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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 23-02-2017 - 08:51 -   Notícia original Link para notícia
Se­lic cai a 12,25% e ban­cos cor­tam ta­xas

Patamar é o me­nor em dois anos e, após de­ci­são do BC de cor­tar 0,75 pon­to, ins­ti­tui­çõ­es fi­nan­cei­ras re­du­zem ju­ros nas li­nhas de cré­di­to


Bra­sí­lia - Os mem­bros do Co­mi­tê de Po­lí­ti­ca Mo­ne­tá­ria (Co­pom) do Ban­co Cen­tral de­ci­di­ram, por una­ni­mi­da­de, re­du­zir a Se­lic (a ta­xa bá­si­ca de ju­ros) em 0,75 pon­to per­cen­tual, de 13% pa­ra 12,25% ao ano. O cor­te, anun­cia­do na noi­te de on­tem pe­la ins­ti­tui­ção, foi o quar­to con­se­cu­ti­vo. Com is­so, a Se­lic es­tá ago­ra no mes­mo pa­ta­mar vis­to em ja­nei­ro e fe­ve­rei­ro de 2015, dois anos atrás. A de­ci­são era lar­ga­men­te es­pe­ra­da pe­los eco­no­mis­tas do mer­ca­do fi­nan­cei­ro. De um to­tal de 68 ins­ti­tui­ções con­sul­ta­das 67 es­pe­ra­vam cor­te de 0,75 pon­to per­cen­tual da Se­lic e ape­nas uma aguar­da­va re­du­ção de 1 pon­to per­cen­tual.

No mer­ca­do, ha­via a per­cep­ção de que um cor­te de 1 pon­to per­cen­tual da Se­lic era pos­sí­vel, em fun­ção da in­fla­ção re­cen­te, mas não era pro­vá­vel. Is­so por­que o BC vi­nha si­na­li­zan­do a in­ten­ção de pro­mo­ver cor­te de 0,75 pon­to per­cen­tual, co­mo fez em ja­nei­ro. No mês pas­sa­do, aliás, es­te cor­te ge­rou crí­ti­cas à co­mu­ni­ca­ção do BC, já que a maior par­te do mer­ca­do es­pe­ra­va por 0,5 pon­to. A ava­lia­ção ago­ra era de que, se op­tas­se por 1 pon­to, no­va­men­te con­tra­rian­do o mer­ca­do, o BC vol­ta­ria a atrair crí­ti­cas pa­ra sua co­mu­ni­ca­ção.

O no­vo cor­te nas ta­xas de ju­ros foi bem re­ce­bi­do en­tre os em­pre­sá­rios mi­nei­ros. "Mes­mo que seus efei­tos não se­jam sen­ti­dos em cur­to pra­zo, es­ses cor­tes re­pre­sen­tam, ain­da as­sim, um res­pi­ro pa­ra a eco­no­mia. Quan­do o Co­pom re­duz os ju­ros bá­si­cos, o ob­je­ti­vo é ala­van­car e in­cen­ti­var os in­ves­ti­men­tos pro­du­ti­vos res­pon­sá­veis pe­la ge­ra­ção de em­pre­go e ren­da. A ten­dên­cia é que o cré­di­to fi­que mais ba­ra­to, o que po­de im­pac­tar po­si­ti­va­men­te o con­su­mo", ava­liou o pre­si­den­te da Câ­ma­ra de Di­ri­gen­tes Lo­jis­tas de Be­lo Ho­ri­zon­te (-BH), Bru­no Fal­ci.

Pa­ra o pre­si­den­te da Fe­de­ra­ção das In­dús­trias do Es­ta­do de Mi­nas Ge­rais (Fie­mg), Ola­vo Ma­cha­do Jú­nior, a de­ci­são de re­du­zir os ju­ros foi acer­ta­da uma vez que tem im­pac­to no au­men­to da con­fian­ça do em­pre­sá­rio e es­ti­mu­la o in­ves­ti­men­to. "Atual­men­te, os ju­ros ele­va­dos cons­ti­tuem um dos maio­res en­tra­ves ao avan­ço da com­pe­ti­ti­vi­da­de das em­pre­sas bra­si­lei­ras. Nos­sa ex­pec­ta­ti­va é de que os ju­ros bra­si­lei­ros re­cuem ra­pi­da­men­te pa­ra pa­ta­ma­res com­pa­tí­veis com aque­les pra­ti­ca­dos no res­to do mun­do", afir­mou Ma­cha­do. Ain­da de acor­do com ele, "a re­du­ção nos cus­tos de fi­nan­cia­men­tos da­rá um fô­le­go às em­pre­sas e às fa­mí­lias en­di­vi­da­das, es­ti­mu­lan­do o con­su­mo, a pro­du­ção in­dus­trial e a ge­ra­ção de em­pre­gos".

