Leitura de notícia
O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 02-04-2017 - 08:44 -   Notícia original Link para notícia
Colaboração na rede para obter crédito

Plataformas permitem que internauta empreste a pequenas e médias empresas, com alto risco e ganho elevado



Carlos Rimoldi, sócio da Light and Joy, de alimentos saudáveis, obteve R$ 60 mil de 17 usuários Foi-se o tempo em que emprestar dinheiro era privilégio de bancos e seus consortes, e pessoas comuns que se atreviam por essa seara o faziam sob o manto da ilegalidade. Em meio à onda das fintechs (start-ups financeiras), alguns sites já permitem a internautas conceder empréstimos a empresas e receber de volta juros muito acima dos ganhos obtidos em aplicações tradicionais; outros proporcionam a chance de injetar capital em companhias nascentes e se tornar sócio do negócio, mesmo que a partir de um pequeno investimento. Tudo dentro da lei, ainda que com o pré-requisito de um estômago tolerante a risco e a possibilidade real de perder todo o dinheiro empenhado.



LEO MARTINSOportunidade.



São duas as plataformas on-line de empréstimo colaborativo (o chamado peer-to-peer lending, ou P2P) a empresas, ambas funcionando há menos de um ano e meio. A Biva já tem uma carteira de crédito de R$ 18 milhões, enquanto a Nexoos já emprestou R$ 4 milhões. No outro modelo, o equity crowdfunding, a Broota permitiu que diversas companhias captassem cerca de R$ 15 milhões com 1.500 internautas, e a carioca Eqseed levantou R$ 1,1 milhão de 200 pessoas.



MUITO ACIMA DO CDI



No empréstimo colaborativo, o maior argumento para seduzir os investidores é a rentabilidade: as plataformas oferecem a possibilidade de lucrar de 17,5% até 28% ao ano - muito acima da taxa de referência do mercado, o CDI, que foi de 13,8% nos últimos 12 meses e cairá daqui para frente com a redução dos juros. Outro diferencial é receber o dinheiro de volta em parcelas mensais, acrescidas de juros.



Segundo as plataformas, elas conseguem oferecer uma rentabilidade alta porque sua estrutura digital é muito menos custosa do que a de um banco, reduzindo o spread de crédito, a diferença entre os juros pagos para captar o dinheiro e a taxa cobrada de quem pega o dinheiro emprestado. Além disso, os sites se associam a instituições financeiras de portes pequeno e médio - para formalizar a operação, como manda a legislação -, que precisam trabalhar com taxas mais agressivas do que grandes bancos.



- Não somos remunerados nem pelas pessoas nem pelas empresas que tomam empréstimo. Ganhamos com o banco parceiro - contou Jorge Vargas Neto, fundador da Biva, que tem como parceiras as financeiras Socinal, Sorocred e Barigui.



O que os sites fazem é conectar pequenas e médias empresas que estão precisando de crédito a taxas menores que as cobradas pelos bancos - de 35,4% ao ano em linhas de capital de giro, em média, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) - a pessoas que buscam rentabilidade maior para o seu dinheiro.



Nas duas plataformas em operação,



MIL



É o valor mínimo de aplicação em plataforma de empréstimo colaborativo Rodrigo Leske investiu em 14 companhias por meio de plataformas em busca de maior rentabilidade de alimentos saudáveis Light and Joy, obteve R$ 60 mil de 17 usuários da Nexoos pagando 22,85% ao ano para capital de giro e quitar outras dívidas:



- Foi uma diferença brutal em relação ao que estava conseguindo nos bancos. Procurei no BNDES, mas a linha não estava disponível no momento.



SELEÇÃO DE EMPRESAS



Renato Ximenes, advogado do Mattos Filho, alerta que o investidor deve estar ciente de que está aplicando em um negócio arriscado, que não tem o aval de uma grande instituição financeira. O principal risco é de calote da empresa tomadora. As plataformas afirmam que realizam seleções rigorosas das companhias (na Nexoos, menos de 3% das empresa são aprovadas) e que a taxa de inadimplência é abaixo de 3%. Mas os investidores devem ter noção de que há o risco de perder todo o dinheiro.



Há também o risco de o banco parceiro quebrar, mas há a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Ximenes explica que não existe norma específica para empréstimo colaborativo. Por isso, é usado um mecanismo que exige que uma financeira participe da operação e emita um CDB ou similar paralelamente. O FGC garante os papéis, até R$ 250 mil.



Greg Kelly, da Eqseed, explica que, no equity crowdfunding ,o objetivo é de longo prazo, de no mínimo quatro anos:



-O foco são start-ups com potencial de expansão acelerado nos próximos anos. O ganho pode ser muito acima da renda fixa. Mas o investidor pode, sim, perder o dinheiro investido. NOVAS MODALIDADES Empréstimo colaborativo



O QUE É:



O investidor oferece empréstimo a pequenas e médias empresas e recebe o valor de volta em parcelas mensais, acrescidas de juros



COMO FAZER:



É preciso se cadastrar em plataforma especializada. Existem duas em operação no Brasil, Biva e Nexoos



COMO FUNCIONA:



Na Biva, o investidor empresta a um grupo de empresas selecionado pela plataforma. Na Nexoos, o investidor escolhe uma empresa específica



VALORES:



Na Biva, o investidor pode oferecer empréstimo a partir de R$ 3 mil. Na Nexoos, o mínimo é R$ 10 mil



RENTABILIDADE:



Na Biva, o rendimento anual médio é de 22,5%, variando de 18% a 28%. Na Nexoos, a rentabilidade anual anunciada é de 17,5% a 25,5%



TRIBUTAÇÃO:



Incide Imposto de Renda (IR) recolhido na fonte, com alíquotas de 22,5% a 17,5% do rendimento, dependendo do prazo. A menor alíquota é para investimento de ao menos um ano



RISCOS:



Há risco de perder o dinheiro investido, se a empresa tomadora não pagar. As plataformas dizem que a inadimplência é baixa (menos de 3%) e que fazem seleção rigorosa. Injeção de capital



O QUE É:



O investidor oferece capital a start-ups e, em troca, recebe título de dívida que pode ser convertido em ações da empresa em alguns anos



COMO FAZER:



É preciso se cadastrar em plataforma especializada. Algumas em operação no país são Broota, Eqseed e Startmeup



COMO FUNCIONA:



As plataformas selecionam start-ups aptas a captar recursos e oferecem informações sobre elas



VALORES:



Geralmente, a start-up determina o valor de aplicação mínima. Algumas exigem a partir de R$ 1.000, mas a média está na casa dos R$ 5.000



RENTABILIDADE:



As start-ups e plataformas não anunciam taxa de retorno, que depende do desempenho da empresa. O investidor pode lucrar com dividendos ao se tornar sócio ou com a venda de sua fatia ao fim do prazo



TRIBUTAÇÃO:



Depende do futuro da companhia. Se ela fizer uma abertura de capital ou for vendida, há incidência de imposto.



RISCO:





O investimento não tem qualquer proteção, sendo considerado de alto risco. O investidor pode perder todo o dinheiro aplicado


Nenhuma palavra chave encontrada.
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.