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Portal O Tempo ( Opinião ) - MG - Brasil - 28-02-2017 - 03:00 -   Notícia original Link para notícia
Editorial - Momento de virada

Belo Horizonte realiza neste ano, certamente, o maior e melhor Carnaval de sua história. A cidade foi tomada por mais de 350 blocos, que vão realizar, até o último dia, mais de 400 desfiles, arrastando 2,4 milhões de foliões, moradores da capital e turistas.

Essa quantidade de gente concentrada numa festividade fatalmente teria de provocar um impacto positivo na economia local. A estima que o comércio e os serviços diretamente atingidos pelo Carnaval vão faturar algo perto de R$ 200 milhões.

No entanto, com base no gasto de cada pessoa, a expectativa é esse valor chegar a R$ 335 milhões, considerando-se os ganhos de microempresários e trabalhadores que dão suporte à festa, como os ambulantes, que estão indo à forra do desemprego.

Em Belo Horizonte, como já ocorrera antes em outras cidades do Brasil, o Carnaval está revelando-se como uma festa autossustentável, mantida pelo gênio empreendedor da população, que monta o espetáculo e sua logística com recursos próprios.

Em vez de ser prejudicial à economia, o Carnaval constitui uma fonte de receitas. Os dados deste ano são de que ele vai gerar 500 mil empregos no país, movimentar R$ 20 bilhões e produzir um fluxo de 7 milhões de turistas nacionais e estrangeiros.

O Estado entra com pouco nessa festa. Tirante Rio e São Paulo, que dão subvenções milionárias às escolas de samba, o poder público limita-se a prover infraestrutura à festa, como os sambódromos, mais a organização do trânsito, segurança, limpeza etc.

Itens que, aqui pelo menos, não funcionaram a contento. O trânsito ficou desorganizado. Os banheiros foram insuficientes. As ruas viraram um lixão. Comida e bebida deixaram a desejar. O que funcionou melhor foi a segurança, dada a experiência da PM.

Em tempo de depressão social e econômica, o Carnaval de 2017 será lembrado, talvez, como o momento de uma virada.


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