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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 09-03-2017 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Degradação do hipercentro preocupa

Assunto foi discutido em evento realizado na sede da Associação Comercial de Minas nesta semana
Comerciantes que atuam no hipercentro de Belo Horizonte estão assustados com a degradação da região. Os principais problemas apontados por lojistas e empresários são a volta dos camelôs, o aumento dos moradores de rua e a ocorrência de roubos. Há o temor que a situação se agrave, levando à perda de conquistas obtidas ao longo de aproximadamente 15 anos, com iniciativas para revitalização da região. Numa tentativa para conter os problemas, a Associação Comercial de Minas (ACMinas) promoveu na última terça-feira a mesa-redonda SOS Hipercentro. "Não é só um evento. Estamos iniciando um projeto sistêmico. Temos que agir para não retrocedermos a uma situação que víamos anos atrás, antes da criação dos camelódromos", disse o presidente da ACMinas, Lindolfo Paoliello.

Presidente da Associação dos Comerciantes do Hipercentro, Flávio Fróes fez parte da mesa de discussão e disse que, de dois anos para cá, houve um "relaxamento" do poder público com o centro de Belo Horizonte. "A revitalização do centro veio com a retirada dos camelôs das ruas, com a criação dos shoppings populares, reforma de calçadas, alteração de fachadas. Agora, a desorganização está voltando", disse. Segundo ele, os camelôs retornaram com força, principalmente nas ruas São Paulo, Carijós e Curitiba.

Fróes, que tem comércio no ramo de armarinho no hipercentro, acredita que o cenário de crise do País pode ter levado ao aumento de camelôs e moradores de rua. "Mas a crise não pode ser desculpa para a desorganização", disse.

De acordo com ele, no hipercentro há cerca de 5 mil comércios, incluindo os estabelecimentos de profissionais liberais, como médicos e dentistas. Cerca de 90% desses comerciantes estão à frente de pequenas e médias empresas. Segundo a de Belo Horizonte (/BH), na região há 13.940 comércios de diversos segmentos, como lanchonetes e vestuários.

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Segurança - Também fazendo parte da mesa estava o tenente-coronel Eduardo Felisberto, comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar (BPM), responsável pelo policiamento da região. De acordo com ele, operações de combate aos camelôs são feitas diariamente, mas eles acabam voltando para a rua. A solução passa, segundo ele, por ações conjuntas com outros setores do poder público.

O comandante informou que em 2016, no comparativo com 2015, houve uma estabilidade no número de roubos no centro. "Esse tipo de crime vinha aumentando, até que no ano passado conseguimos uma estabilização. Houve um pequeno aumento de 0,71%", disse. Entretanto, o comandante não divulgou o número absoluto de roubos no Centro de Belo Horizonte.

Vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o empresário Teodomiro Diniz Camargos compôs a mesa de debate na ACMinas. Há 10 anos ele vem investindo no setor imobiliário, no centro de BH, com a revitalização e transformação de edifícios comerciais.

O empresário afirma que vem percebendo uma perda de qualidade da região e abandono de trabalhos que vinham sendo desenvolvido anteriormente. "É necessário ampliar as condições de habitabilidade. É uma região que atrai muita gente. Se não há um cuidado, a região fica desqualificada para moradia", disse. Como atrativos, ele cita a grande oferta de serviços e lazer.

Para ele, qualquer solução só virá com o envolvimento da comunidade. Camargos citou o exemplo de Nova York, que criou uma espécie de comitê formado por integrantes da comunidade da área central e poder público. "O grupo recebe parte do imposto recolhido pela prefeitura, gerencia essa verba e resolve parte dos problemas", disse, ressaltando que, no Brasil, esse modelo depende de mudança na legislação. Ele também defende a criação de pequenos abrigos, no centro da Capital, direcionados aos moradores de rua.

Também fizeram parte da mesa o arquiteto Gustavo Penna; o diretor da ACMinas, José Aparecido Ribeiro; e a secretária Municipal de Serviços Urbanos, Maria Caldas. No auditório estavam presentes os empresários Modesto Araujo, Luciano Medrado e Júlio Riccio, entre outros. O vereador Gabriel Azevedo (PHS) é morador do centro e esteve presente à discussão.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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