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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 09-03-2017 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Inadimplência tem alta na Capital

Em fevereiro, aumento foi de 2,04%, seguindo ritmo de janeiro, com elevação de 2,88%
Pelo segundo mês consecutivo em 2017, a inadimplência apresentou alta na capital mineira. Em fevereiro, conforme levantamento feito pela de Belo Horizonte (-BH), o número de belo-horizontinos com pendências financeiras cresceu 2,04% frente a igual período de 2016. Em janeiro, o município já havia registrado aumento de 2,88% na comparação com mesmo mês do ano anterior. Os resultados demonstram que o indicador mantém a tendência de crescimento observada ao longo de todo o ano passado.

Economista da -BH, Ana Paula Bastos explica que a elevação da inadimplência na cidade no começo de 2017 já era esperada pelo mercado. Isso porque fatores como o desemprego, além das ainda altas taxas de juros, permanecem como parte da realidade da população belo-horizontina e brasileira.

"Não tivemos alteração na taxa de desemprego, estamos com queda na renda das pessoas, e os juros, apesar dos cortes promovidos pelo governo, ainda estão em patamares elevados, o que faz com que a dívida continue cara. Todos esses fatores têm impactado nessa alta da inadimplência", afirma a economista.

Os moradores da Capital acima de 50 anos são os que mais têm sofrido para honrar os compromissos financeiros. De acordo com o levantamento da -BH, a inadimplência entre este grupo apontou aumento de 43,28% em fevereiro no confronto com igual período do ano anterior. Na ponta oposta, os mais jovens, com idade entre 18 e 24 anos, viram o indicador recuar 27,99% no mesmo intervalo.

Ana Paula destaca que a redução da taxa entre os mais jovens ocorreu porque o consumo também tem sido menor nesta faixa etária. Segundo a economista, o fenômeno é decorrente da entrada tardia desse grupo de belo-horizontinos no mercado de trabalho, que, sem renda, não tem como consumir. "Por outro lado, os adultos acima de 50 anos, que são responsáveis financeiros pelas famílias, sentiram o impacto do aumento do custo de vida", completa.

Ainda na mesma base de comparação, na análise por gênero, a inadimplência registrou uma alta maior entre os homens (2,09%). Entre as mulheres, o indicador cresceu 1,60%. A diferença, segundo a economista da -BH, se dá porque, geralmente, as compras de maior valor agregado são atreladas ao sexo masculino, além do fato de os homens serem os maiores responsáveis financeiros pelas famílias, de acordo com estudo da entidade.

Na passagem de janeiro para fevereiro, a inadimplência, porém, deu uma trégua e recuou 0,92% em Belo Horizonte. A queda, no entanto, estaria mais relacionada ao calendário, já que o segundo mês do ano possui menos dias úteis. Para os próximos meses, a expectativa é de que o indicador arrefeça um pouco mais, principalmente com a injeção de recursos no mercado resultante da liberação do governo para o saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de contas inativas.

Atraso - O número de dívidas em atraso entre a população praticamente se manteve estável na Capital (-0,01%) na comparação com fevereiro de 2016. Já em relação a janeiro, houve uma retração de 1,17% em fevereiro. "Essa queda está muito mais relacionada ao receio da população em consumir e assumir novas dívidas, do que na melhora da renda e na taxa de desemprego", avalia a economista da -BH.

Entre os adultos acima de 50 anos, a quantidade de despesas pendentes cresceu 41,77% em um ano, enquanto entre os jovens de 18 a 24 anos houve queda de 29,59%. As dívidas em atraso também foram menores entre as mulheres (-0,28%) e os homens (-0,13%) no confronto com fevereiro de 2016. "Com menos dívidas, a facilidade para quitar os compromissos em atraso fica maior", conclui Ana Paula.


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