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Portal O Tempo ( Economia ) - MG - Brasil - 31-03-2017 - 03:00 -   Notícia original Link para notícia
Empresários prevêem demissões sem desoneração

Impacto será negativo nas empresas, com alta nos custos
O fim das desonerações anunciado nessa quarta-feira (29) pelo governo federal para equilibrar as contas públicas não é marcado pelo consenso. Há empresários e analistas que criticam a medida, já que, conforme eles, o impacto será negativo, com aumento nos custos das empresas, redução de investimentos e, logo, retomada na geração dos empregos ainda mais demorada. Só que há uma ala que defende a medida como um remédio amargo, porém necessário.

Em vigor desde 2011, a desoneração da folha de pagamento beneficia 56 setores da economia, que pagam 2,5% ou 4,5% do faturamento para a Previdência Social, dependendo do setor, em vez de recolherem 20% da folha. Com o fim da isenção para quase todos os setores beneficiados, o governo espera arrecadar R$ 4,8 bilhões este ano.

Em nota, o presidente da de Belo Horizonte (-BH), , diz que na prática, para as empresas, o fim da desoneração implica no aumento dos impostos. Para ele, a medida não é suficiente, se o governo continua gastando mais do que arrecada. "Enquanto tivermos um sistema injusto de cobrança de tributos não teremos a esperada recuperação econômica", diz.

O coordenador jurídico da área tributária e legislativa da Fecomércio MG, Marcelo Morais, diz que o momento de estagnação da economia não é o mais propício para alta de tributos. "Além do mais, é possível que haja aumento no valor cobrado por produtos e serviços e isso tem impacto na inflação", frisa.

O economista da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) Sérgio Guerra diz que o fim das desonerações vai impactar nos custos das empresas, reduzindo a margem de lucro e, logo, diminui a capacidade de investimento e geração de vagas. "Fica um pouco mais complicado a retomada do crescimento da economia", diz.

Retrocesso. Em nota, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) classificou de "lamentável retrocesso" o fim da desoneração da folha de pagamentos. "A medida desestimula as empresas exatamente quando o emprego começa a dar os primeiros sinais de retomada após dois anos", destaca a entidade.

Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Valente Pimentel, a desoneração da folha de pagamento é "altamente nociva" para o setor. "Prejudica o custo de abastecimento local, a competitividade internacional e a geração de caixa para retomada dos investimentos", aponta.

Dever de casa. O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti, avalia que o fim das desonerações "vai retardar a recuperação econômica brasileira", que está em recessão. "A medida tem o mesmo efeito de um aumento de imposto", observa. Burti ponderou, no entanto, que entende as razões que levaram o governo a reverter as desonerações.

O professor de economia do Ibmec/MG Hélio Berni afirma que o impacto da medida é diferenciado e vai depender do custo com mão de obra de cada setor atingido. "É fato que aumento de tributo dificulta a vida das empresas. É um remédio amargo que precisa ser tomado", diz. Ele ressalta que a medida tornou-se necessária pelos erros cometidos no passado. "O dever de casa não foi feito no momento certo. Você pode postergar, mas uma hora a conta chega", observa.

Para o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV Manoel Pires, o governo precisou corrigir uma avaliação errada feita em 2016, quando o orçamento foi encaminhado ao Congresso com a previsão de 1,6% de crescimento em 2017. (Com agências)

Em fevereiro Governo teve o pior déficit

BRASÍLIA. Depois de registrar superávit em janeiro, as contas do governo voltaram ao vermelho em fevereiro. No mês passado, foi registrado um déficit primário de R$ 26,263 bilhões, segundo números divulgados nessa quinta-feira (30) pela Secretaria do Tesouro Nacional.

Isso significa que as despesas do governo federal superaram as receitas com impostos em R$ 26,263 bilhões no mês passado. Foi o pior resultado para meses de fevereiro de toda a série histórica do Tesouro, que começa em 1997.

Antes de 2017, o pior resultado para meses de fevereiro havia ocorrido no ano passado, quando as contas do governo ficaram negativas em R$ 25,002 bilhões.

Segundo a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, as transferências por repartição de receitas, com Estados e municípios, decorrentes de arrecadações concentradas no mês de janeiro, foram o principal fator sazonal que afetou o resultado de fevereiro. Com isso, as transferências apresentaram uma alta real de 7,4% no mês passado.

Banco Central

PIB. Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nessa quinta-feira (30) pelo Banco Central, reduziu para 0,5% a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2017. Antes, a projeção era de alta de 0,8%.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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