprometimento da renda, na análise de consumidores que têm mais de duas contas em atraso, a dianteira fica com as classes A e B, com 50%. Em seguida estão as classes C e D (48,5%) e a E (46,5%). No geral, o indicador mostra que 51,5% dos entrevistados têm uma dívida; outros 32,3% têm dois ou três débitos. De quatro a seis contas atrasadas são 11,1%. Entre sete e dez são 4%, e mais de dez contas em atraso, 1%.

Segundo a economista da -BH Ana Paula Bastos, falta educação financeira em todas as classes sociais. Na Classe E, a questão é mais concentrada, porque, avalia, houve um período de consumo ampliado, com a novidade de maior acesso ao crédito, que se uniu à demanda reprimida. Em seguida, veio o cenário de recessão, com desemprego e inflação.

"As pessoas comprometeram a renda com prestações longas. Agora, estão gastando muito mais com as necessidades básicas devido à inflação. E muitas perderam o emprego", disse.

A economista ensina que, na hora de fazer as compras, principalmente as parceladas, o consumidor deve levar sempre em consideração todas as suas despesas. "Muitas vezes, a pessoa vê apenas o valor da parcela e acha que cabe no bolso, mas se esquece das outras despesas", alerta. "Não é parar de consumir, mas pensar antes", completa. A economista diz ainda que se deve comprometer no máximo 15% da renda com dívidas.

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Quitação - Ana Paula Bastos ressalta que o dado positivo do levantamento é que 83,8% dos inadimplentes pretendem quitar suas dívidas. Aqueles que querem economizar informaram que vão cortar gastos em lazer (18,8%); cartão de crédito (17,6%); cuidados pessoais (11,8%); telefonia celular e fixo (3,5%), contas em geral (2,4%), entre outros. A maior parte dos entrevistados afirma que pretende saldar as dívidas com recursos próprios (42,4%). Em seguida, vem negociação (26,3%).

"A grande maioria das pessoas quer quitar suas dívidas e poder voltar a consumir", aponta a economista. Segundo ela, a perspectiva é de queda nos índices de inadimplência, devido ao recuo da inflação e dos juros, além da liberação de parte do dinheiro das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

A pesquisa demonstrou que, nas classes C e D, 50% não vão economizar. "Nesse caso, significa que os consumidores já estão com a renda totalmente comprometida", avalia Ana Paula. Entre todas as classes, esse índice é de 28,2%.

Segundo o estudo, 14,1% disseram que não pretendem quitar os débitos, alegando, entre outros motivos, não ter condição financeira (42,9%) e discordância em relação aos valores das dívidas (21,4%). Os que responderam não saber se vão quitar somam 4%.

A -BH ouviu 100 consumidores da RMBH, no mês passado.



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Homens acima dos 45 anos, trabalhadores autônomos e casais em união estável estão entre os que acumulam as maiores dívidas, segundo o levantamento Perfil do Inadimplente, realizado pela de Belo Horizonte (-BH).

De acordo com o estudo, o valor médio da dívida na faixa etária de 45 a 54 anos é de R$ 1.900. Entre 55 a 64 anos, R$ 1.812,50; e dos 65 aos 74 anos, alcançam R$ 2.156,25.

"Geralmente, esse público é responsável financeiro pelas famílias e, por isso, tende a sentir mais o impacto da instabilidade econômica", explica a economista da -BH Ana Paula Bastos. A análise por faixa etária aponta que 16,7% dos idosos com mais de 65 anos têm mais de dez contas em atraso.

Na análise por gênero, as dívidas do público masculino, somando todas as contas em atraso, têm valor médio de R$ 1.593,60, e as do público feminino, R$ 1.272,06. Por outro lado, 52,7% das mulheres possuem mais de duas contas em atraso, ante 43,2% dos homens.

Casais que mantêm união estável apresentam o maior registro médio de dívidas (R$ 1.750). Separados, divorciados ou desquitados aparecem logo depois, com R$ 1.572,73 de média. Casados, amigados ou juntados têm dívidas estimadas em R$ 1.468,90. Solteiros, R$ 1.297,30; e viúvos, R$ 1.250.

Trabalhadores autônomos e freelancers são as ocupações que registram os maiores valores de dívidas, com média de R$ 1.808,33. Assalariados registrados têm R$ 1.360,56. Desempregados somam R$ 1.241,67 de média, e aposentados e pensionistas R$ 1.156,25.


Palavras Chave Encontradas: Câmara dos Dirigentes Lojistas, CDL
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