Efei­to do­mi­nó

Tão lo­go o BC anun­ciou o cor­te na Se­lic, três gran­des ban­cos anun­cia­ram re­du­ção nas ta­xas co­bra­das de seus clien­tes. O Bra­des­co anun­ciou a re­du­ção em suas ta­xas de ju­ros, mi­nu­tos após o Ban­co Cen­tral de­ci­dir por um no­vo cor­te na Se­lic pa­ra 12,25% ao ano. As no­vas con­di­ções, que en­tram em vi­gor a par­tir de 1º de mar­ço em to­da a re­de de agên­cias do ban­co, va­lem pa­ra pes­soas fí­si­cas e ju­rí­di­cas.

En­tre as li­nhas de cré­di­to que ti­ve­ram re­du­ção no ca­so dos in­di­ví­duos, a de em­prés­ti­mo pes­soal te­ve sua ta­xa mí­ni­ma cor­ta­da de 1,89% pa­ra 1,83% ao mês, e a má­xi­ma de 7,72% pa­ra 7,66% ao mês. A mo­da­li­da­de Cre­dfá­cil Veí­cu­lo, que tem co­mo ga­ran­tia o pró­prio bem, foi re­du­zi­da de 5,92% pa­ra 5,86% ao mês, no ca­so do ju­ro má­xi­mo. Na mo­da­li­da­de CDC Ou­tros Bens, a ta­xa má­xi­ma foi cor­ta­da de 5,90% pa­ra 5,84% ao mês.

Já en­tre as li­nhas de fi­nan­cia­men­to pa­ra pes­soa ju­rí­di­ca, a de Ca­pi­tal de Gi­ro te­ve re­du­ção de 3,49% pa­ra 3,43% ao mês na ta­xa mí­ni­ma, e de 6,95% pa­ra 6,89% na má­xi­ma. Na mo­da­li­da­de Cre­din­ves­ti­men­to, ca­pi­tal de gi­ro com múl­ti­plas ga­ran­tias, a ta­xa má­xi­ma pas­sou de 6,79% pa­ra 5,99% ao mês. Já nos car­tões de cré­di­to, pa­ra o por­tfó­lio da ban­dei­ra Elo, os ju­ros má­xi­mos do ro­ta­ti­vo, que con­tam com no­vas re­gras a par­tir de abril, fi­ca­rão en­tre 3,1% a 9,9% ao mês a par­tir da pró­xi­ma fa­tu­ra. A ta­xa má­xi­ma co­bra­da an­te­rior­men­te na mo­da­li­da­de era de 16,9% ao mês.

O Ban­co do Bra­sil tam­bém anun­ciou na noi­te de on­tem no­va re­du­ção de ju­ros, acom­pa­nhan­do o quar­to cor­te se­gui­do da Se­lic. As prin­ci­pais que­das, de até 0,12 pon­to per­cen­tual ao mês, ocor­re­rão, de acor­do com a ins­ti­tui­ção, em li­nhas de cré­di­to pa­ra ca­pi­tal de gi­ro vol­ta­das a mi­cro e pe­que­nas em­pre­sas, com des­ta­que pa­ra ope­ra­ções de re­ce­bí­veis. Os no­vos ju­ros en­tram em vi­gor a par­tir do dia 1º de mar­ço.

Na pes­soa fí­si­ca, por exem­plo, a ta­xa mí­ni­ma do che­que es­pe­cial pas­sa de 4,42% ao mês pa­ra 4,36% en­quan­to a má­xi­ma vai de 12,95% ao mês pa­ra 12,89%. No cré­di­to imo­bi­liá­rio, as li­nhas con­tem­pla­das pe­lo Sis­te­ma Fi­nan­cei­ro da Ha­bi­ta­ção (SFH), a ta­xa mí­ni­ma pas­sa de 11,29% ao ano pa­ra 10,80% ao ano e a má­xi­ma de 11,49% pa­ra 11,00%. Já pa­ra a li­nha cré­di­to hi­po­te­cá­rio (CH) do ban­co, o ju­ro mí­ni­mo pas­sa de 12,29% pa­ra 11,80% ao ano e o má­xi­mo de 12,51% pa­ra 12,02%.

