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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 27-02-2017 - 09:34 -   Notícia original Link para notícia
A guerra dos bolos na terra do pão de queijo

Comércio especializado na iguaria artesanal inspirada nos livros de receitas de família tem expansão rápida em BH e no interior. Novas estratégias são usadas pelo cliente









2018 Linha de produção 2019 do Bolo na Hora, no Bairro Prado: inovação constante para competir no mercado



O aroma irradiado do forno leva clientes aos balcões de lojas que proliferam em Belo Horizonte e grandes cidades do interior de Minas Gerais com a proposta de servir bolos artesanais feitos de ingredientes frescos, como aqueles saídos dos livros de receitas de família. Passada a fase da novidade do comércio especializado na iguaria típica de Minas, os empreendedores pioneiros do ramo e os novos concorrentes decretaram uma guerra nada adocicada para garantir seu lugar nesse mercado.
A atividade ainda tem muito a crescer, mas vive uma invasão de investidores, cobiçada por profissionais interessados em abrir o negócio próprio, gente que busca uma segunda fonte de renda ou perdeu o emprego diante do agravamento da crise brasileira, além das redes de franquia de São Paulo e do Rio de Janeiro, que descobriram o filão no estado. O apelo do produto natural e capaz de resgatar da infância os cheiros da cozinha e os sabores da comida feita pelas mães, tias e avós tem de ser bem trabalhado para alimentar as vendas.






Erros podem arrastar a empresa para uma seleção natural das lojas do ramo, que já pode estar à espreita. Se a estatística não é o forte para medir o tamanho do segmento, as informações que circulam nesse mercado indicam que é preciso de pelo menos R$ 100 mil para pôr em funcionamento uma unidade com 40 a 50 metros na capital mineira. A opção pelo apoio dado por uma rede de franquia pode esticar o investimento aos R$ 150 mil, em média. Para o consumidor, os preços do bolo inteiro podem variar de R$ 10 a R$ 40 em empresas de BH ouvidas pelo Estado de Minas. Boa parte delas oferece ainda o bolo no pote, sensação das sobremesas.




Quase veterana num segmento relativamente novo do comércio de BH, Maria Clara Magalhães Santana, sócia da mãe, Betânia, e do marido, Daniel, na Bolo Nosso, viu os concorrentes chegarem nos últimos oito meses, alguns bem próximos da loja que eles abriram em maio de 2014, no Bairro do Carmo. Os vizinhos já eram esperados, na visão dela, repetindo boom semelhante ao que ocorreu em São Paulo, mercado mais maduro que o de Minas, o que deve levar à permanência dos lojistas melhor estruturados e com mais conhecimento e experiência.




"Vejo uma expansão rápida e observo que muitas pessoas identificaram a oportunidade de investir, principalmente num cenário de crise. Acho que isso ocorre em qualquer mercado, com momento de saturação e quando se estabiliza", afirma. À frente da área comercial da empresa, Maria Clara conta que a estratégia que permitiu o crescimento da marca aliou cuidados constantes com a qualidade dos cerca de 200 bolos produzidos todo dia em 20 sabores do cardápio fixo e o atendimento.
Edições de temporada, a exemplo do verão e do Natal, e as receitas especiais ajudaram a expandir em 40% a produção no mesmo endereço. O fornecimento no atacado - para redes de cafeteria e hotéis - foi outra política adotada pelos sócios da Bolo Nosso.




Atenta ao que chama de diferencial pela simplicidade com qualidade, a rede paulista de franquias Casa de Bolos abriu unidades em sete cidades mineiras desde 2013 e pretende inaugurar mais duas em março, completando um grupo de 15 franqueados. A empresa transformou Minas no seu terceiro maior mercado de atuação, com lojas em Sete Lagoas, Uberlândia, Juiz de Fora, Uberaba, Poços de Caldas, BH e João Monlevade, informa o diretor-executivo da rede, Luis Eduardo Ramos.




No mês que vem, serão inauguradas unidades em Alfenas e Monte Mor (SP). "Nosso objetivo é ter famílias como nossos franqueados, pois nosso interesse é encontrar pessoas que, assim como nós, valorizam o trabalho conjunto, a sintonia, a harmonia, seja na loja, seja em casa", afirma.




Sintonia, de fato, foi essencial também para o crescimento da Bolo na Hora, aberta em setembro de 2015 no Bairro Caiçara pela advogada Kamyla Godinho, o namorado e também advogado Henrique Petruceli e a amiga de infância dela Selma Franco. O casal buscava uma opção de empreender o próprio negócio, não só para satisfazer um desejo, mas ainda em razão da dificuldade, à época, de conseguir emprego na área de formação dos dois. O hábito adquirido na terra onde nasceram, Santa Maria do Suaçuí, de fazer bolos em casa deu origem ao projeto.

CARA MINEIRA Em outubro do ano passado, os sócios da Bolo na Hora abriram a segunda loja no Bairro do Prado, da mesma forma, escolhida devido ao perfil de área residencial populosa, que abriga grandes famílias e pessoas de idade mais avançada que não arredam pé de tomar café com bolo. "A concorrência exige mais da gente, mas aquece o mercado de consumo. Estamos nos aperfeiçoando para manter a qualidade dos produtos e inovar constantemente", afirma. Entre os 35 sabores oferecidos, a base são as receitas de família, com destaque para aquelas bem mineiras, feitas de ingredientes famosos na culinária do estado, como o milho, fubá, goiabada, requeijão e doce de leite.




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