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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 22-03-2017 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Inadimplência desacelera, mas se mantém

Em Minas Gerais, aponta que índice de devedores cresceu 3,15% em fevereiro, na comparação anual
A inadimplência continua tendo alta no Estado, mas vem crescendo em ritmo menos acelerado, aponta o Indicador de Dívidas em Atraso do Conselho Estadual de SPC de Minas Gerais, divulgado ontem pela (). O índice de devedores registrou aumento de 3,15% em fevereiro, na comparação anual. No mês anterior, o patamar ficou em 4,47%. Já em dezembro de 2016, teve índice de 5,24%. Em fevereiro do mesmo ano, o aumento da inadimplência ficou em 4,9%.

"A situação está longe de ser positiva, mas a velocidade do endividamento vem diminuindo", disse o presidente do SPC Brasil e do Conselho Estadual de SPC de Minas Gerais, . Segundo ele, um dos motivos é a queda da inflação. "E isso não é mérito de gestão, mas deve-se à redução do consumo das famílias", ponderou.

Outro fator que pode influenciar na queda das dívidas nos próximos meses é a liberação do dinheiro das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). "Algumas pessoas vão pagar dívidas e podem voltar a comprar. Quem recebe esse dinheiro pode fazer seus acertos e voltar a consumir. É um dinheiro que estava parado nas mãos do governo e que vai movimentar a economia", acredita Falci.

Na avaliação do presidente do SPC Brasil, o fator mais positivo é o fato de o País voltar a gerar empregos. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostraram que, depois de 22 meses, o Brasil voltou a criar empregos e, em fevereiro, foram gerados 35.612 novos postos. "Isso é positivo não quando ocorre apenas em um mês, mas quando se repete ao longo de vários meses", ressaltou.

Gênero e idade - Segundo a pesquisa, os maiores devedores são os homens. Entre as pessoas do sexo masculino, o aumento foi de 3,06% na comparação anual. Entre as mulheres, o patamar foi de 2,86%. De acordo com Falci, como o mercado ainda paga salários mais altos aos homens, eles sofrem mais com o desemprego. Além disso, nas faixas etárias mais avançadas, o homem ainda assume o papel de esteio da família, o que contribuiu para maior inadimplência. "Além disso, em muitos casos, são os homens que assumem as compras maiores, com mais prestações", avaliou Falci.

Em fevereiro deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2016, o número de inadimplentes mais jovens, com idade entre 18 e 24 anos, caiu 25,92%, enquanto os devedores acima de 50 anos registraram a maior concentração (51,05%) entre as categorias. Segundo Falci, muitas pessoas acima dos 50 anos são aposentadas e responsáveis financeiras pelas famílias. Já entre os jovens, ele explica que a queda se deve ao fato demorarem mais a conseguir trabalho e, por isso, não poderem consumir.

Quanto ao número de dívidas - item que mostra a quantidade média de dívidas em atraso de cada pessoa física - a pesquisa apontou, na comparação anual, que em fevereiro de 2017 foi verificado um aumento de 1,07%, em Minas, junto ao SPC. No mesmo período de 2016, o aumento foi de 7,71%. Na comparação mensal (fevereiro de 2017/janeiro de 2017), houve queda no número de dívidas em 1,32%.

Empresas - Em fevereiro de 2017, houve alta de 8,15% no número de pessoas jurídicas inadimplentes. No mesmo mês do ano anterior, o índice foi de 15,89%. Em janeiro deste ano, o índice ficou em 9,16%. Para Falci, é necessário ressaltar que o País ainda apresenta cenário econômico desequilibrado, mesmo com o resultado deste ano sendo menor que o de 2016. Os principais problemas, ressalta, são inflação alta, taxa de juros elevada e instabilidade política.

O setor que registrou mais empresas inadimplentes foi serviços, com crescimento de 12,72%. Segundo a pesquisa, em fevereiro deste ano frente ao de 2016, a inadimplência na indústria teve elevação de 6,62%; no comércio, apresentou alta de 6,43%; na agricultura, cresceu 2,13%; e, em outros tipos de estabelecimentos, caiu 5,38%.

"As empresas sofrem duplamente. Perdem quando as pessoas não consomem por estarem sem dinheiro. E perdem quando os consumidores compram, mas não conseguem pagar", pondera Falci.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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