Do la­do das em­pre­sas, o BB re­du­ziu os ju­ros do che­que ou­ro em­pre­sa­rial de 8,47% ao mês pa­ra 8,43% a ta­xa mí­ni­ma e de 13,64% ao mês pa­ra 13,60% a má­xi­ma. "A re­du­ção con­ti­nua­da da Ta­xa Se­lic con­tri­bui pa­ra me­lho­rar o am­bien­te eco­nô­mi­co e cria con­di­ções ob­je­ti­vas pa­ra a re­to­ma­da do con­su­mo do cré­di­to por pes­soas fí­si­cas e ju­rí­di­cas", des­ta­cou o pre­si­den­te do BB, Pau­lo Ca­ffa­re­lli, em no­ta à im­pren­sa.

Na se­quên­cia do cor­te da Se­lic, o Itaú Uni­ban­co tam­bém anun­ciou no­va re­du­ção de ju­ros. O ban­co re­pas­sa­rá, con­for­me no­ta à im­pren­sa, o cor­te in­te­gral da ta­xa bá­si­ca, de 0,75 pon­to, pa­ra pes­soas fí­si­cas e ju­rí­di­cas. "Acre­di­ta­mos que a po­lí­ti­ca mo­ne­tá­ria vem sen­do con­du­zi­da de for­ma a be­ne­fi­ciar o cres­ci­men­to eco­nô­mi­co sus­ten­tá­vel num am­bien­te de bai­xa in­fla­ção", afir­ma Ro­ber­to Se­tu­bal, pre­si­den­te do Itaú Uni­ban­co, em no­ta. A re­du­ção dos ju­ros se­rá es­ten­di­da, se­gun­do o Itaú, a to­dos os clien­tes que uti­li­zam as li­nhas de em­prés­ti­mo pes­soal, che­que es­pe­cial, car­tão de cré­di­to e fi­nan­cia­men­to de veí­cu­los. Pa­ra as mi­cro e pe­que­nas em­pre­sas, hou­ve cor­te nas ta­xas do che­que es­pe­cial, ca­pi­tal de gi­ro e con­tas ga­ran­ti­das.


 


Pré­via da in­fla­ção
so­be sem as­sus­tar


 


Rio de Ja­nei­ro - A in­fla­ção me­di­da pe­lo Ín­di­ce Na­ci­o­nal de Pre­ços ao Con­su­mi­dor Am­plo - 15 (IP­CA-15) re­gis­trou al­ta de 0,54% em fe­ve­rei­ro, após su­bir 0,31% em janeiro. O re­sul­ta­do, di­vul­ga­do na ma­nhã de on­tem pe­lo Ins­ti­tu­to Bra­si­lei­ro de Ge­o­gra­fia e Es­ta­tís­ti­ca (IBGE), foi a me­nos acen­tu­a­da pa­ra o mês de fe­ve­rei­ro des­de 2012, quan­do fi­cou em 0,53%. Com o re­sul­ta­do, o IP­CA-15 acu­mu­la au­men­to de 0,85% no ano. A ta­xa acu­mu­la­da em 12 me­ses re­cuou de 5,94% em ja­nei­ro pa­ra 5,02% em fe­ve­rei­ro, o me­nor pa­ta­mar des­de ju­nho de 2012, quan­do es­ta­va em 5%. Em fe­ve­rei­ro de 2016, o IP­CA-15 ti­nha fi­ca­do em 1,42%.

