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Jornal de Uberaba (MG) ( Geral ) - MG - Brasil - 12-02-2017 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Crise fecha cerca de 3 mil empresas por mês em Minas

Divulgação

Na Savassi, centro de Belo Horizonte, vários pontos comerciais estão fechados, na rua Sergipe desde 2016

O ano de 2016 foi para um grande número de estabelecimentos a hora de dizer adeus ao mercado e encerrar as atividades.

Segundo dados da Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg), 36.635 empresas, dos mais diversos portes e segmentos, fecharam as portas no Estado entre janeiro e dezembro do ano passado, o equivalente a um crescimento de 35,7% na comparação com igual período em 2015. É como se mais de três mil negócios, em média, tivessem deixado de existir a cada mês.

A crise que paralisa a economia brasileira também deixou um rastro de empresas desativadas em Belo Horizonte.

Na capital mineira, 7.366 empreendimentos comerciais despediram-se dos clientes em 2016, o que representa um aumento de 36,6% sobre os 5.390 estabelecimentos que encerram as atividades em 2015. Na média, significa que 20 empresas baixaram as portas a cada dia em 2016, ou 613 por mês.

De acordo com o levantamento da Jucemg, as piores vítimas, tanto no Estado quanto no país, foram as sociedades limitadas, com mais de um sócio seguidas pelos empresários individuais.

Nessa modalidade, que é diferente da figura do microempreendedor individual (MEI), uma pessoa física abre a empresa, não pode ter sócio e responde com o patrimônio pelas dívidas da empresa.

Para o vice-presidente da de Belo Horizonte (-BH), Marco Antônio Gaspar, o fechamento em massa é consequência do aumento do desemprego, que já atinge 12,3 milhões de trabalhadores no país, da queda da renda, dos juros altos e da instabilidade política e econômica.

"O dinheiro sumiu da praça. E o chamado Custo Brasil, com seu conjunto de dificuldades burocráticas, tributárias e econômicas que encarecem o investimento, só piora as coisas. Aí quando a crise bate tudo fica exacerbado e as empresas acabam quebrando", lamenta.

Inovação - Segundo ele, apesar de todos fatores complicadores, um remédio que pode ajudar a controlar a falência é a inovação. Práticas comerciais que no passado davam certo, atualmente não funcionam mais.

"Eu mesmo estou à frente de uma papelaria fundada pelo meu pai há 45 anos. Em duas décadas, promovi, pelo menos, cinco mudanças significativas, com introdução de delivery, viés de loja de presentes e e-commerce de mochila. Quando comecei no ramo, só existiam as marcas Company e Samsonite. Hoje, o mercado oferece mais de mil tipos", diz.

Para o analista do Sebrae-MG, Haroldo Santos, os empresários precisam ter em mente que aquele modelo de negócio que até dois anos atrás dava certo acabou.

"O cenário de crédito farto ficou no passado. Temos que construir um novo modelo, com adaptações, para minimizar o fluxo de fechamento", diz.

Segundo Santos, um bom empreendimento hoje deve obrigatoriamente buscar solucionar problemas da clientela.

"Temos que achar caminhos dentro de uma nova realidade econômica e política. Não adianta só abrir uma casa de açaí. Tem que ter diferencial, servi-lo em uma barca bonita, para satisfazer a família. O atendimento personalizado é outro fator. E ainda tem as oportunidades que vão surgindo. Conserto de carros, roupas e eletrodomésticos que estavam em desuso, por exemplo, agora estão bombando", afirma.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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