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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 05-04-2017 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Lojista de BH está mais confiante

Após um período negativo de um ano e meio, os comerciantes de Belo Horizonte voltaram a respirar um pouco mais aliviados. Pela primeira vez, desde outubro de 2015, o índice de confiança dos empresários quanto ao cenário econômico nacional e ao seu próprio negócio ultrapassou o nível neutro de 50 pontos, chegando a 50,7 no primeiro trimestre deste ano. O indicador de igual período do ano passado foi de 34,2. Quando perguntado sobre a situação nos próximos meses, o empresário indica uma confiança bem maior, elevando o índice para 65,5. As informações constam no Indicador de Confiança do Empresário, realizado pela de Belo Horizonte (-BH) e divulgado nessa terça-feira (4).

Segundo o vice-presidente da -BH, Marco Antônio Gaspar, o aumento da confiança se dá devido a fatores macroeconômicos, como queda da inflação e da taxa de juros, além da liberação do dinheiro das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). "Alguns pagam suas contas e podem voltar a consumir. Outros vão direto às compras", afirma.

Ele ressalta que o índice de confiança aponta para uma perspectiva futura, já que o comércio ainda não apurou aumento nas vendas. "O alento só deve vir mesmo no final do ano. Atualmente, ainda sentimos o consumidor retraído", pondera.

De acordo com o levantamento, os últimos indicadores de confiança registraram os seguintes resultados: outubro de 2016, 45,7; junho de 2016, 38; março de 2016, 34,2; e outubro de 2015, 39,3.

A pesquisa apontou ainda que a percepção dos empresários sobre a condição atual da economia não é nada boa, ficando em 27,8. Mesmo assim, já é bem maior que o índice de março de 2016, que foi de 15,5. Já o indicador de condição atual da própria empresa, que era de 25 no levantamento de março do ano passado, passou para 34,2 no indicador de março de 2017. No resultado geral, a percepção dos empresários sobre a condição atual da economia brasileira e sobre seu próprio negócio registrou 31 pontos no primeiro trimestre deste ano, contra 20,2 no levantamento de igual período de 2016.

"Mesmo estando um pouco melhor em relação ao ano anterior, esse resultado ainda é reflexo da adversidade econômica e política enfrentada pelo País ao longo de 2016", avalia o presidente da -BH, , via assessoria de imprensa da entidade.



O indicador de condição atual da própria empresa, que era de 25 pontos no levantamento de março do ano passado, passou para 34,2/Alisson J. Silva



Expectativa - Os indicadores da percepção para os próximos meses mostram maior otimismo por parte dos empresários: o item expectativa geral, que avalia a percepção sobre a economia e o próprio negócio, ficou em 65,5 pontos, também o maior resultado desde outubro 2015. No primeiro trimestre de 2016, por exemplo, ficou em 44,7.

Na avaliação feita separadamente, a percepção dos empresários sobre a expectativa para a economia nos próximos meses foi de 60,6 pontos, resultado um pouco inferior ao de outubro de 2016 (61,6 pontos), mas bem acima de março do ano passado (40,7).

Quando a avaliação é sobre seu próprio negócio, a expectativa positiva dos empresários para os próximos meses aumenta mais, chegando a 70,4 pontos. Em março do ano passado, esse índice ficou em 48,7.

A confiança de que a situação pode melhorar nos próximos meses é maior entre os empresários à frente de grandes e médias empresas, com 72,7. Já entre as pequenas e microempresas, os índices são, respectivamente, de 52,6 e 49,8.

Na avaliação do coordenador do Conselho Barro Preto, Fausto Izac, os comerciantes estão, de fato, mais otimistas, embora ainda com o pé atrás, devido a oscilações nas vendas. "Em março, até por ser um mês com maior quantidade de dias úteis, houve um aumento de 10% nas vendas. Em abril, que terá dois feriados, não sabemos como vai ficar", ressalta. Izac tem percebido uma maior circulação de dinheiro vivo e acredita que esse fato pode ser atribuído à liberação de parte da verba de contas inativas do FGTS.

Segundo a assessoria de imprensa da , para o levantamento foram entrevistados 254 empresários do comércio de Belo Horizonte em janeiro, fevereiro e março. A escala do indicador varia de zero a 100, onde zero indica a situação limite em que todos os entrevistados consideram que as condições gerais da economia e dos negócios "pioraram muito" e 100 indica a situação limite em que todos os entrevistados consideram que as condições gerais "melhoraram muito".