Cin­co dos no­ve gru­pos que in­te­gram o IP­CA-15 re­gis­tra­ram ta­xas mai­o­res de va­ri­a­ção na pas­sa­gem de ja­nei­ro pa­ra fe­ve­rei­ro, se­gun­do o IBGE. Os re­sul­ta­dos fo­ram mai­o­res em Ha­bi­ta­ção (de -0,22% em ja­nei­ro pa­ra 0,18% em fe­ve­rei­ro), Ar­ti­gos de re­si­dên­cia (de -0,23% pa­ra 0,34%), Saú­de e cui­da­dos pes­so­ais (de 0,48% pa­ra 0,83%), Edu­ca­ção (de 0,18% pa­ra 5,17%) e Co­mu­ni­ca­ção (de 0,49% pa­ra 0,84%). Na di­re­ção opos­ta, os re­sul­ta­dos fo­ram mais com­por­ta­dos em Ali­men­ta­ção e be­bi­das (0,28% pa­ra -0,07%), Ves­tu­á­rio (de -0,18% pa­ra -0,31%), Trans­por­tes (de 0,71% pa­ra 0,66%) e Des­pe­sas pes­so­ais (de 0,76% pa­ra 0,37%).No pe­rí­o­do, o IP­CA-15 ace­le­rou de 0,31% pa­ra 0,54%.

Os gas­tos das fa­mí­li­as com edu­ca­ção su­bi­ram 5,17% em fe­ve­rei­ro, den­tro IP­CA-15. O gru­po foi res­pon­sá­vel por 0,24 pon­to per­cen­tu­al da ta­xa de in­fla­ção de 0,54% re­gis­tra­da no mês, se­gun­do o IBGE. O mo­vi­men­to re­fle­te os re­a­jus­tes pra­ti­ca­dos no iní­cio do ano letivo. As men­sa­li­da­des dos cur­sos re­gu­la­res su­bi­ram 6,94% em fe­ve­rei­ro, item de mai­or im­pac­to so­bre o IP­CA-15 do mês, o equi­va­len­te a 0,21 pon­to porcentual.


 


Ar­re­ca­da­ção tem
au­men­to no mês


 


Bra­sí­lia -  A ar­re­ca­da­ção de im­pos­tos e con­tri­bui­çõ­es fe­de­rais so­mou R$ 137,392 bi­lhõ­es no pri­mei­ro mês de 2017, um au­men­to re­al (já des­con­ta­da a in­fla­ção) de 0,79% na com­pa­ra­ção com igual mês de 2016. Em re­la­ção a de­zem­bro, hou­ve au­men­to de 7,26%. En­tre as ra­zõ­es pa­ra o au­men­to no re­co­lhi­men­to de im­pos­tos es­tá uma ar­re­ca­da­ção ex­tra­or­di­ná­ria de R$ 487 mi­lhõ­es com gan­ho de ca­pi­tal na ali­e­na­ção de bens.

Du­as gran­des ope­ra­çõ­es fi­nan­cei­ras que ocor­re­ram no mês de ja­nei­ro po­dem es­tar re­la­ci­o­na­das a es­se re­sul­ta­do, am­bas no se­tor de energia. O lei­lão de pri­va­ti­za­ção da Celg, dis­tri­bui­do­ra de ener­gia goi­a­na, ocor­reu no fim de no­vem­bro, mas a li­qui­da­ção da ope­ra­ção foi em 30 de janeiro. O ven­ce­dor foi a ita­li­a­na Enel, que pa­gou R$ 2,187 bilhões. Já a chi­ne­sa Sta­te Grid gas­tou R$ 14,19 bi­lhõ­es pa­ra ad­qui­rir o con­tro­le da CPFL Ener­gia em 23 de janeiro. Ago­ra, a com­pa­nhia pre­ten­de com­prar as açõ­es da CPFL ain­da no mercado.

Além dis­so, as re­cei­tas ad­mi­nis­tra­das por ou­tros ór­gã­os su­bi­ram 60,86% em ja­nei­ro, pas­san­do de R$ 3,242 bi­lhõ­es no mes­mo mês de 2016 pa­ra R$ 5,494 bi­lhõ­es no pri­mei­ro mês des­te ano. As de­so­ne­ra­çõ­es con­ce­di­das pe­lo go­ver­no re­sul­ta­ram em uma re­nún­cia fis­cal de R$ 7,567 bi­lhõ­es em ja­nei­ro des­te ano, con­for­me a Re­cei­ta Federal. No mes­mo mês do ano pas­sa­do, as de­so­ne­ra­çõ­es ha­vi­am atin­gi­do R$ 7,504 bilhões. Só a de­so­ne­ra­ção da fo­lha de pa­ga­men­tos cus­tou aos co­fres fe­de­rais R$ 1,211 bi­lhão em janeiro.


Palavras Chave Encontradas: CDL
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