Desde a semana passada, as vendedoras da loja Mercado, na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte, estão trabalhando mais. A loja de moda feminina investiu em adereços, bodies, brilhos, maquiagens, ou seja, produtos para agradar os foliões que vão aproveitar o Carnaval na Capital. "As vendas aumentaram no pré-Carnaval", conta Gabriela de Oliveira Nascimento, gerente da loja. A declaração da comerciante coincide com a previsão da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas (CDLCDL) para o período. "A expectativa é muito positiva", frisa Bruno FalciBruno Falci, presidente da CDLCDL.

Segundo ele, a previsão é de que mais lojistas manterão as portas abertas durante a folia, de olho no maior movimento na cidade. "Esse é uma tendência que aumenta a cada ano, com a evolução do Carnaval na cidade", ressalta. Levantamento da entidade indica que o comércio fatura, em média, cerca de R$ 64 milhões por dia em BH. "Isso poderá representar um faturamento em torno de R$ 192 milhões nos três dias de funcionamento durante o Carnaval", ressalta Falci.

Também coincidindo com as projeções da CDLCDL, está a Sorveteria São Domingos, que funciona em Belo Horizonte desde 1929 e é uma das mais tradicionais da cidade. O comércio abrirá as portas em todos os dias do Carnaval e espera um aumento de 25% nas vendas. "Não fechamos em nenhum dia do ano", avisa o proprietário da sorveteria, Domingos Dias Montenegro. No último final de semana, segundo ele, as vendas aumentaram em cerca de 10%, já devido ao movimento de pré-Carnaval. E, para agradar os foliões, será oferecido um novo sabor, o de uvalha, uma fruta bastante cítrica.

A estimativa é que o Carnaval de BH receba 2,4 milhões de foliões, sendo 500 mil turistas. De acordo com a CDLCDL, a Belotur calcula que o gasto médio diário individual do visitante em 2016 foi de R$ 157,61, o que gerou R$ 54,7 milhões no período. Neste ano, o gasto individual pode chegar a R$ 167,53, segundo a CDLCDL, levando-se em conta a inflação do período, de 6,36%. Com isso, pode-se gerar R$ 335 milhões na folia na cidade (entre 11 de fevereiro e 1º de março). Ainda de acordo com a CDLCDL, o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) gerado para o município em 2016, com base nesses dados, chegou a quase R$ 1,4 milhão.

Bruno FalciBruno Falci pondera que há dois fatores importantes que passaram a movimentar toda a economia da Capital no período do Carnaval desde que a folia esquentou por aqui. Um deles é o fato de mais moradores de BH ficarem na cidade. "Antes, muita gente viajava", lembra. Além disso, há a expectativa de a cidade receber 500 mil turistas. "Todas essas pessoas vão ficar em BH, consumir aqui. Vão se hospedar em hotéis, hostels, comer, beber, passear, ou seja, movimentar a economia", comemora.

E essa movimentação, segundo ele, tem reflexo no pós-Carnaval. "Quem faturar muito no Carnaval, por exemplo, pode investir no próprio negócio depois", pondera.

Receita maior - Segundo a CDLCDL, os setores varejistas de suvenires, bijuterias e artesanatos e de cosméticos, produtos de perfumaria e higiene pessoal podem ter receita ainda maior, já que oferecem produtos muito procurados nesta época. Juntos, têm 921 estabelecimentos na Capital.

A CDLCDL ainda ressalta que a rede hoteleira e o setor de serviços também devem ser beneficiados. De acordo com a assessoria de imprensa da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas, os hotéis projetam uma taxa de ocupação média de 65% para o período de 25 a 28 de fevereiro.