Valores antigos seriam praticados até a conclusão da auditoria nas contas do transporte público/Alisson J. Silva

A Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) encaminhou à Prefeitura uma indicação de redução da passagem de ônibus da Capital. O intuito da medida é solicitar ao Executivo a volta da tarifa para o valor vigente antes do último aumento concedido pelo prefeito Marcio Lacerda, até que seja conhecido o resultado da auditoria nas contas do transporte público da cidade.

De acordo com o vereador Gabriel Azevedo (PHS), a medida tem o apoio da ampla maioria dos vereadores e reflete o desejo da população. "Temos que aguardar agora o posicionamento da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte). Nós, enquanto vereadores, fizemos nossa parte que é de representar a população e fazer ecoar o seu desejo de obter mais atenção quanto a mobilidade urbana da cidade", explicou.

A indicação é uma proposição prevista no Regimento Interno da Câmara por meio da qual se sugere à autoridade competente a realização de medida de interesse público. A medida foi apresentada e distribuída no último dia (6) e como não sofreu impugnação nos cinco dias úteis seguintes, acabou encaminhada à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) nessa segunda-feira (13). A informação foi confirmada pela CMBH.

Conforme Azevedo, a indicação se baseia no fato de a prefeitura ter anunciado no começo do ano uma licitação para contratação de uma empresa para realizar auditoria nas contas da Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans). A sugestão dos parlamentares é que o aumento seja suspenso até o resultado dos serviços.

"O custo do transporte público impacta diretamente na vida dos cidadãos belo-horizontinos. E como a prefeitura anunciou a auditoria, acreditamos que o melhor caminho é terminar este processo para somente depois cobrar qualquer reajuste. Isso é abrir a caixa-preta da BHTrans de verdade. O consumidor não pode ser penalizado até que se tire todas as dúvidas", argumentou.

Mais cara - Atualmente, a tarifa de ônibus em Belo Horizonte é a mais cara entre as 26 capitais e o Distrito Federal. O último reajuste, que entrou em vigor no dia 3 de janeiro, foi de 9,46%, excedendo, inclusive, a inflação registrada em 2016 - 6,29%. Este último acréscimo fez com que a passagem no sistema de transporte público coletivo por ônibus na Capital passasse de R$ 3,70 para R$ 4,05.

Além dos vereadores, a Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL-BH) também enviou, em janeiro, um ofício ao prefeito Alexandre Kalil (PHS) solicitando a revogação do aumento no preço da passagem dos ônibus municipais. Segundo a entidade, a alta já começou a impactar os custos com a condução dos funcionários em torno de 15%.

No documento, a CDLCDL-BH solicitou ao Executivo municipal a anulação do reajuste até que uma avaliação dos contratos e planilhas do sistema de transporte coletivo seja feita pela nova equipe de governo. O objetivo da entidade é minimizar os impactos resultantes da alta da tarifa para os setores de comércio e serviços da cidade, já estimado em mais de R$ 15 milhões.