Leitura de notícia
Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 16-02-2017 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Inadimplência tem alta de 2,88% na capital mineira

A inadimplência na capital mineira cresceu 2,88% em janeiro na comparação com igual período do ano anterior. Com o elevado nível de desemprego do País, somado às ainda altas taxas de juros praticadas no mercado, o consumidor belo-horizontino permaneceu com dificuldades para honrar os compromissos financeiros. Em 2016, o indicador do mês já havia sido expressivo, com variação positiva de 3,97%. Os dados são do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da de Belo Horizonte (-BH).

O primeiro mês de 2017 contou com um fator diferente dos últimos anos, que contribuiu para tornar ainda mais complicada a tarefa do consumidor inadimplente de regularizar sua situação. O parcelamento do 13º salário dos servidores por parte do Estado interferiu não só no consumo de fim de ano, como também para impedir que parte da população endividada pagasse as contas em atraso e recuperasse o crédito.

"O 13º salário não foi pago integralmente para o funcionalismo, então isso impactou diretamente na recuperação do crédito. Agora, já era sim esperado um aumento da inadimplência diante do cenário macroeconômico em que estamos - com elevado índice de desemprego, taxas de juros em altos patamares -, mas poderia ter sido menor se não tivesse um número tão grande de desempregados", pondera a economista da -BH, Ana Paula Bastos.

A maior alta da inadimplência aconteceu entre os homens. No confronto com janeiro de 2016, o número de belo-horizontinos do sexo masculino com débitos em atraso cresceu 2,96%, enquanto entre as mulheres a elevação foi de 2,43%. Na análise por faixa etária, os consumidores com idade acima dos 50 anos foram os que apresentaram as maiores taxas de crescimento. Em contrapartida, o endividamento entre os jovens de 18 a 24 anos recuou 28,06%. "A renda da aposentadoria é reduzida em função do aumento do custo de vida. Por isso, fica difícil fechar o orçamento no fim do mês", destaca Ana Paula.

Em relação a dezembro, a inadimplência em janeiro de 2017 também subiu: 0,19%. Para a economista da -BH, o aumento é explicado pelo número maior de compromissos financeiros assumidos pela população no fim do ano como compras de Natal e viagens, além do pagamento de impostos típicos do início do ano, matrículas e gastos com material escolar. Os reajustes nos preços administrados, como tarifa de ônibus, energia e combustível, também ajudaram a onerar o belo-horizontino.

Recurso extra - A economista da -BH acredita, no entanto, que a medida do governo federal de autorizar o saque das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pode ajudar na redução da inadimplência nos próximos meses. A expectativa de especialistas é que boa parte dos recursos injetados na economia seja utilizada para o pagamento de dívidas.

"A inadimplência veio crescendo em 2016 por causa do aumento do desemprego e também do descontrole financeiro do consumidor, mas, agora, essa entrada dos recursos do FGTS pode gerar um fôlego extra, porque quem tem dívidas terá renda extra para pagar seus débitos", analisa.

Em janeiro, o número de débitos em atraso na Capital registrou incremento de 1,47% na comparação com o mesmo mês de 2016. No confronto com dezembro, o aumento foi de 0,35%. Entre as despesas pendentes, o cartão de crédito continua sendo um dos destaques.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.