Até 2025, país terá sexta população idosa do mundo com 31,8 milhões de pessoas
A população brasileira está envelhecendo. Há estimativas de que até 2025, o país terá a sexta população idosa do mundo. Serão cerca de 31,8 milhões de pessoas com mais de 60 anos no país, segundo cálculos do professor da Escola Paulista de Medicina (UPM) Luiz Roberto Ramos. E muitos brasileiros da terceira idade devem continuar mais tempo no mercado de trabalho, seja em razão de mudanças na previdência, vontade de continuar trabalhando ou necessidade financeira.

E isso, segundo especialistas, tende a aumentar a concorrência no mercado de trabalho. "Se as pessoas demoram mais tempo para se aposentar, haverá menos vagas para os novos entrantes", observa a coordenadora do departamento de carreiras do Ibmec/MG, Cynara Bastos.

O presidente da Federação dos Aposentados e Pensionistas de Minas Gerais (FAP-MG), Robson de Souza Bittencourt, frisa que hoje muitos aposentados continuam trabalhando para complementar a renda. "Se ele ganhasse bem, não precisava continuar ou mesmo voltar ao mercado de trabalho, só que o fato é que muitos aposentados são arrimo de família, já que os mais jovens não estão conseguindo ingressar no mercado de trabalho", analisa.

Para ele, se uma pessoa se aposenta mais tarde, como quer o governo, isso tem impacto para os mais jovens, que contarão com menos vagas de trabalho.

O dirigente ressalta que, esta terça-feira (24), Dia do Aposentado, não há muito o que comemorar, em razão dos baixos rendimentos, além da possibilidade de mudanças para os futuros aposentados. "Não há rombo na Previdência, que só precisa de alguns ajustes, não de uma reforma", defende.

Nesta terça-feira (24), pela manhã, são previstas manifestações de várias entidades na Praça Sete, região Central de Belo Horizonte, contra a reforma da Previdência. (Com agências)

Alta. Com receio da reforma da Previdência, o número de novos investidores de previdência privada cresceu 5,8% até em outubro de 2016, segundo a Fenaprevi.

Dicas para aposentadoria

Não seja uma pessoa imediatista, que só pensa em satisfazer seus desejos atuais, pense também no futuro;

Não conte apenas com a aposentadoria convencional, que tem um teto;

O ideal é reservar uma parte da renda para complementar a aposentadoria assim que ingressar no mercado de trabalho;

Fique atento aos melhores investimentos hoje e saiba que isso pode mudar, dependendo dos rumos da economia;

No cenário atual da economia, ainda marcado pela crise, um boa opção de investimento para complementação de renda da aposentadoria é o renda fixa: fundos, Tesouro Direto e CDB.

Fonte: consultor financeiro do Mercantil do Brasil, Carlos Eduardo Costa

Renda Pessoas acima dos 65 têm mais dívidas

A redução da renda e o aumento da despesa, sendo que, muitas vezes, o aposentado se torna "arrimo" de família contribuem para que as pessoas acima de 65 anos sejam as mais endividadas, conforme o levantamento mais recente da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL-BH). Em outubro passado frente igual período de 2015, 26,64% das pessoas acima de 65 a nos não conseguiram honrar os seus compromissos financeiros. Em seguida, ficaram as pessoas de 50 a 64 anos.

Diante desse cenário,sem saber se a pessoa terá saúde para continuar trabalhando na terceira idade, a coordenadora do departamento de carreiras do Ibmec/MG, Cynara Bastos, destaca a importância da preparação financeira desde cedo.

Ela ressalta que, muitas empresas, hoje já reconhecem o valor do idoso, sua paciência e experiência. Entretanto, ainda persiste o preconceito. E nem sempre uma pessoa com mais idade consegue voltar ao mercado de trabalho.

O consultor de educação financeira Carlos Eduardo Costa ressalta que nunca é cedo demais para se preparar para o futuro. "Vamos colher mais tarde o que fizermos hoje", diz.