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Portal EM ( Economia ) - MG - Brasil - 13-02-2017 - 06:00 -   Notícia original Link para notícia
Sobras emperram linhas de produção na indústria mineira

Pelo quarto ano consecutivo, indústrias mineiras vendem menos que o desejado e acumulam mercadorias acima do previsto. Retomada consistente fica para o 2º semestre
Na indústria, os níveis dos estoques seguem em sintonia com a ociosidade das máquinas e equipamentos, revelando alerta semelhante ao que se vê no comércio. Com base na sondagem feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em dezembro junto a 2.688 empresas, as fábricas de máquinas, aparelhos e materiais elétricos são as mais afetadas pelas sobras, seguidas do segmento de couro e calçados. A apuração do indicador gera um sistema de pontuação de zero a 100. Sempre que as respostas ultrapassam o número 50, considera-se o nível inadequado (veja arte).

Para o líder do ranking negativo, o resultado foi 51,9 pontos e o vice-líder teve 51,2 pontos. A média geral foi 48,2, indicando adequação, algo que está longe de ser visto nas médias e grandes indústrias de Minas Gerais, que acumularam mercadorias em dezembro. Na sondagem feita pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), as empresas de grande porte têm pontuação de 51,3, referente a dezembro, e as médias de 53,6, portanto estão no campo dos estoques inadequados. Isso ocorre, inclusive, com a média apurada para o estado, de 50,2 pontos. Foram ouvidas 188 indústrias.

Ao analisar o histórico dos dados da pesquisa, a economista Annelise Fonseca, da Fiemg, verificou que pelo quarto ano as grandes fábricas venderam menos que o esperado e acabaram acumulando estoques acima do desejado. "A questão da logística para as grandes empresas é ponto muito forte e elas vêm trabalhando para ajustar os estoques ainda mais num momento de crise, mas mesmo com a redução venderam menos do que esperavam e tiveram acúmulo indesejado", afirma.

Diante dos estoques além do adequado, é possível que a produção industrial não acompanhe a expectativa de recuperação nos próximos meses, lembra Annelise. A perspectiva com a qual as empresas passaram a trabalhar é de retomada consistente só no segundo semestre do ano.

CENÁRIO INSTÁVEL Marco Antônio Gaspar, vice-presidente da -BH, diz que o cenário da economia para 2017 manifestou-se melhor, mas a crise política se agravou desde o fim de 2016, com mais denúncias de corrupção envolvendo políticos. "Se a instabilidade não cessar, não haverá campo para a economia melhorar. Ninguém vai retirar dinheiro de aplicações financeiras para investir em renovação de estoques e na produção", afirma.

Na avaliação de Gaspar, se a turbulência perdurar, o setor não conseguirá mais do que um modesto empate nas vendas frente ao ano passado, o que já será de bom tamanho. A situação leva empresas a fechar portas, o que resulta na proliferação de lojas que anunciam passar o ponto comercial ou são ofertadas para aluguel.

Enquanto isso...

...veículos nos pátios

Na semana passada, a Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) informou que as montadoras e concessionárias de veículos terminaram janeiro com 186,4 mil unidades em seus pátios. Trata-se de estoque para 38 dias de venda, quando em dezembro o balanço ficou em 176,2 mil carros estocados, o bastante para 36 dias de comercialização. O ideal, de acordo com a entidade, é que eles sejam suficientes para 30 dias de vendas.


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