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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 22-02-2017 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Inadimplência sobe 59,50% entre os acima de 50 anos

Rendimentos corroídos e ajuda à família colaboram para este quadro
A expectativa de melhora no ambiente econômico, com índices menores de inflação e juros, ainda não impactou as contas dos cidadãos. Segundo o Indicador de Dívidas em Atraso do Conselho Estadual de SPC de Minas Gerais, o número de inadimplentes junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) cresceu 4,47% em janeiro de 2017, no comparativo com o mesmo mês do ano passado. E, de acordo com o levantamento, esse índice é muito maior entre as pessoas mais velhas. Na faixa etária acima de 50 anos, os inadimplentes aumentaram 59,50% em janeiro deste ano, em comparação com igual mês de 2016.

"Esse cenário, com crescimento da inadimplência na faixa acima dos 50 anos, ocorre, primeiro, devido ao aumento dessa população e, depois, porque boa parte já é aposentada e tem seus rendimentos corroídos pela inflação. Além disso, num cenário de crise, essas pessoas acabam tendo que ajudar um filho, um neto. Tornam-se líderes da família, mas não têm renda suficiente", diz , presidente do SPC Brasil e do Conselho Estadual de SPC de Minas Gerais.

Na outra ponta, dos jovens entre 18 e 24 anos, a inadimplência caiu 25,68% em janeiro deste ano em comparação com o mesmo mês de 2016. Entretanto, Falci ressalta que esse dado não indica um quadro positivo e se explica pelos altos índices de desemprego. "Esse jovem não está inadimplente porque não consegue trabalho e, por isso, não consome. Ele acaba vivendo na casa dos pais e não gasta. O ideal é que ele consiga emprego e volte a consumir com educação financeira", aponta.

Quanto ao gênero, a inadimplência ficou maior entre os homens, com aumento de 4,43% contra 4,17% das mulheres. De acordo com Falci, esse quadro se inverteu, já que normalmente as mulheres estão à frente. "O que vemos é que os homens ainda recebem melhores salários. Com isso, foram os que acabaram ficando na linha de frente das demissões", avalia.

Na comparação mensal - janeiro de 2017 com dezembro de 2016 - houve queda de 0,15% no número de pessoas inadimplentes. Em 2016, o índice foi de alta de 0,59%. Mas, para Falci ainda não é possível falar em melhora, que depende de fatores como a queda da inflação, redução dos juros e retomada dos empregos.

Segundo ele, o saque das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pode ter impacto positivo nos índices da inadimplência, já que algumas pessoas poderão usar esse dinheiro para quitar as dívidas.

Quanto ao número de dívidas de pessoas físicas, em janeiro de 2017 foi verificado um aumento de 2,87% com relação a igual mês de 2016. No mesmo período do ano passado, o aumento foi de 7,29%. Esse índice mostra a quantidade média de dívidas em atraso de cada pessoa física.

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Empresas - Em janeiro de 2017 houve alta de 9,16% no número de pessoas jurídicas inadimplentes, na comparação com janeiro de 2016, quando o índice foi de 16,02%. Na base de comparação mensal, de janeiro de 2017 com dezembro de 2016, houve um crescimento de 0,86% no número de pessoas jurídicas inadimplentes. Em 2016, o aumento foi de 0,79%.

O setor que registrou a maior quantidade de empresas inadimplentes foi o de serviços. Na comparação anual, a alta foi de 13,92% em janeiro de 2017, frente ao mesmo período do ano anterior. Na indústria, a inadimplência teve alta de 7,84%. Houve aumento ainda no comércio (7,22%) e na agricultura (6,76%). Já em outros tipos de estabelecimentos, houve queda de 4,23%.

O indicador usa informações disponíveis nas bases de dados a que o SPC Brasil e as Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs) de Minas Gerais têm acesso.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, CDL
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