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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 15-02-2017 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Setor apura recuo de 1,49% em Belo Horizonte


destaca que o resultado foi "menos pior" do que o esperado para o ano/Alisson J. Silva

Assim como já era aguardado pelo setor, o comércio na capital mineira fechou o ano de 2016 com queda nas vendas. Na comparação com 2015, o volume de bens e produtos comercializados foi 1,49% inferior, segundo o Indicador de Vendas da de Belo Horizonte (-BH), divulgado ontem. A crise econômica do País, somada ao elevado índice de desemprego, estão entre as principais explicações para a redução do consumo no município.

Apesar de negativo, o resultado para o varejo belo-horizontino no ano passado acabou sendo melhor do que o estimado pela -BH. A entidade previa que, em 2016, o setor teria uma retração da ordem de 2,97%, quase o dobro da efetivamente apurada. O recuo também foi menos intenso do que o verificado em 2015: - 4,34%. Para o presidente da -BH, , mesmo sendo menor do que a esperada, uma queda, porém, nunca é algo bom para o setor.

"O resultado de 2016 é ruim, apesar de menos pior até do que a gente imaginava, porque em 2015 tivemos uma retração de 4,34%. Esse recuo de agora, de 1,49%, a gente não pode nunca achar bom, podemos dizer que é menos pior", destacou Falci.

O segmento mais afetado com o comportamento contido do consumidor na Capital no período foi o de máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças, cuja redução alcançou a marca de 2,31%. Em seguida, vieram papelarias e livrarias (-2,21%); tecidos, vestuário, armarinho e calçados (-0,95%); ferragens, material elétrico e de construção (-0,80%); veículos e peças (-0,69%) e drogarias, perfumes e cosméticos (-0,22%).

A explicação para o maior prejuízo ao ramo de máquinas e eletrodomésticos, de acordo com Falci, tem relação direta com a restrição do acesso da população ao crédito, encarecido em função da crise econômica que atinge o País, além do desemprego em alta.

"São produtos que normalmente precisam de financiamento. Então, com a recessão econômica, várias pessoas que tinham o nome limpo, com potencial de financiamento, perderam essa capacidade de financiar e, com isso, automaticamente, não conseguem mais consumir, porque não têm condições de fazer a compra à vista", analisou.

Na comparação entre dezembro de 2016 com igual mês do ano anterior, o comércio também apresentou recuo nas vendas em Belo Horizonte, que foi de 1,84%. Nesta base, nenhum segmento escapou da queda, sendo que o de veículos e peças (-3,91%) foi o que mais sentiu os efeitos da desaceleração da economia.

O confronto de dezembro com novembro foi a exceção, no qual os comerciantes observaram um incremento de 1,24% nos negócios, devido principalmente à influência sazonal do Natal. "Dezembro é uma base forte de comparação por ter contado com o Natal, data com forte apelo emocional. As pessoas presenteiam mesmo com produtos de menor valor, fator que contribui para a movimentação do comércio. Mas, ainda assim, o crescimento registrado é considerado pequeno", ponderou o presidente da -BH.

Projeção - A entidade ainda não "bateu o martelo" sobre a projeção do desempenho do comércio de Belo Horizonte para 2017. Entretanto, Falci adiantou o percentual que mais tem sido cogitado para o ano, que retrata um crescimento nas vendas em torno de 0,5%. O presidente da -BH ressaltou, no entanto, que o futuro do setor depende também da política do País.

"Precisamos que o governo avance em reformas, como a trabalhista e a tributária, e que promova o mínimo de segurança para os investidores, quer eles sejam nacionais ou estrangeiros, porque o Brasil não tem musculatura para uma retomada rápida. Agora, tenho certeza de que se o País demonstrar credibilidade, mesmo que pequena, os investimentos estrangeiros voltam. Isso tudo para chegar no fim das contas ao que a gente mais precisa: emprego", completou.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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