Otimismo do consumidor cai 2,3%


Brasília - A recuperação do otimismo do consumidor brasileiro registrada no início do ano - em janeiro e em fevereiro - não se repetiu em março. Ao contrário, a confiança caiu. O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) do mês passado ficou em 102 pontos, um recuo de 2,3% em relação a fevereiro. Se comparado com março de 2016, no entanto, o índice mostra alta de 4,5%. Mesmo assim, está 6,1% abaixo de sua média histórica.

A pesquisa, elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Ibope, mostra as expectativas do consumidor para os próximos seis meses em relação a inflação, desemprego, renda pessoal e intenção de realizar compras de maior valor, além de trazer percepções sobre situação financeira e endividamento.

De todos esses componentes, somente o índice de endividamento registrou melhora na comparação com o mês anterior, com uma alta bem pequena de 0,4%, indicando haver consumidores com menos dívidas.

Todos os outros componentes recuaram, revelando queda na confiança. O de inflação, por exemplo, teve a maior queda, ficando 6,9% menor em março em relação a fevereiro. "Este recuo indica maior preocupação do consumidor com a inflação", cita o estudo.

Segundo o economista da CNI, Marcelo Azevedo, o Inec está oscilando muito nos últimos meses em patamar muito baixo. Isso, explica o especialista, "sinaliza muita preocupação do consumidor com a economia e com sua situação financeira, o que prejudica a retomada de um consumo mais forte capaz de impulsionar a atividade econômica".

Quanto ao desemprego, o índice teve redução de 3% frente a fevereiro. O indicador sobre a renda pessoal recuou 2,9% e o de expectativas sobre compras de bens de maior valor diminuiu 1% em março em relação ao mês anterior.

O levantamento mostra ainda que, com exceção do índice de compras de bens de maior valor, os demais seguem consideravelmente abaixo de suas respectivas médias históricas.

Nesse caso, o destaque é para o índice de situação financeira, que teve queda de 2,1% na comparação com fevereiro e está 13,9% abaixo da média histórica. A edição do Inec ouviu 2 mil pessoas em 126 municípios entre os dias 16 e 19 de março. (AE)


Comércio ainda sofre efeitos da crise


A melhora do Indicador de Confiança do Empresário da capital mineira, medido pela de Belo Horizonte (-BH), ainda é reflexo apenas da expectativa dos varejistas quanto a um futuro mais promissor. No dia a dia, de acordo com o presidente da Associação de Lojistas do Hipercentro do município, Flávio Froes Assunção, a realidade do comércio belo-horizontino é bem diferente e preocupante. Mesmo com a evolução de indicadores econômicos e ações do governo federal para estimular o consumo, os estabelecimentos continuam sofrendo os efeitos da crise.

"O comércio ainda está muito fraco. Temos uma perspectiva de que vai haver uma recuperação, mas essa melhora ainda não existe, não. O governo diz que a inflação caiu, fala-se em retomada no semestre, mas por enquanto a gente ainda não vê isso", avalia Assunção.

Para o presidente da entidade, hoje o principal empecilho para a retomada do consumo por parte da população é o alto índice do desemprego no País. Com a renda restrita, a contenção de gastos tem sido cada vez maior entre os belo-horizontinos. Na última sexta-feira, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que o desemprego no Brasil já atinge 13,5 milhões de pessoas, sendo a maior taxa nos últimos cinco anos.

Além disso, medidas como a redução das taxas de juros adotada pelos bancos, a liberação pelo governo do saque de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e nem o fato de a inflação vir em ritmo de queda nos últimos meses têm contribuído para resultados concretos para o comércio.

"O consumo está até pior do que no ano passado. O desemprego, principalmente, tem influenciado para isso. Entrou o dinheiro do FGTS, mas só para pessoas nascidas em janeiro e fevereiro, então é uma base pequena. Na primeira semana em que houve os saques do benefício até teve uma movimentação maior para o comércio, mas foi só", completa o presidente.

Escalonamento - Segundo Assunção, o escalonamento do pagamento dos servidores públicos do Estado, que completou um ano em fevereiro, também tem prejudicado as vendas do varejo no hipercentro da Capital. Os consumidores, em sua maioria, têm optado por compras à vista, evitando o parcelamento. "Estamos em um momento de paralisia. Pode até estar começando a rodar a economia, mas ainda não temos sinal muito claro disso", pondera.

A expectativa do setor, no entanto, é de que o segundo semestre seja melhor, com as medidas econômicas do governo federal tendo realmente algum efeito positivo para o comércio.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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